De 25 de julho a 15 de novembro, o Instituto Moreira Salles (IMS), do Rio de Janeiro, sedia a exposição Claudia Andujar, no Lugar do Outro, a primeira grande retrospectiva da fotógrafa húngara. A mostra resulta de um processo de pesquisa em seus arquivos que durou dois anos e abrange o período em que ela chegou a São Paulo, em 1955, até as primeiras viagens para a Amazônia, nos anos 1970. São trabalhos pouco conhecidos da primeira parte de sua carreira, antes do envolvimento da profissional com os índios Yanomami. Entre as imagens apresentadas, estão reportagens fotográficas e ensaios pessoais, com registros em preto e branco e experimentações gráficas coloridas, datadas do final dos anos 1960 e começo dos 1970.
A partir do contato com os índios Yanomami, Claudia, uma das principais fotógrafas do Brasil, transformou a documentação e a proteção desse povo em missão de vida. Ela sempre se interessou em conhecer realidades desconhecidas do país e usava a fotografia para entender o lugar onde passou a morar. Durante anos, o trabalho ligado aos índios ocultou a produção anterior, que começa a ser retomada através da exposição promovida pelo IMS.
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Para facilitar a visitação do público, a mostra está dividida em quatro núcleos. O primeiro deles retrata as famílias brasileiras e compreende o período de 1962 e 1964, quando Claudia registrou o cotidiano de quatro grupos com vidas muito diferentes. O intuito da fotógrafa era entender como vivia o povo brasileiro e publicar o trabalho em uma revista, o que acabou não acontecendo.
O segundo núcleo é composto de reportagens feitas para a revista Realidade, onde ela trabalhou de 1966 a 1971. Para este veículo, a fotógrafa registrou as polêmicas operações do médico-espírita Zé Arigó, em Congonhas do Campo, MG, a atividade de uma parteira na pacata cidade de Bento Gonçalves, RS, a situação dos pacientes do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em São Paulo, uma sessão de psicodrama e o controverso trem baiano, que levava imigrantes desempregados da capital paulista de volta a seus estados.
No terceiro núcleo, Claudia apresenta três ensaios experimentais, que produziu em São Paulo. São eles: a série sobre a Rua Direita, os nus de A Sonia e fotos aéreas feitas com filme infravermelho.
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Fotografias sobre a natureza formam o quarto e último núcleo. As imagens retratam as primeiras viagens da fotografa à Amazônia, no começo dos anos 1970, principalmente ao longo do rio Jari, no Pará, e em Roraima.
O projeto expográfico é assinado pelos profissionais do METRO Arquitetos Associados, Martin Corullon, Gustavo Cedroni, Helena Cavalheiro, Juliana Ziebell e Manuela Porto.
Claudia Andujar, no Lugar do Outro
Curadoria: Thyago Nogueira
Data: de 25 de julho a 15 de novembro
Horário: de terça a domingo, das 11h às 20h
Local: Instituto Moreira Salles
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea – Rio de Janeiro, RJ
Entrada franca
