Localizado no La Roma, um bairro histórico da Cidade do México, o edifício Córdoba-Reurbano é resultado de uma iniciativa da start-up Urban Recycling. O local sofreu um forte terremoto em 1985, o que fez sua população diminuir ao longo desse tempo. Por conta da catástrofe, muitos edifícios desabaram e os que resistiram foram abandonados por seus moradores, que temiam os abalos estruturais causados pelos tremores. Recentemente, a região floresceu novamente e tornou-se um dos lugares mais agitados da cidade, graças à inauguração de galerias de arte, restaurantes e cafés descolados.
Por isso, o desafio dessa iniciativa é construir habitações em prédios com valor histórico e sem vagas para estacionamento, com o intuito de desestimular o uso do carro em uma cidade em que esse meio de transporte é considerado indispensável.
O projeto, criado pelo escritório Cadaval & Solà-Morales, conta com nove apartamentos de vários tamanhos e configurações e uma área comercial. Além disso, propõe uma reflexão sobre arquitetura, patrimônio histórico e urbanismo. O prédio já existente no terreno foi mantido, mas somente a fachada precisou ser totalmente preservada, de acordo com as leis locais. A ideia é fazer com que passado e presente coexistam de maneira harmônica, criando uma nova realidade em que a arquitetura moderna e a clássica se complementem.
Atrás da casa foi erguido mais um anexo, idêntico ao original, mas com tecnologia atual, que também conta com um pátio ao ar livre, do mesmo modo que na construção antiga. A utilização da mesma estética arquitetônica permite uma leitura contínua da paisagem.
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Além da extensão, o projeto também cresceu em altura com a adição de dois novos andares. Mas, a horizontalidade foi preservada. Para isso, o primeiro andar é totalmente envidraçado a fim de aliviar o peso e também diferenciar o edifício original da nova intervenção.
A casa original foi feita com tijolos, mesmo material utilizado nos novos módulos da parte de trás. Os mais recentes diferem somente em pequenos detalhes, provenientes da produção em escala industrial. São essas sutilezas que nos permitem ver a diferença entre as edificações. Já os volumes do nível superior exibem uma identidade própria e se destacam na paisagem pela cor preta e materiais de características contemporâneas.
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