Depois de desenvolver um moderno projeto para o espaço de festas administrado por um casal de empresários, o arquiteto Dado Castello Branco ganhou uma nova missão: transformar um apartamento de 350 m², recém-construído, no Campo Belo, em São Paulo, na moradia ideal para esses mesmos clientes. Identificados com o estilo do profissional, eles lhe deram carta branca para a reforma. Porém, deixaram claro o desejo de viver em um local tranquilo, descontraído e, especialmente, que fizesse da madeira o seu elemento marcante, ao lado de bons exemplares do mobiliário nacional.
Para realizar a tarefa, Dado partiu de uma reforma radical, que modificou por completo o layout do imóvel. A varanda original foi integrada ao living, tornando-o maior e bem iluminado. Já a copa foi aberta para a sala de jantar e convertida em cozinha- gourmet. Na área íntima, as quatro suítes foram unificadas, resultando numa outra bem maior, para os moradores, além de uma segunda, para hóspedes. Dessa reorganização de ambientes, surgiu também um home office, que temacesso pelo living.
Dado conta que, além das alterações da planta, decidiu trocar os revestimentos, a começar pelo piso da área social. “Optei pelo limestone, numtom discreto que acolhe as nuances da decoração, divididas entre bege, cru e branco, desde os estofados até o tapete de chenile, tramado em tear manual.” Mas o material responsável pelo contraste e pela personalidade do projeto é a cabreúva, aplicada em painéis que se estendem da cozinha-gourmet até a outra ponta do living. “Escolhi essa madeira, de tonalidade mais forte, para fazer um contraponto frente à intensa luminosidade que chega pelos janelões, ainda reforçada pelos materiais claros do piso e dos tecidos”, diz o arquiteto. Os painéis trazem calor, ao mesmo tempo em que delimitam os ambientes sociais. Além disso, ocultam os acessos à circulação dos quartos, ao lavabo, ao escritório e ao hall de entrada.
Para a seleção dos móveis, Dado teve como norte o traço de brasilidade desejado pelo casal. Assim, ícones do design nacional entraram no elenco como protagonistas, a começar pelos exemplares assinados por SergioRodrigues: as cadeiras Oscar e Cantú marcam a sala de jantar e a cozinha-gourmet. De maneira parecida, a poltrona Paraty aparece em dupla na parte da antiga varanda. E o banco Mucky ocupa as costas de um dos sofás, diante da poltrona Mole, em frente à lareira, tudo de Rodrigues. Nessa seleção, entram ainda a poltrona FDC1, de Flávio de Carvalho, e o sofá SO-801, de Jorge Zalszupin, ambos mesclados a uma série de peças vintage de autores desconhecidos, que foramgarimpadas pelo arquiteto em antiquários do país. No arremate, uma profusão de plantas e folhagens pontuam mesas e aparadores, agregando vida e frescor.
A seguir, o arquiteto aponta suas lojas preferidas de São Paulo.
Portfólio Dado Castello Branco