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O canto verde do paisagista

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  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

Por anos Thomas e Melissa Rainer viveram em um apartamento de 55 m² em Capitol Hill, em Washington, nos Estados Unidos. Enquanto o mercado imobiliário vivia seus piores dias, o casal mentia para si mesmo, negando a vontade de viver em uma casa. Os preços dos imóveis subiam sem parar. Os Rainer, ambos paisagistas, postergaram seu sonho de ter uma casa com jardim o quanto puderam. Um dia a ficha caiu: as casas simplesmente não iriam ficar mais baratas. Assim, eles resolveram agarrar o que pudessem antes que fosse tarde.

"Toda vez que tentamos comprar uma casa, haviam 14 outros lances", lembrou Thomas. "Perdemos tantas disputas, que nosso corretor já não aguentava mais mostrar-nos novas propriedades", completou Melissa. Em 2010 eles visitaram uma das piores residências que já viram. Era uma morada com três quartos em Arlington, na Virginia. O tour durou apenas cinco minutos e o casal fez um lance por inércia. Havia nove outras ofertas. "Para o nosso terror, vencemos a disputa, a casa era nossa", disse ele.

O primeiro passo foi jogar fora tudo que não prestava.  Contrataram um serviço de caçamba e começaram a desfazer-se do que fora deixado na casa. "Foi difícil saber quando parar de jogar coisas fora... nada era digno de ser salvo", contou Thomas. O casal reformou do piso ao sistema elétrico, eles mesmos. "Infelizmente a casa não tem boa ossatura, assim, qualquer melhoria que tenhamos feito é mera maquiagem", se lamenta ele, que não nega ser autocrítico demais.

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

Depois de alguns meses de trabalho a casa contava com aquecimento e sanitários que funcionavam. Thomas voltou-se então para o jardim. "Começamos a cuidar do jardim antes mesmo de termos uma cozinha", ri Melissa, que apoiou totalmente o cronograma inusitado de obras. "Dia após dia, surgiam caixas de plantas na minha porta das quais eu nunca ouvira falar, então, no fim do dia meu marido chegava do trabalho e sem ao menos dizer oi para mim ou nosso filho, dirigia-se ao quintal para desbravar seus novos tesouros", lembra ela.

Nem por isso, Thomas, que está acostumado a ter seus jardins publicados em sites e revistas, quis mostrar ao mundo seu Éden particular. Isso porque o paisagista se envergonha do que criou ali. "Eu trabalhei na Oehme van Sweden, dou aula na George Washington University e ainda mantenho meu site, Grounded Design, tenho uma imagem para sustentar e meu jardim é um caos", explica. "Se meus alunos vissem a área verde da minha casa, jamais me dariam ouvidos nas aulas", brinca.

O colega Todd Forrest, vice-presidente do Jardim Botânico de Nova York, é quem explica o desespero de Thomas. "Um jardineiro jamais pode olhar o jardim de um parceiro criticamente, pois todos sabemos que a regra é infalível: casa de ferreiro, espeto de pau", aponta. "O jardim privado do profissional da horticultura é um lugar estranho", diz, reticente. Mas Thomas sabe que a verdade é que a área externa da sua casa é um working progress, ou seja, um projeto que jamais terá fim, em constante mudança.

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 

  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 

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  (Foto: Darren Higgins/ The New York Times)

 


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