O escritório de arquitetura Archi-Union concluiu um centro de conferências em Xangai em apenas 100 dias, usando projetos e construções com assistência de robôs. O empreendimento chamado de Local B foi construído para sediar uma conferência de inteligência artificial. Por isso, a Archi-Union sentiu que era apropriado usar técnicas inovadoras de construção digital na criação do prédio.
A empresa sediada em Xangai já havia trabalhado com robôs para construir a complexa estrutura de tijolos da galeria Chi She, e concluiu vários outros edifícios com geometrias complexas usando “cyborg fabrication”.
O local B emprega algumas das estruturas mais leves disponíveis em edifícios modernos, graças à combinação de algoritmos usados nas etapas de planejamento e métodos de construção pré-fabricados.
“A Inteligência Artificial vem renovando rapidamente nossas percepções sobre o mundo”, declarou a equipe do escritório de arquitetura, explicando que os profissionais decidiram encarar o desafio de apresentar um espaço de exposição pública urbana, que carrega a essência da tecnologia da IA, em 100 dias.
São três edifícios brancos com espaços entre si ocupados por jardins. Os prédios se integram ao cenário de prédios públicos do West Bund, todos de cores claras e design modernista. Um jardim compartilhado, construído com madeira para suavizar o espaço e incentivar o relaxamento, funciona como estação de descanso. Neste espaço está o maior pavilhão de café impresso em 3D do mundo, decorado com mesas e cadeiras construídos da mesma forma. “Todo o processo, desde o projeto até a construção do pavilhão do café, celebra a cooperação da inteligência homem-máquina”, declarou o Archi-Union.
Millennials, aqueles que passaram da “geração do futuro” até a “cor do ano” não oficial. Os jovens criados por pais que ainda acreditam no plano de carreira, que viveram a era do consumismo e da abundância do pós-guerra. “Eles preferem experiências a comprar coisas e são exigentes com o trabalho”, explica Natália Gramari, expert da consultoria WGSN. A sustentabilidade, a consciência, a noção do tempo (e a valorização dele), a busca por novas vivências, a instabilidade como algo positivo e a volatilidade da vida são algumas das características comportamentais desses jovens. Mas como vivem os millennials? Aqui, mostramos 10 itens indispensáveis para o lar dessa geração:
É quase impossível não notar o aumento da procura por plantas para ter dentro de casa - as frutíferas, para ter em hortinhas, cactos, as medicinais, as suspensas e até saber quais são tóxicas para animais. O desejo de ter a natureza perto é algo essencial para os millennials, que cresceram em grandes cidades, mas agora buscam esse contato com o essencial, o ancestral. Ter plantas em casa é uma tarefa que requer o compreendimento do tempo da natureza, o entendimento de que cada espécie é única e merece os respectivos cuidados, e por aí vai.
Reis em querer otimizar o tempo, os millennials preferem praticar os exercícios em casa ou ao ar livre, ao invés de se matricularem em academias - afinal, se nem comprar apartamento está na lista de prioridades, pela volatilidade da vida, quiçá a anualidade de clubes. Por isso, pensar em um ambiente inteiro ou ao menos um cantinho zen, onde é possível praticar meditação, yoga e alongamento, é imprescindível.
Assim como no item anterior, o espírito wanderlust faz com que os millennials não valorizem tanto coisas e sim experiências. E isso influencia também na escolha de móveis, que precisam ser práticos, com mais de uma funcionalidade e ainda sejam fáceis de transportar para possíveis futuras mudanças. As peças podem até ser mais caras, mas a geração considera, inclusive, a qualidade dos materiais, a consciência de compra e da cadeia produtiva.
Apesar de serem tecnológicos, o resgate do passado é algo latente nesta geração. Pense em Stranger Things, a volta de Twin Peaks, as mom jeans, o veludo, o amarelo terroso… Tudo isso faz parte de um conjunto de referências nostálgicas que trazem certo conforto para a casa e para o estilo de vida desses jovens. Uma Polaroid na estante, vinis dispostos na estante e outros objetos vintage podem ser aproveitados.
Aproveitamento de espaço na cidade, convivência e sustentabilidade fizeram com que os colivings, cohousings, coworkings e qualquer outra forma de compartilhamento ganhassem os corações dos millennials. A ideia é aproveitar a cidade e a experiência de outras pessoas para co-criar e co-viver. Não à toa, empresas como a Uber e a Yellow fazem tanto sucesso.
