O bilionário Christian Grey, personagem do livro Cinquenta Tons de Cinza, é enigmático, dominador e... um grande fã de design português. Pelo menos é o que acredita o diretor de arte David Wasco, responsável pela decoração do apartamento usado como cenário do filme homônimo ao best seller, que tem previsão de estreia mundial nesta sexta-feira (12/2).
No longa, o ator Jamie Dornan, intérprete de Grey, desfila sua boa forma entre móveis de traços modernos, sendo alguns desenhados pela equipe de cenografia, e outros pelos estúdios Delightfull e Boca do Lobo. E para os apressados e fãs da franquia, o design saiu na frente, e objetos de decoração e luminárias, que parecem ter vindo direto dos anos 1950 e 1960, já estão à venda pela internet.
O curioso dessa pré-venda, é que os próprios designers só descobriram que suas peças estavam no filme quando viram o trailer e o décor do apartamento virtual de Grey, divulgado pela Universal Pictures na última semana. Veja algumas peças abaixo e se encante com o charme e a sensualidade das peças.
A construção do Yok Casa + Cultura, nova opção de hospedagem em Barcelona, começou com a intenção do ecodesigner Petz Scholtus e da administradora hoteleira Mari Rodríguez de criarem uma alternativa à hotelaria de massa que predomina na região central da cidade.
O empreendimento é composto por apenas três apartamentos com áreas que vão de 60 a 95 m² e capacidade para acomodar de 4 a 8 pessoas. As unidades integram um casarão erguido no início dos anos 1900, carregado de traços do modernismo catalão, como pé-direito alto e tetos ricamente adornados, mosaicos nos pisos e belas portas-balcões de madeira que dão acesso a varandas.
Em operação desde 2014, o local foi submetido a uma reforma profunda com seis meses de duração. O foco da intervenção foi oferecer aos hóspedes o conforto dos tempos atuais, mas sem prescindir do charme e da personalidade da construção original.
Como conceito geral, procurou-se evitar excessos e empregar a menor quantidade de materiais possível. Daí os ganchos nas paredes, em vez de armários ou prateleiras. Nas cozinhas, o mobiliário foi construído com pallets de madeira e as bancadas receberam superfícies fabricadas a partir da reciclagem de espelho, vidro, porcelana, faiança e cinzas vitrificados.
O projeto de restauro seguiu princípios do ecodesign, com o uso de matéria-prima reutilizada, espelhos vindos de antiquários, tintas livres de compostos voláteis orgânicos e dispositivos economizadores de água. Visando eficiência energética, lumináriasde porcelana recicladas foram adaptadas para receber lâmpadas de LED.
Além de reduzir a pegada ambiental, o décor mais minimalista permitiu destacar a arquitetura tão singular do lugar. O projeto também colocou ênfase na produção de uma nova geração de designers locais, composta por gente criativa como Guillem Ferran, Damon Bopp e Marc Morro.
Acima dos apartamentos, o YOK Casa + Cultura possui um terraço transformado em espaço para eventos culturais. Com uma vista privilegiada, o espaço foi construído com a missão de estreitar a relação entre o hotele a vibrante cidade, criando uma oportunidade a mais para interação entre os barceloneses e os visitantes de outras localidades.
Chega um belo dia em que todo mundo entende que a beleza da vida está na soma de pequenas maravilhas e não na espera por algo grandioso. Foi com base nesse pensamento que Motoko Watanabe e Shaul Margulies abriram, em 2010, no descolado bairro nova-iorquino de Williamsburg, o restauranteHouse of Small Wonder.
O ambiente aconchegante, com muita madeira e tijolos à vista, logo se tornou popular com seus cafés da manhã, brunches e pratos que temperam receitas tipicamente norte-americanas com um toque japonês. Nada mais natural, então, que levar esse pequeno prazer para mais pessoas. O destino escolhido foi a cosmopolita Berlim.
Inaugurado há pouco tempo na calma região de Johannisstrasse, o House of Small Wonder Berlin leva para a Alemanha um gostinho do Brooklyn. O ambiente intimista, leve e cheio de plantas criado por Jonathan Margulies, da Prop House, é formado por paredes de madeira de demolição, móveis vintage e, claro, comida de qualidade.
Assim como na sede original, o restaurante oferece uma culinária repleta de ingredientes orgânicos – com a adição daqueles tipicamente alemães –, pratos preparados na hora e sabores orientais para não botar defeito. Pães caseiros e croissants com nutela abrem espaço para receitascomo o Okinawan Taco Rice – um clássico tex-mex com sotaque japonês – no qual carne de porco, vegetais picados, queijo e ovo são colocados sobre o arroz. O contrário também é possível. No Sashimi Zuke Don, o peixe cru ao molho de soja ganha abacate, cogumelos e gergelim.
O House of Small Wonders Berlin é como uma dessas pequenas coisas boas da vida. Se a metrópole se apresentar hostil, seus interiores aconchegantes serão como um sopro de primavera no meio do inverno.
Alguns espaços dedicados à arte são tão assépticos e impessoais que quase é possível acreditar que o único trabalho humano ali são as obras. Foi para romper com essa estética que os empresários Gabriel Caramelo e Pedro Navio abriram, no bairro paulistano de Pinheiros, o Warm São Paulo, uma mistura de galeria de arte, residência artística e área de convivência.
“A Warm São Paulo nasceu para encurtar a relação entre espectadores e produtores de cultura contemporânea de todo o mundo, buscando estabelecer um diálogo informal, leve e acolhedor entre pessoas com os mais variados níveis de interesse em arte, tanto do Brasil quanto do exterior”, conta Gabriel, que pretende expandir seu formato de galeria para outros lugares dentro e fora do país.
