De acordo com o filósofo francês Paul Virilio, na medida em que a tecnologia evolui, a percepção humana da passagem do tempo aumenta em progressão geométrica. Para ele, quanto mais conectada a sociedade está - diminuindo as distâncias no tempo e no espaço -, mais próxima está de um colapso. Essa teoria recebeu o nome de Dromologia (ou ciência do tempo) e inspirou os artistas Maotik e Fraction a criarem Dromos, uma instalação audiovisual que é a alegoria em forma de luz e som da teoria do filósofo.
Durante quarenta minutos, a dupla de artistas franceses orquestra a junção de sons minimalistas com uma arquitetura 3D mutante, projetada em 360º nas paredes da instalação. Em um púlpito no centro de Dromos, os artistas mesclam som e imagem ao vivo, tornando cada apresentação única. Ao redor deles, o público é convidado a acomodar-se em almofadas que ficam no chão e observar aquele mundo virtual se contrair e expandir em cores, formas e luzes, acompanhando as batidas da música minimalista e experimental. Pouco a pouco, esse ambiente instável cria um fluxo que leva os espectadores a um ponto de inércia completa para que, então, possam questionar, de fato, a influência de tanta tecnologia na vida cotidiana.
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