A área vazia disponível para receber a suíte era generosa: 75,7 m², e os sócios do estúdio espanhol Egue y Seta tinham carta branca para ocupá-la como quisessem. Debruçados sobre um mar de referências, Daniel Pérez, Felipe Araujo e Mario Vila finalmente encontraram um foco: a capacidade dos sonhos de nos transportar até outros endereços e dimensões. Foi justamente a reflexão acerca de tal fenômeno lúdico que soprou as primeiras inspirações para o projeto.
Os profissionais buscavam intensificar a áurea mágica que envolve o momento de ir para a cama e sonhar. A primeira ideia foi adicionar áreas verdes, diminuindo a sensação de isolamento em relação ao mundo exterior. Depois, revestiram todo o ambiente com o uso de mosaicos de vidro, da empresa espanhola Hisbalit, compostos de maneira a formar desenhos orientais.
O caráter lúdico ficou por conta da circulação fluída, cíclica e infinita, defendem os autores da obra, inspirada nos múltiplos caminhos que nossa imaginação é capaz de traçar enquanto dormimos. De acordo com os arquitetos, o desfecho do enredo foi o trabalho dado à iluminação. A luz viaja pelo espaço através de transparências e espelhos até o momento de fechar os olhos e abrir-se para a escuridão da noite.