Localizada em uma casa do início do século 20 completamente restaurada, a Warm é formada por duas salas de exposição, uma residência artística e o Warm Café – que conta com grãos especiais, cervejas e pratos gostosos. Ali também é possível encontrar uma biblioteca voltada para temas da arte, livros, revistas e zines de todo o mundo.
“A ideia é que o local sirva de moradia e trabalho para artistas estrangeiros e brasileiros e coloque o Brasil como um hot spot para o mundo”, explica Gabriel, que tem o objetivo de dar impulso a uma nova geração de colecionadores que se interessam por arte contemporânea. “A proposta principal é estabelecer um intercâmbio cultural ativo entre artistas, curadores, colecionadores e curiosos”, completa. Se depender dos tradicionais pisos de madeira mesclados à mobília eclética que permeia o local, o clima de aconchego para os hóspedes e visitantes já está garantido.
Warm São Paulo
Endereço: Rua Deputado Lacerda Franco, 462 - Pinheiros, São Paulo, SP
Horário de funcionamento: de terça à sábado, das 11h às 20h
A chave para a decoração desse apartamento é o equilíbrio entre dois extremos: sobriedade e ousadia. A morada de 400 m² na Praia de Itacaraí, em Niterói, abriga uma família tradicional portuguesa, adepta da simplicidade. Mas a arquiteta Roberta Devisate tem apreço por detalhes coloridos, formas orgânicas e arte contemporânea.
Ela combinou os seus toques com o gosto da família. Para isso, pontuou detalhes azuis, acobreados e marrons sobre uma paleta de cores mais neutra, que vai do bege ao cinza. A marcenaria baseia-se nas linhas retas, poucos elementos decorativos e tons naturais. Os revestimentos incluem o piso de ipê clareado original e porcelanato branco. "Fizemos essa brincadeira entre tradição e contemporâneo, despojamento e descontração", conta a arquiteta.
Varanda, living, home theater, sala de jantar e bar formam um só ambiente. A planta aberta privilegia a generosa vista de 180º da Baía de Guanabara, que penetra fundo na morada. A versatilidade também pesou na decisão: os proprietários queriam receber os familiares de maneira prática, sem depender de funcionários o tempo todo.
Móveis de design e obras de arte adornam os espaços de convívio. A começar pela varanda, onde destacam-se as simpáticas poltronas de madeira e cordas Euvira, de Jader Almeida. A sala de estar ganha o banco Cheig, do mesmo designer, e telas de Roberto Lacerda.
O home theater tem sofá Florina, da Conceito Empório Casa, com escultura de Valeria Saraiva. Ali, a estante com portas deslizantes oculta a televisão. Já a sala de jantar ganhou mesa F1, da Galeria 021, os espelhos com formas ovaladas Stone, da Lattoog e os pendentes Beat em branco e dourado, de Tom Dixon.
Os ambientes íntimos também ganharam decoração cuidadosa. A copa combina os modernos pendentes Caravaggio, de Cecilie Manz, a um painel vinílico da Orlean decorado com estampas de azulejos portugueses em tons de azul e branco. Esse é o cantinho mais disputado do apartamento, onde acontecem as refeições que reúnem a família rigorosamente todos os dias.
Os tons claros continuam nos quartos, com marcenaria de carvalho acinzentado – os toques de cor ficam por conta de adornos e laca azuis-marinhos ou turquesa. Os móveis retos facilitam a organização dos três filhos universitários. Para a suíte máster, Roberta também apostou em suavidade. Um painel de couro natural domina uma das paredes, ladeado por espelhos que ampliam o espaço.
Uma forma certeira de alcançar um clima de sofisticação masculina ao decorar um ambiente é apostar nas linhas retas e nos tons escuros. A sala de estar criada por Vincent Van Duysen leva esses elementos ao extremo para dar origem a um espaço cheio de drama. As paredes ostentam uma pintura negra e opaca, que ganha força ao camuflar os armários embutidos de um dos lados em uma escuridão chic. Sobre o piso de madeira clara – responsável por fazer um contraponto de luz no cômodo – reúne-se um grupo de móveis vintage. Enquanto uma cadeira com revestimento de palhinha exibe formas modernistas, uma dupla aveludada adiciona conforto: o sofá azul e a mesa de centro marrom. Sobre a última, livros deixados despretensiosamente evidenciam a presença humana no ambiente quase surreal. Afinal, não basta ser marcante, o living precisa transpirar personalidade.
Quer ver mais ambientes inspiradores como este? Acesse o board de decoração no Pinterest da Casa Vogue e faça uma coleção dos seus espaços favoritos!
Quando o assunto é comida brasileira com toques de modernidade, o nome que não sai da cabeça dos amantes da boa gastronomia é o da chef estrelada Kátia Barbosa, dona do disputado restaurante Aconchego Carioca, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Criadora do famoso bolinho de feijoada e outros tantos quitutes de boteco, a cozinheira de mão cheia está de casa e cardápio novo.
Com apenas dois meses de funcionamento, o Comedoria já está entre os bares favoritos dos cariocas e turistas que frequentam a zona Sul da cidade. Instalado na rua Rainha Guilhermina, 48 – onde antes funcionava o Caneco 70 –, o espaço passou por uma reforma profunda. O clima é de puro despojamento e aconchego, típico dos botequins que fizeram a fama da Cidade Maravilhosa. “É um bar de comida brasileira, feita com amigos e para amigos. Um lugar descontraído para se divertir e também conhecer um pouco mais da nossa culinária, que é tão rica e especial”, resume Kátia.
No cardápio, petiscos que vão do bolinho de jiló com linguiça, passando pelo de feijão verde com carne de sol, até a rabada prensada, um dos carros-chefe da casa, e que ela ensina com exclusividade para os leitores da Casa Vogue. Portanto, lápis e caneta na mão!