Mesmo nostálgicos, esteticamente falando, os millennials não abrem mão de um aplicativo novo, de um gadget para a casa. Mas eles usam essa tecnologia como facilitadora do modus vivendi, para integrar os cômodos ou proporcionar aconchego para o lar, como as lâmpadas cromáticas automáticas. Aqui, também intersecciona com a questão dos exercícios em casa: apps de meditação, yoga e exercícios funcionais para fazer em 5, 10, 15 minutos do dia conectam os millennials com os respectivos corpos e proporcionam momentos de autocuidado fora da correria do trabalho.
Assim como os móveis modulares, a decoração “menos é mais” faz parte do dia a dia da geração que preza pelo baixo consumismo, pela conscientização ambiental e tantas outras coisas que o minimalismo influencia. A qualidade, novamente, surge como fator decisivo da escolha desses móveis e objetos decorativos.
Se não há possibilidade de trabalhar em um coworking, os millennials procuram novas formas de trabalho, desprendidas das grandes estruturas megalomaníacas de empresas tradicionais. Mesmo que em um emprego fixo ou como freela, ter um escritório em casa facilita essa necessidade de fluidez na agenda diária, que tenha espaço para outras atividades prazerosas - o dia não pode se resumir apenas ao trabalho.
Ficar em casa vendo Netflix agrada muito mais do que uma noite na balada. Contudo, mais do que isso, os encontros passaram a ser dentro dos lares desses jovens, que adoram cozinhar e receber seus amigos e parentes para refeições das mais diversas. A cozinha passa a ser um lugar especial e valorizado - se integrado ao estar, então, melhor ainda. A área social precisa ser bem distribuída para esses momentos de descontração com quem realmente importa.
Os millennials, em sua maioria, não pretendem ter filhos tão cedo - mas transferiram esse “cuidado com o outro” para os pets e as próprias plantas. Os acessórios dos animais passam a ser itens decorativos - por isso a necessidade de focar no design deles, para compor essa decoração minimalista e elegante.
Já pensou como grandes cidades serão daqui a 20, 30 ou 50 anos? Será que reclamaremos dos mesmos problemas ou encontraremos novos? Especialistas consultados pela reportagem da Casa Vogue apontam possíveis rumos que as grandes metrópoles devem tomar nas áreas de arquitetura e urbanismo. São eles os arquitetos Carolina Bueno, do escritório Triptyque Architecture, Juan Pablo Rosenberg, do AR Arquitetos, Rodrigo Marcondes Ferraz, da FGMF Arquitetos, e Martin Corullon, do Metro Arquitetos, que comandarão o painel Urbanismo: o futuro do viver bem em grandes cidades, no Wired Festival Brasil, no Rio de Janeiro.
O evento, que chega à sua 4ª edição, será realizado nos dias 30 de novembro e 1° de dezembro na Casa França-Brasil, espaço na região central da cidade, e terá discussões e workshops sobre o hoje e o amanhã.
O festival reunirá 50 palestrantes que realizarão painéis como Carros voadores, autônomos e elétricos: o futuro da mobilidade, com o chefe de estratégia da EmbraerX, André Stein, e Novas formas de mobilidade urbana, com o cofundador da Strava e da Kana Software Michael Horvath.
Confira o que pensam os especialistas sobre o futuro das cidades:
1) Retomada da relação saudável das pessoas com o lugar onde vivem
“As pessoas tiveram relação muito hostil com a cidade", disse o arquiteto Rodrigo Marcondes Ferraz. "Andavam espremidas nos poucos lugares onde os carros não passavam. Hoje existe o processo contrário, as pessoas buscam mais parques, praças. Um exemplo foi o fechamento da Avenida Paulista aos domingos, e o Minhocão em São Paulo”, conta.
“Outras cidades do país também fecham a rua por causa da praia. Há também partes ocupadas por ciclovias. Tirar espaço dos carros e alargar calçadas para fazer parklets, por exemplo, são tendências que vem forte e rapidamente, e eu acho que não vão parar mais”.
2) Casa e trabalho
“Os aplicativos de transporte têm feito com que as pessoas tenham menos apreço pelos carros, usam menos. Os jovens já não pensam tanto em ter carros. Coisas desse tipo fazem com que as pessoas se libertem e usem mais a cidade”, disse Ferraz.
