Uma mistura simples de sabão e água, colocada em um arco de arame ou plástico, proporciona uma das brincadeiras que mais alegram crianças e adultos: formar bolhas de sabão. De duração breve, seria lindo poder soprar, criar películas coloridas e conseguir manter paralisados os mais diversos formatos, podendo utilizá-los para dar vida aos ambientes. Parece difícil? Não para a designer holandesa Pieke Bergmans, que utilizou a técnica do vidro soprado em plásticos e obteve, assim, luminárias que parecem estar em constante movimento, compondo a coleção Vapor II.
Usando como matéria-prima o plástico PVC, a artista experimentou aquecê-lo e inflá-lo rapidamente e dessa forma obteve os mais diversos formatos. Seguindo o pressuposto de que não é necessário ter um olhar muito preciso sobre as criações, Bergmans deixou que o material se desenvolvesse naturalmente ao receber o ar. “O que decidi seguir nesse projeto era apenas aplicar o sopro e deixar que tudo fosse acontecendo. Minha interferência maior foi inserir cores em algumas peças”, explica ela sobre o processo de trabalho.
A projetista já havia realizado a Vapor I, uma série de luminárias também feitas a partir da técnica de sopro. Com seis metros de altura, os itens consistiam de pendentes no teto, diferentemente da segunda versão, ganhando formas que também podem ser utilizadas no piso. De uma maneira geral, todo trabalho da designer, seja de porcelana, plástico ou vidro, recebe formas fluidas, de beleza totalmente natural. Seguindo a premissa de realizar imperfeições "controladas" ela consegue chegar a formas inteligentes que parecem ter sido feitas por impulso, mas que, na verdade, escondem exercícios constantes de observação e experimentação.