Rabada prensada
Por Kátia Barbosa
Ingredientes
• 2 kg de rabada limpa
• 2 colheres de sopa de azeite
• 200 g de bacon
• 100 g de cebola picada
• 30 g de alho picado
• 100 g de tomate picado sem semente
• 10 g de sal
• 10 g de pimenta-do-reino
• 6 folhas de louro
• Alecrim a gosto
• 2 colheres de sopa de shoyo
• 2 litros de água
Modo de preparo
• Temperar a rabada com sal, pimenta, louro, alecrim, alho e shoyo
• Em uma panela larga, refogar a rabada com a cebola e o azeite por uns 20 minutos, ou até dourar
• Transferir tudo para uma panela de pressão e cozinhar por mais 40 minutos
• Desfiar a rabada e reservar
• Coar o caldo e colocar na geladeira para separar e retirar o excesso de gordura
• Colocar o caldo para reduzir
• Misturar a rabada desfiada com a pimenta verde e um pouquinho do caldo, tomando cuidado para não molhar demais
• Prensar a rabada com a ajuda de um cortador de massa (para ficar igual ao da foto, o formato quadrado é o certo)
• Guardar na geladeira ainda na forma até a hora de servir
• Aquecer em uma frigideira apenas na hora de servir e colocar o molho e um pouco de agrião para acompanhar.
Quantos anos, meses, dias, horas, minutos e segundos uma pessoa vive? Você se lembra de todos esses momentos? Ou melhor, você se lembra dos primeiros instantes da sua vida? Foram essas dúvidas, juntamente com o nascimento de seu herdeiro, que levaram o renomado fotógrafo Christian Berthelot a criar uma série de fotos dos segundos iniciais de um bebê após o nascimento.
Chamada de C-Section (Seção C, em inglês), a coleção de imagens mostra como é realmente o nascimento, o choque de uma criança ao ver a luz do dia pela primeira vez. “Quando eu vi meu filho pela primeira vez, ele estava sangrando e coberto desta substância branca”, explica Berthelot. “Ele era como um guerreiro que tinha acabado de ganhar sua primeira batalha, como um anjo das trevas”.
Veja abaixo, uma seleção de fotos impressionantes do trabalho de Christian Berthelot, que fica em exposição no Circulation(s) Festival, em Paris, França, até o dia 5 de março de 2015.
"Quando será que o homem e a natureza viverão em harmonia? Entendimento, interação e colaboração seriam metas desejáveis", comenta a jornalista e crítica de designMaria Helena Estrada logo em um dos prefácios do livro Desafios do design sustentável brasileiro. A obra, publicada pela Versal Editores, mostra peças de mobiliário e de produto, construções arquitetônicas e criações da moda escolhidas sob a curadoria de Waldick Jatobá e assistência de curadoria de Bruno Simões.
Nas páginas feitas de vitopaper – um papel sintético produzido a partir de plásticos reciclados – são inúmeros os produtos que, não apenas respeitam os recursos naturais do planeta, como também facilitam a vida diária e são frutos de projetos de inclusão social. Afinal, sustentabilidade tem a ver com construir um sistema interdependente de colaboração que beneficie a todos.
Para dar ainda mais peso à lista de criações que não são apenas corretas, mas também lindas, cada um dos capítulos – Arquitetura, Design de moda, Design de móveis e Design de produto – foi escrito por uma personalidade de alto nível que pudesse falar, com propriedade, sobre sua área.
Além de inspirador, o livro Desafios do design sustentável brasileiro levanta a bandeira do upcycling – o processo de transformar resíduos em itens mais valiosos do que os originais –, um termo muito mais interessante que seu irmão mais novo: reciclagem. Como diria Waldick Jatobá, parafraseando a arquiteta Eve Blossom, "há algo acontecendo no design, algo poderoso. As pessoas perceberam uma verdade simples: o design é uma forma legítima de mudar o mundo.”
Desafios do design sustentável brasileiro
Versal Editores, 192 páginas
Poucos lugares em São Paulo conseguem unir uma arquitetura caprichada com um cardápio exclusivo, inovador e que instiga a curiosidade e o paladar. Este é o caso do Kaá, iniciativa do empresário Paulo Barros, sob o comando do chef francês Marc Le Dantec.
A surpresa começa logo na entrada discreta, que conduz a um salão com pé-direito triplo. Ali, um teto retrátil se abre nos dias de calor para que os clientes possam contemplar as estrelas. No projeto do Studio Arthur Casas, um dos pontos altos é o jardim vertical que traz vida e charme ao entorno, todo de madeira.
E se o décor impressiona, a cozinha também não deixa nada a desejar. Entre os destaques do cardápio de sobremesas, a Panna Cotta Amazônica é uma ótima escolha. Casa Vogue pediu, e o chef ensinou os segredos desse doce tipicamente italiano, aqui adaptado para os ingredientes de inspiração brasileira. Anote o passo a passo!