Segundo o arquiteto isso vai refletir na configuração de moradias, que serão mais de usos mistos, principalmente para atender a necessidade de um público que prefere morar perto do local de trabalho. Além do surgimento de mais espaços para home office e coworking.
“As pessoas estão mudando os jeitos de morar e trabalhar e isso se reflete na cidade”, finaliza.
3) Novos usos para antigos edifícios
Segundo o arquiteto Martin Corullon, há uma tendência em repensar os usos de edifícios já presentes, principalmente os vazios e subutilizados. “Tem que intensificar o uso da cidade”, conta. “Não só em habitação convencional, mas em espaços de coliving e coworking”.
4) O uso de plataformas digitais na zeladoria urbana
Além do fortalecimento de aplicativos de mobilidade, que se tornaram ferramentas do dia a dia, mas também novas plataformas para apontar problemas e pressionar políticas públicas à serviço do cidadão, como apps de segurança e de denúncia sobre retirada de lixo. “Que o ativismo urbano tome posse dessas ferramentas e consiga aproveitar o potencial disso”, disse Corullon.
5) Novos espaços de convívios
Segundo o arquiteto Juan Pablo Rosenberg, uma grande tendência é o surgimento dos espaços de convívio, principalmente em bairros verdes, onde existem poucas casas por lotes. “Poderiam morar mais famílias onde hoje existe só uma casa, construindo outros imóveis novos que obedeçam a morfologia do bairro”.
Além disso, Rosenberg cita sistema de uso compartilhado, em que um dos participantes compra uma cota de um determinado imóvel para utilizá-lo por um período de tempo.
6) A natureza e a cidade
Para a arquiteta Carol Bueno, há uma tendência e necessidade cada vez maior de buscar um equilíbrio entre a natureza e o espaço urbano. Isso deve pautar novos projetos arquitetônicos nos próximos anos. “Existe uma urgência em repensar a cidade”, disse. “E nós precisamos pensar sempre na relação das pessoas com o meio natural”, conclui.
Conhecida por ser a mulher do artista Josef Albers, Anni Albers estava longe de ser uma figura arreatada e do lar. Ao contrário de muitas outras artistas mulheres da época e dos anos posteriores, Anni sempre foi reconhecida e ficou celebre pelas suas tapeçarias “pictóricas” e por colocar em xeque os limites entre arte, artesanato e indústria, ao lado de inúmeras outras artistas da Bauhaus.
Ela foi uma das principais estudantes mulheres das radicais escola que influencia artistas, arquitetos e designers até hoje. Se matriculou na oficina tecelagem (única aula disponível para mulheres) e transformou as “telas” têxteis em seu maior objeto de estudo. Mergulhou no mundo das cores inspirada e inspirando amigos e professores como Paul Klee, Wassily Kandinsky e o próprio marido – ela foi desencorajada a estura pintura, mas na Bauhaus todas as disciplinas dialogarem e a influência dos pigmentos foi potente. Com o fim da escola Alemã, o casal muda para a Carolina do Norte para lecionar na Black Mountain College.
A ambiciosa exposição mostra uma arte que dá prazer ao olho e à mente e ao toque (se fosse permitido tocar!). O rigor geométrico fica quase sensual pelas escolhas de paleta de cor e texturas que são quase comestíveis!
“Ela desenhou nós e emaranhados, como versões enlouquecidas desses diagramas animados que ajudam pescadores e marinheiros a aprender a mecânica dos nós arcano (...) e tudo isso tão bom quanto qualquer arte abstrata!”, explicou Adrian Searle no The Guardian. De fato. Ela fez desenhos com as agulhas que são “tão poderosos como uma pintura”, como define a própria artista. E quando o espectador se move em torno de cada peça as vê transformando-se pelas diferentes captações de luz e variações na superfície. Seu trabalho é uma lição de cor e geometria e prova de que não há limites para o poder criativo.
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Quem tem animais de estimação sabe do risco que corre ao montar uma bela árvore de Natal com preciosos enfeites. Com o passar dos dias, a sua dedicação em montar a estrutura se transforma em pecinhas espalhadas pela casa e entre dentes dos bichinhos. Pensando neste caso natalino, uma marca do Reino Unido chamada Argos resolveu comercializar uma “meia árvore” de Natal, que está sendo vendida a 33 libras esterlinas, cerca de 164 reais.
