“Uma raia, um peixe que respira e muda a sua própria forma, sofre variações e se transforma em um pássaro para celebrar a emoção e fantasia de um voo”. Essa foi a imagem que os arquitetos Massimiliano e Doriana Fuksas, do Studio Fuksas, evocaram para criar o primeiro aeroporto de suas carreiras. Assim nasceu uma imensidão de branco e aço inoxidável chamada Terminal 3, no Aeroporto Internacional de Shenzen Bao'na, na China.
O terminal, que foi recém-inaugurado, levou três anos para ser concluído, um tempo notavelmente rápido para a criação e finalização de um projeto de tal magnitude. Agora, com o anexo, a capacidade do local mais que dobra, permitindo que ele receba até 45 milhões de passageiros por ano. São três andares – um para chegadas, outro para partidas e outro para serviços.
Além da raia, outras referências naturais nortearam a criação dos mais de 500 mil m² e um quilômetro e meio de comprimento. Toda a cobertura de aço e vidro da construção é permeada por milhares de clarabóias em forma hexagonal. Como em uma colmeia, permitem a entrada da luz natural durante o dia. A inspiração orgânica invade todo o ambiente, sendo refletida pelo piso de ladrilho polido, pelas mesas de check-in e pelos portões projetados especialmente para o aeroporto.
Sob as curvas do telhado que alcançam 80 m de altura, ficam saídas de ar-condicionado que se assemelham a troncos de árvores. Entre elas, sustentando o teto, enormes colunas brancas e cilíndricas simulam uma bela catedral futurista, visão de tirar o fôlego.
Cliente da obra, a Shenzhen Airport Group Co., ficou tão satisfeita com o resultado que está fazendo algo incomum. Vai tentar registrar os direitos de design do aeroporto. Sem surpresa, os arquitetos do Studio Fuksas foram convidados para realizar mais duas novas extensões, que ficarão prontas em 2025 e 2035.