Panna cotta amazônica de bacuri
Chef Marc Le Dantec
Rendimento: 23 porções
Ingredientes
• 2 xícaras de creme de leite
• 1 xícara de leite
• 350 g de açúcar
• 1 fava de baunilha
• 12 folhas de gelatina incolor
• Compota de bacuri (duas colheres de sopa de polpa de bacuri reduzida com açúcar). Caso não encontre a fruta, o chef sugere substituir por calda de cupuaçu, frutas vermelhas ou de pêssego
Modo de preparo
Creme
• Misture o creme de leite, o açúcar e a fava de baunilha até ferver. Reserve e deixe descansar por 5 minutos
• Em seguida incorpore as folhas de gelatina, previamente diluídas em água
• Deixe esfriar e coloque em potinhos na geladeira
Calda de bacuri
• Cozinhe a polpa de bacuri com açúcar por uma hora
• Após desligar o fogo, deixe esfriar para finalizar a panna cotta
Conhecida por sua performance art vanguardista, a artista Marina Abramović vem expandindo nos últimos anos o campo de aplicação de suas ideias inovadoras, com novas parcerias com designers, arquitetos e marcas globais – o que prova, mais uma vez, que não há limites para sua criatividade. "O artista tem total liberdade, deve poder criar em qualquer arena. Ele é um ser totalmente livre; esse é justamente o seu dom: poder fazer o que quiser, como quiser. O importante é a originalidade do fazer”, conta ela. Marina recebeu Casa Vogue para uma entrevista particular no MoMA, em Nova York, durante o lançamento de sua nova linha de tableware para a marca francesa de luxo Bernardaud.
Com a Adidas, por ocasião da Copa do Mundo de 2014, desenvolveu ao lado do parceiro Ulay o curta Work Relations, uma releitura da performance dos anos 1970 de mesmo nome. A nova versão enfatiza o trabalho em equipe e mostra todos os participantes usando os tênis da marca. Já em Counting Rice, a parceria se deu com o arquiteto Daniel Libeskind, que criou especialmente para ela um mix de cadeira e mesa. Com a renomada designer Patricia Urquiola, desenvolveu a cadeira Render, idealizada para oferecer aos futuros visitantes do Marina Abramović Institute (MAI) o conforto tanto para assistir as performances, como simplesmente descansar. Ambas as peças, fabricadas pela Moroso, foram lançadas em limitadíssimas edições.
E por fim, para transformar um antigo prédio na cidadezinha de Hudson, Nova York, na sede do MAI, o escolhido foi ninguém menos que o starchitect Rem Koolhaas.
Cadeira Render, design Patricia Urquiola para Moroso
Instalação criada com o protótipo da cadeira/mesa Libeskind
Mas a colaboração mais pessoal da artista talvez seja a recém-lançada coleção de louças Misfits for the Table, em parceria com a fabricante de porcelana francesa Bernardaud. As peças se baseiam no seu Abramovic Methode – que busca incentivar a criação e celebração de rituais nas mais prosaicas situações. Já de início, a Misfits evita o óbvio, com um número de peças no jogo bem diferente do que as coleções desse tipo apresentam. E a explicação é que ela quis que o usuário pudesse misturar e adaptar ao seu dia a dia, seja sozinho ou acompanhado. Ao contrário das tradicionais peças de mesa, os dois sets são diferentes, formando um jogo propositalmente desfalcado.
A coleção foi apresentada durante um evento privé no MoMA, em Nova York
Marina buscou na própria história a inspiração para as imagens da cerâmica. Nelas, vê-se o brasão de sua família, que a artista descobriu em uma das visitas recentes à Montenegro: um lobo (representando a força), um carneiro (a sensibilidade) e um corvo olhando para a direita (a vitória); e que juntos representam o triunfo da força sensível. A estrela também é uma imagem com bastante simbolismo para Marina – usada, inclusive, em uma de suas primeiras performances. Nesta coleção ela vem em três momentos: vermelha de seis pontas, que representa Marte; vermelha de cinco pontas, que faz alusão à memória dos anos difíceis na então Iugoslávia, onde o elemento gráfico era a propaganda comunista; e a branca, que traz à tona a eterna curiosidade sobre o universo galáctico. "A estrela vermelha é o passado, a memória; a branca são as possibilidades do futuro", explica ela.
O brasão da família Abramović aparece estampado na louça de 16,5 cm de diâmetro
A estrela de cinco pontas faz alusão à memória dos anos difíceis na então Iugoslávia, onde o elemento gráfico era a propaganda comunista
Sempre fascinada pelo espaço sideral, Marina conta da conversa que teve com Richard Bronson: "Perguntei a ele se poderia embarcar naquela viagem espacial que ele está organizando, mas com uma passagem só de ida. Ele disse que iria pensar". E enquanto espera a resposta para morar, literalmente, fora de órbita, Marina traz para a mesa pedaços do universo em close-up extremo, quase abstrato, da superfície dos dois astros, no caso o sol e a lua. Sobre o processo de produção desses dois últimos, Frédéric Bernardaud, diretor de criação da marca que leva seu sobrenome, comenta: "Marina queria que essas imagens tivessem um senso de profundidade o mais real possível. Trabalhamos intensamente por alguns meses para que o dourado e o prateado tivessem a luz, sombra e reflexos desejados por ela."
A inspiração galáctica fica evidente no prato de 31 cm de diâmetro
Perguntada sobre como traduzir seu conceito, que é tão baseado na imaterialidade e no efêmero, em algo físico e concreto, Marina garante: "O importante não é o objeto, mas a mensagem transmitida. É a possibilidade que eles trazem de criar momentos rituais no nosso cotidiano. Temos que comer todos os dias, então como fazer disso algo especial? Essa é a ideia, não o objeto por si só."
E foi justamente esse desafio, de como traduzir conceitos mais filosóficos em algo concreto, que fez com que a Bernardaud selecionasse a artista para o projeto. "Achamos que seria algo diferente e interessante trazer essas ideias abstratas para um objeto físico", explica Frédéric. "E foi muito bom descobrir que o resultado do conceito criado por Marina, mesmo não sendo diretamente sobre o objeto, gera uma relação mais profunda e íntima entre o usuário e o produto."