A estrutura parece ter sido simplesmente aparada em suas partes inferiores. Na descrição do produto, a empresa explica:
“Mantenha as suas bugigangas, laços e sinos perfeitamente colocados fora do alcance de crianças curiosas, rastejantes ou patas brincalhonas dos seus gatos com esta árvore”, conta.
A marca também ressalta que, devido à altura da árvore, é possível encaixar mais presentes em sua base.
“É também uma ótima alternativa para a árvore tradicional, se você é um pouco apertado para o espaço”, complementa.
Atenção, fãs de Harry Potter! Entre os dias 6 e 9 de dezembro, será possível conhecer uma réplica da cabana do personagem Hagrid, dos filmes “Harry Potter”, durante o CCXP18, que será realizado no São Paulo Expo.
Segundo a organização do evento, o espaço foi produzido com a direção criativa e a supervisão de Alan Gilmore, o diretor de arte da franquia. A cabana terá detalhes iguais aos dos filmes e contará com a presença do icônico hipogrifo Bicuço.
Próxima à Cabana de Hagrid, os fãs encontrarão ainda uma loja especialmente dedicada à franquia, que oferecerá produtos oficiais, incluindo pelúcias, vestuário e muito mais. Com cerca de 300m², a loja será ainda maior do que sua versão anterior, na CCXP17, e contará com três vezes mais produtos, lançamentos e itens exclusivos.
Serviço:
Data: De 6 a 9 de dezembro de 2018
Horários:
Quinta-feira (06 de dezembro) - 12h às 21h
Sexta-feira (07 de dezembro) - 12h às 21h
Sábado (08 de dezembro) - 11h às 21h
Domingo (09 de dezembro) - 11h às 20h
Local: São Paulo Expo - Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 - Água Funda, São Paulo.
A casa é o nosso templo, por isso cada cantinho precisa ser especial em sua maneira. E por que não se receber com um hall de entrada amarelo terroso cheio de elegância? Este cantinho mostra o quanto as fibras naturais e o artesanato formam uma composição despretensiosa, mas cheia de personalidade. A paleta, composta por amarelos vivos e tons crus, se torna rica pelo mix de materiais diferentes, como o vime, a palha, o rattan e algodão do tapete. O clima de praia solar é complementado com os quadros com referências do verão e o vaso de planta com folhagem verde escura, que quebra um pouco a monocromia.
Uma casa bonita, mas muito bem aproveitada pela família. Assim os profissionais do escritório Maurício Karam Arquitetura definem este apartamento de 350 m² no Ibirapuera, em São Paulo. Foram oito meses de obras para conquistar um resultado impecável, uma mistura de clássico e contemporâneo que deu match perfeito com o estilo da família – um casal com duas filhas adolescentes.
Os moradores queriam um refúgio chique e aconchegante para receber as duas grandes famílias. Para tanto, os arquitetos alteraram o layout original eliminando algumas paredes e ampliando os quartos. A sala foi incorporada à varanda e a cozinha se abriu para a sala de almoço e a varanda gourmet. Para que as varandas fossem integradas à área social de maneira orgânica, a equipe trabalhou forros, iluminação e marcenaria de forma a criar espaços contínuos.
O piso branco de Marmoglass que percorre toda a área social funciona como pano de fundo para móveis escolhidos a dedo, como o sofá Luís XVI logo na entrada do apartamento, todo entalhado e revestido com folhas de ouro. “É uma peça importante, assim como as cadeiras da sala de jantar clássicas. O veludo verde musgo se mescla ao pendente moderno de latão da Cristiane Bertoluce”, comentam os autores do projeto.
A paleta de cores, aliás, exerce protagonismo no décor. A combinação de branco, verde, azul e dourado traz um toque de sofisticação aos ambientes. Enquanto isso, painéis de madeira são elementos decorativos e ao mesmo tempo funcionais. Guardam a TV, na sala, e estantes de livros e podem ser fechados para um visual mais minimalista e arrumado.
Um fundo completamente branco e espaços amplos e muito bem iluminados definem a Livraria Zhongshu, em Xi'an, na China. Linhas curvas, passagens em arcos e uma atmosfera limpa foram as apostas do Wutopia Lab, que assina o projeto – bastante diferente da maioria das livrarias e bibliotecas, com decoração carregada, escura e poluída visualmente.