Frédéric Bernardaud mostra a coleção para convidados
Participando agora de um ato tão prosaico na rotina de uma família, Marina fala sobre como a cozinha teve – e ainda tem – muita importância na sua vida: "É curioso como ela sempre foi o centro do meu mundo, onde a família se reunia, desde os tempos da minha avó; lá se contavam os sonhos, se discutia os problemas, se conversava. E até hoje tenho uma atração especial por objetos de cozinha, pratos, xícaras, copos, muitas vezes incorporando-os no meu trabalho."
Sobre as inevitáveis críticas em relação à comercialização de seus conceitos, a artista rebelde não mede palavras: "Se fosse me preocupar com críticas quando iniciei carreira, não teria criado nada", afirma ela. "Detesto qualquer tipo de limitações impostas ao artista. Não respeito limitações. Se me interessar fazer moda, farei moda; se quero fazer design, farei design! Não importa se é comercial ou não, o que importa é se traz algo de novo ou não. O mundo está dividido em duas categorias: originais e seguidores. A mim só interessa os originais. Seja em design, música, arquitetura, ou qualquer outra disciplina."
Misfits for the Table estará disponível com exclusividade na MoMA Design Store até o fim de fevereiro.
A coleção está à venda na loja do MoMA, em Nova York
Quarenta anos depois, Marina Abramović continua surpreendendo
Um seleto grupo de convidados e apoiadores do museu prestigiou o lançamento
Cada peça da coleção, limitada a dois mil exemplares, vem acondicionada individualmente
A lua serviu de inspiração para o prato de 31 cm de diâmetro
O prato de pão tem 16,5 cm de diâmetro
"O importante não é o objeto, mas a mensagem transmitida. É a possibilidade que eles trazem de criar momentos rituais no nosso cotidiano", revela Marina
"É curioso como ela [a cozinha] sempre foi o centro do meu mundo, onde a família se reunia, desde os tempos da minha avó", comenta a artista
Cada set com 4 peças pode ser adquirido por 580 doláres na loja do MoMA
Estreia hoje nas salas de cinema a adaptação aguardadíssima do bestseller erótico 50 tons de cinza, no qual o milionário e dominador Christian Grey habita um lar masculino, moderno e cheio de sofisticação. Para adotar as tonalidades do momento – já que o cinza está super em alta na decoração – não é preciso ser fã do personagem. Esta sala de estar criada pelo Studio Pepe é um ótimo exemplo disso. Nela, a paleta de cores vai do preto ao quase branco permitindo que apenas o marrom da madeira extrapole o espectro dessaturado. Móveis de linhas retas, como o aparador e o sofá, são confrontados em uma brincadeira de sotaque modernista com outros de formas arredondadas, como as mesas laterais Tulipa, de Eero Saarinen, e a icônica poltrona Egg, de Arne Jacobsen. Mas o responsável por salpicar drama e personalidade única ao espaço é o papel de parede. Em uma versão reloaded dos antigos painéis kitsch que reproduziam cenas da natureza, ele traz, em todos os tons acinzentados, a imagem de uma floresta. Para deixar o local ainda mais emblemático, uma prateleira exibe espelhos geométricos enquanto um pendente escultural banha o local com luz neon amarela.
Quer ver mais ambientes inspiradores como este? Acesse o board de decoração no Pinterest da Casa Vogue e faça uma coleção dos seus espaços favoritos!
As janelas desse lar no bairro do Morumbi revelam uma São Paulo cinza e agitada, algumas dezenas de metros abaixo. No interior, porém, reinam conforto, cores profundas e organização. Tudo a ver com os proprietários, um casal com filhos já adultos que viaja muito e preza o descanso. A dupla coleciona vinhos e objetos adquiridos durante os anos em que viveram na Itália.
As arquitetas Laura e Cristina Bezamat priorizaram o aconchego e a atmosfera clássica na morada de 395 m². Para isso, nadaram contra a corrente. Fugiram dos ambientes integrados e apostaram em cômodos dispostos de maneira linear. E nada de cores claras demais. "A cliente fica inconformada se vê uma parede branca", conta Cristina. "Escolhemos tons saturados".
Por isso, a sala recebeu pintura marrom da I Colore di Venezia, aplicada de maneira a parecer envelhecida ou manchada – mesma técnica e produto usados nas flagships da Armani. Salas de estar, jantar e TV ganharam tacos de cumaru da Indusparquet. Os tons saturados também aparecem nos tecidos – linho, seda e couro natural. Ambientes mais iluminados, como varanda, receberam o piso de mármore Travertino Navona.
O horizonte rouba a cena na varanda, onde os móveis da Artefacto e o piso de mármore Travertino misturam-se aos bancos de formas orgânicas da Rug Hold. A sala de estar continua o jogo entre tradicional e recente. Ali, as banquetas da Etel harmonizam-se a peças do acervo dos moradores, como o gaveteiro comprado na Itália e o quadro com moldura clássica.
De acordo com Cristina, a chave para combinar novo e retrô é calibrar as cores e formas. Assim, o sofá e mesa de linhas retas da Artefacto, no living, receberam tons marrons e até a ousada foto de J. R. Duran, adquirida na Galeria Babel, é em preto e branco. "Eles queriam que os interiores contassem um pouco de sua história. Nesse tipo de projeto, a gente não pode colocar só peças antigas ou contemporâneas", conta.
Os quartos dão continuidade à decoração do apartamento, mas são mais personalizados. Assim, a suíte máster ganhou cadeira e gaveteiro da Juliana Benfatti Antiguidades & Excentricidades, quadros de acervo e, na parede, a mesma pintura do living. Já o dormitório de um dos filhos traz itens modernos, como o banquinho da Etel, pendentes Bossa,de Fernando Prado, e placas de lona da Brint Brasil na parede.
A marcenaria executada pela Tora Tora reforça a atmosfera aconchegante com portas de correr duplas e rodapés altos. Nas áreas sociais os armários são de carvalho castanho e laca, enquanto a peroba, mais clara, marca os ambientes íntimos. A iluminação indireta, com luminárias focadas em móveis e obras de arte, colabora com o conforto em todo o lar.
Em alguns anos, a cara do Museum of Fine Arts, Houston vai mudar. E o complexo de edifícios ganhou um excelente cirurgião plástico, o arquiteto Steven Holl. O plano diretor do americano transformará o campus dedicado à exposição e estudo das belas artes e, de quebra, presenteará a cidade com um espaço público voltado aos pedestres.
Três novos edifícios passarão a pertencer ao complexo. A equipe de Holl desenhou o prédio Nancy e Rich Kinder, dedicado à produção dos séculos 20 e 21. A construção é permeável por todos os lados. A cobertura e fechamento de vidro translúcido permitem que a luz do dia penetre e fazem com que ela emita uma luz suave durante a noite. O teto, com formas côncavas, celebra as nuvens do Texas e reforça a iluminação natural. O interior é pontuado por sete jardins verticais com espelhos d'água. Dois pisos de galerias circundam um átrio com pé-direito triplo.
Holl também assina o novo edifício da Glassel School of Art. O fechamento é rítmico: foi composto por uma série de painéis inclinados de concreto jateado. No interior, aberturas permitirão contemplar o jardim de esculturas, com design de Isamu Noguchi. Uma cobertura verde visitável oferecerá vistas dramáticas para os outros prédios do museu.
E faz todo o sentido, já que por ali estão edifícios projetados por arquitetos como Ludwig Mies van der Rohe, Rafael Moneo e William Ward Watkin. Todo os estacionamentos foram posicionados em garagens subterrâneas, liberando espaço para pedestres e locais de encontro públicos. Um túnel ligará o novo prédio ao construído por Mies.
Embora traga benefícios públicos, o museu foi construído com dinheiro de particulares. Até recentemente, os organizadores obtiveram US$ 330 milhões com doações, cerca de 70% da quantia total. Só o empresário egípcio-americano Fayez S. Sarofim doou US$ 70 milhões – em troca, ele dá nome ao complexo. Já o casal Nancy e Rich Kinder, através da Kinder Foundation, contribuíram com US$ 50 milhões. A dupla ostenta os nomes na nova galeria de arte moderna e contemporânea.
Morreu nesta quinta-feira (12/2), em São Paulo, Tomie Ohtake. A artista, 101 anos, estava internada desde o dia (2/2) com pneumonia, quadro que se agravou nessa terça-feira (11/2) devido a uma broncoaspiração seguida de uma parada cardíaca. Desde então, Tomie seguia em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Sírio-Libanês. O velório será nesta sexta-feira (13/2), entre 8h e 14h, em seu Instituto, em São Paulo, onde a artista será cremada.
Dona de uma criatividade e um instinto de renovação aguçado, Tomie, que nasceu no Japão e desembarcou no Brasil em 1936, se consagrou logo nos primeiros trabalhos, em 1960, e manteve tal maestria ao longo dos anos e nas diferentes fases de sua pintura, gravura e escultura. O domínio total de seu trabalho e ideias fizeram da artista dona de sua arte, e não refém dela, como muitos nomes que se perderam na história. Tal controle fez sua maturidade pessoal e profissional caminharem juntas, como pode ser visto em suas pinturas, que mudaram, em primeiro momento, na imaterialidade aparente para um estudo profundo e perturbador da relação da cor com a forma.
E as renovações não pararam por ai. A partir dos anos 1980, novas referências permearam o trabalho da artista: a alusão à natureza deu espaço às formas orgânicas; paisagem, frutas; o sensual ao francamente sexual. E, com isso, as telas, ao invés dos planos coloridos chapados, ganharam manchas justapostas e sobrepostas. Já nos anos 1990, e até os dias atuais, a transparência e a profundidade se acentuaram nos trabalhos.
Pintura de Tomie Ohtake, sem título, 2002
Tomie entre nós
E além da pintura e da gravura, outra técnica que Tomie se especializou foi a das esculturas, que além de marcarem presença em grandes feiras e exposições, a levaram para os cenários urbanos. Ao todo foram 27 obras espalhadas em cidades brasileiras. São Paulo, por exemplo, foi presenteada com os painéis As Quatro Estações (1991) na estação de metrô Consolação, a escultura de concreto armado Monumento à Imigração Japonesa (1988) na avenida 23 de maio, a pintura em parede cega na Ladeira da Memória, e a escultura em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Tomie deixa dois filhos, Ruy e Ricardo Ohtake, entre outros familiares, e uma bagagem histórica e artística de respeito. Ao todo foram 28 prêmios, mais de 50 individuais e 85 coletivas ao redor do mundo.
Monumento em homenagem aos100 anos da imigração japonesa no Brasil, de 2008, localizado no aeroporto Internacional de Guarulhos, Grande São Paulo
Tapeçaria de 1990, localizada no Memorial da América Latina, em São Paulo
Tela de Tomie Ohtake, na Galeria Nara Roesler, é a responsável por dar splash de cor ao ambiente criado pela arquiteta Fernanda Marques para o editorial Paletas Assinadas, publicado na Casa Vogue em setembro de 2013
Tela de Tomie Ohtake na parede, à direita, no décor da empresária Sonia Diniz, dona da Conceito: Firma Casa
Tela de Tomie Ohtake, à direita, decora a casa projetada por Consuelo Jorge para um ex-CEO
Tomie Ohtake, nascida em Kyoto, no Japão, é de poucas palavras, mas se expressa com intensidade em suas obras. Prestes a completar 100 anos [em 21 de novembro de 2013], a artista falou à Casa Vogue. Em seu ateliê, ela abordou o Brasil, cores e família.
Qual foi sua primeira impressão quando desembarcou no Brasil, aos 23 anos?
Que o país tinha a cor amarela, por causa do sol.
O que pretende fazer na data em que completará 100 anos?
Haverá a abertura de uma nova exposição no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Paulo Herkenhoff. Mas será um dia normal, como os outros.
Sua arte hoje.
Pintura abstrata. As texturas, cores, formas e pinceladas são objetivas.
Brasil ou Japão? O que aparece mais em seu trabalho?
O meu trabalho é ocidental, mas pode ter influência japonesa. No Japão se faz uma forma de poesia chamada haikai, que soma apenas 17 sílabas. É essa concisão que eu também busco.
Seu ambiente preferido em casa.
O ateliê.
Um sabor inesquecível.
Gengibre.
Uma cor que define você.
Vermelho.
Kyoto ou São Paulo?
Ambas.
Sua palavra favorita na língua portuguesa.
Calor.
Um hábito brasileiro ao qual você nunca se acostumou.
Desleixo.
Quanto tempo se leva para aperfeiçoar um talento? Que tal 80 anos? Porque o homem mais velho da Austrália, Alfred Date, 109 anos, tem praticado o tricot desde a década de 1930, e sua última - e mais famosa - iniciativa diz respeito a tricotar suéteres para... pequenos pinguins em perigo de extinção!
De volta a 2013, a Victoria’s Phillip Island Penguin Foundation realizou uma campanha de recrutamento de voluntários para a confecção de graciosos suéteres para pequenos e raros pinguins ameaçados de extinção. Alfie, que nunca soube dizer um não em toda sua vida, candidatou-se para uma vaga.
Pode parecer estranho ou pouco usual, mas tricotar esses suéteres faz toda a diferença no resgate das espécies afetadas pela poluição e por vazamentos de óleo.
Pai de 7 filhos e avô de 20, ele não só tem sido um "tricotador bastante ativo", mas também um esportista experiente, tendo praticado golfe até os 90 anos.
Seu segredo para a longevidade? "Levantar da cama todas as manhãs", diz ele. Aparentemente, Alfie é um piadista também.
Quando pequeno, assistia aos Jetsons, série de televisão na qual o ano de 2062 é retratado por carros voadores, cidades suspensas, teletransportes e robôs, e ficava me perguntando: será que tudo isso realmente vai existir um dia? Engraçado como temas sobre o futuro mexem com a imaginação das pessoas há décadas. E se o futuro já tiver chegado?
Quem nunca parou para pensar em como viveremos no futuro? Como será a moradia daqui a 15 ou 20 anos? Como a tecnologia irá nos trazer mais qualidade de vida? Como faremos para ser mais sustentáveis? Essas e muitas outras questões passam provavelmente na cabeça não só de muitos arquitetos – que, de forma geral, têm grandes responsabilidades, não só na maneira como as pessoas irão morar, mas também na concepção de meios efetivos para tornar o amanhã de fato sustentável - como também na de todos os que estão cada vez mais confrontados com esse futuro que parece, às vezes, estar atrasado.
Foi pensando nisso que a Ampla, distribuidora de energia do Grupo Enel, com o apoio da PUC-RJ e da FGV, lançou o projeto N.O.V.A –Nós Vivemos o Amanhã.
O projeto tem como principal objetivo reunir pessoas de diversas idades e lugares para encontrar soluções inovadoras que possam vir a melhorar nossas vidas no futuro. A ideia é, a partir de uma plataforma de colaboração digital (crowdsourcing), permitir que milhares de pessoas insiram suas ideias e discutam temas como sustentabilidade, inovação, consumo inteligente e mobilidade, para assim, ajudar a desenvolver soluções que veremos em nossas casas nos próximos anos, e mudando o conceito que temos de moradia.
Com base nessas e outras ideias, que também virão de especialistas, professores e pesquisadores, será construída uma casa em Niterói (RJ) para funcionar como laboratório. Neste espaço, conceitos inovadores, tecnologia e sustentabilidade serão implementados para permitir que as pessoas colaborem com mais ideias e novas discussões. A intenção será transformá-la numa plataforma física do movimento, dando a oportunidade de vivenciar essa experiência de como será viver em uma casa pensada para o futuro.
E nós aqui do Studio Arthur Casas tivemos a sorte de sermos convidados a participar desse projeto. Já estamos fervilhando com discussões em nossa equipe sobre essa tal de futuro que já é mais que possível de ser realizado. Como viver em um espaço e estar conectado com o resto do mundo em tempo real? O que significa, hoje, praticidade, flexibilidade e modularidade? Como construir uma casa tropical, sustentável e adaptada a grande densidade de nossas cidades? Quais os valores da nossa vasta tradição modernista que pautam essa visão de futuro? Como não cair na armadilha da casa de Mon Oncle (foto abaixo), filme de Jacques Tati, na qual o “futuro” aparecia como uma coleção de bugigangas e espaços desnecessários?
Já estamos trabalhando no terreno, que fica no caminho Niemeyer, perto do futurista MAC de Niterói. Temos uma enorme oportunidade adiante! Esperamos utilizar também nosso blog para discutir ideias que possam contribuir com esse projeto do que pode vir a ser o amanhã, que está logo ai.
Depois de praticamente ter virado uma noite de sábado para domingo assistindo ao UFC, o time Vamos Receber encarou mais um desafio e passou o domingo se preparando para o Super Bowl. Os homens se encarregaram do cronograma, para que ninguém se esquecesse do horário certo ou perdesse tempo procurando o canal que transmitiria a partida. Já as mulheres ficaram responsáveis pela decoração e pelo cardápio, que mostraremos a vocês hoje.
A decoração foi pensada para criar um clima descontraído, que permitisse a todos se sentir muito à vontade e aproveitar ao máximo a partida que consagrou os Patriots campeões.
Com a ajuda do nosso talentoso florista Marcio Leme, da Milplantas, montamos lindos arranjos com bromélias, urucum, sementes de urtiga, trigo, pimenta rosa e celosias, tudo em garrafas de cerveja dispostas ora diretamente sobre a mesa, ora sobre pallets de madeira.
Esses arranjos são muito simples de se fazer e ficam lindos para uma noite de jogos, um churrasco, uma feijoada ou qualquer outro encontro mais descontraído. Escolhemos garrafas de cerveja gourmet, mas qualquer garrafa vazia que eventualmente se tenha em casa pode servir para dar o mesmo efeito. Apenas sugerimos que o vidro de todas elas tenha um tom parecido, para dar harmonia ao conjunto.
Basta colocar uma haste de cada uma das flores escolhidas na garrafa cheia de água e o arranjo estará pronto!
Com as mesmas flores da mesa, montamos um arranjo um pouco mais elaborado para decorar o aparador onde dispusemos as comidinhas. Para este cantinho, usamos uma cesta em palha bem rústicada Tania Bulhões, que também combinou muito bem com o tema da noite.
O cardápio ficou por conta do querido Wesley Moralles, que sugeriu apenas comidas fáceis, descomplicadas e que dispensavam talheres, para beliscar sem tirar os olhos da TV.
O serviço incluía salsichas gourmet com molho de mostarda Dijon e coxinhas de frango com molho agridoce, que fizeram as vezes dos tradicionais cachorro quente e buffalo wings, tão típicos nos bares e estádios americanos. Como opções adicionais, um delicioso sanduíche de salmão defumado com purê de batata, quiches de queijo e abobrinha e, para os que preferiam algo mais light, a prática mini caprese, receita da chef Luiza Zaidan – que já ensinamos a preparar.
Como não poderia deixar de ser – já que a noite mais uma vez era longa – também não faltou muita pipoca, doce e salgada, tudo servido em porções individuais – e na medida certa da fome – nos graciosos bowls bicolores da coleção Ipanema by Tania Bulhões, que foram dispostos sobre bandejas em bambu da Theodora Home.
Quem quiser uma opção deliciosa de pipoca doce para fazer em casa, é só clicar aqui. Essa pipoca foi uma sugestão nossa à época da Copa. Trocando as cores dos corantes líquidos, dá para prepará-la em qualquer cor!
Para terminar e deixar todo mundo feliz independentemente do resultado da partida, um delicioso brigadeiro cremoso de Ovomaltine do chef Wesley Moralles, de comer ajoelhado. Como alternativa, também é possível preparar uma outra receita dele: os deliciosos brigadeiros de paçoca, que podem ser servidos com todo charme em colheres individuais como as que usamos. A receita? Vocês podem conferir no link acima.
Esperamos que tenham gostado e que adaptem nossas ideias de decoração e de cardápio para qualquer situação em que a pedida seja se divertir – e muito – na companhia de gente animada e querida.
Um beijo!
Serviço
Buffet: Wesley Moralles | Flores: Milplantas | Bowls, cesta e champanheira: Tania Bulhões | Geleira, pegador de gelo e bandeja de apoio: Presentes Mickey | Bowls coloridos e plaquinhas: Anthropologie | Travessas com desenho de folhas: Roberto Simões.
Thais Senna, sua sogra, Maria Emilia Senna, e Adriane Danilovic são apaixonadas por vestir a mesa, especialmente para receber amigos e familiares queridos. O trio comanda o blog Vamos Receber, que traz sempre uma novidade sobre o tema.
A cachaça é uma das bebidas mais tradicionais e amadas do Brasil, tanto que só pode ser denominada como tal se for produzida no país. Para mostrar que o destilado é mais que perfeito para ser degustado não apenas na sua forma pura ou nas brasileiríssimas caipirinhas, a marca de cachaça premium Yaguara trouxe para o país o barman boa pinta Travis St. Germain, embaixador da marca em Nova York, onde trabalha no descolado bar Clover Club.
Casa Vogue foi até o bar Sub Astor, em São Paulo, para experimentar dois sugestivos drinques criados pelo guest bartender usando a bebida que conheceu na juventude. "Estive no Brasil quando tinha 17 anos e me apaixonei pela cachaça. Agora tive a oportunidade de recriar dois drinques clássicos, o Boulevardier e o Zombie, usando a bebida como ingrediente."
Ficou com água na boca? Veja aqui a receita e o vídeo que ensina todos os truques para o preparo do Walking Dead, versão criada por Travis para o clássico drinque tropical Zombie. A combinação de frutas com cachaça é ideal para as altas temperaturas e promete momentos de muito frescor e diversão. Saúde!
E MAIS! Clique aqui para aprender a preparar o Yaguara Boulevardier. Assista o VÍDEO
Walking Dead
Ingredientes
50 ml de Yaguara
25 ml de suco natural de grapefruit
15 ml de suco natural de limão taiti
5 ml de purê de maracujá
15 ml de xarope artesanal de canela
2 lances de bitter* Angostura
1 lance de absinto
1 colher de bar de Fernet branca
Modo de preparo
• Macere twists de limão e de grapefruit em um copo longo ou uma taça
• Acrescente todos os outros ingredientes e mexa bem com gelo triturado
• Acrescente 15 ml de Yaguara sobre o coquetel
• Enfeite com um ramo de hortelã
* O bitter é uma bebida alcoólica com sabor de essências herbais usado para dar sabor a coquetéis