As estantes do piso ao teto revelam livros quem enchem o ambiente de cores. As prateleiras curvas parecem flutuar pelos espaços e criam a sensação, para quem visita o estabelecimento, de estar caminhando entre nuvens.
Ilhas centrais e bancos para os visitantes folhearem as obras seguem a mesma estética e ajudam a transportar as pessoas para um universo à parte.
Spike Lee consegue se superar a cada produção - não que as antigas não sejam boas, mas é um aprimoramento de texto-imagem de chorar diamantes. Em o Infiltrado na Klan, o diretor, vencedor da Palma de Ouro em Cannes este ano, conta a história verídica do policial afro-americano Ron Stallworth que se infiltrou na Ku Klux Klan nos anos 1970. Com seu humor ácido e muita sabedoria fílmica, ele critica em vários momentos a sociedade atual, que ainda possui grupos alinhados com as crenças da organização extremista.
Para auxiliar nessa reconstrução da história norte-americana, Lee contou com ajuda do designer de produção Curt Beech, com quem trabalhou em She’s Gotta Have It. A narrativa frenética, com uma montagem tão cômica quanto os diálogos, se passa em três cenários principais: a delegacia de polícia, o apartamento de Ron Stallworth e a casa de um dos membros da Ku Klux Klan, Felix Kencrickson. Beech e o gerente de locação Tim Stacker se instalaram em Ossining, Nova York, para recriar Colorado Springs dentro do briefing estético eleito pelo diretor. “O nosso principal desafio foi encontrar a delegacia de polícia em Nova York, já que existem inúmeros programas de TV e outros tantos filmes que as usam de locação”, explica o designer de produção. “A saída foi construir do zero, dentro de um prédio já existente, que foi totalmente reformado para nós - saiu um pouco mais caro, mas nos proporcionou melhores resultados visuais.”
A delegacia do Infiltrado na Klan fica dentro de um prédio de tijolos laranjas, bem típico nos Estados Unidos. Porém, nem tudo precisava estar dentro dos padrões estéticos dos anos 1970. “Montamos o set bem limpo e organizado, para depois criarmos camadas de ‘uso’, para parecer desgastado mesmo, com marcas do tempo”, diz Curt Beech. Só dessa forma foi possível deixar o cenário bem autoral e convincente, sem aquela cara de “palco” forçado. Por ali, a paleta de cor reflete essa transição entre os anos 1960 e 1970, com o piso colorido, muita madeira escura, salas envidraçadas e paredes em azul profundo.
O apartamento do protagonista, Ron Stallworth (John David Washington excelente no papel), condiz com a sua personalidade: um homem vanguarda, questionador e politizado. “Ron é o homem iluminado em um mundo ignorante, então seu ambiente é mais interessante. Ele mostra sua integridade e senso de propósito, e como está conectado ao presente e ao futuro", explica Beech. Os interiores, aqui, possuem tendências de decoração mais avançadas para a época do filme, representando esse pensamento “à frente do seu tempo”.
Já na casa de Felix Kendrickson, Curt Beech também usa a dinâmica entre arquitetura e interiores para revelar os traços deste personagem. “Ao contrário de Ron, Felix é um homem ignorante em um mundo progressista. Ele está estagnado no passado e não consegue se mover para além dele. Está sempre olhando para trás…”, reflete o designer de produção. “Tive, então, que imaginar uma casa que não fosse a dele ou da sua esposa, mas sim de seus pais ou parentes mais velhos, afinal, eles estão vivendo no passado - e definitivamente não poderia ser tão descolada quanto a de Ron.” Isso fica perceptível pelo uso de papel de parede floral, móveis ornamentais e a própria divisão da casa, típica dos anos 1950. Na parte inferior, existe um porão, que marca horizontalmente as duas identidades deste personagem. “Lá embaixo fica o ‘espaço de trabalho’ dele; onde ele guarda as armas, planeja a fabricação de bombas.” É como um esconderijo, tem outro papel de parede, tapete, objetos decorativos mais agressivos, por exemplo.
Como dito anteriormente, a direção de fotografia de Chayse Irvin (que trabalhou com Beyoncé em Lemonade) aliada à montagem de Barry Alexander Brown (Old Boy) e ao set design proporciona uma narrativa visual tão magnífica quanto a própria história do filme. “A palavra-chave para mim é autenticidade”, resume Curt Beech, que teve o cuidado de pesquisar e garantir cada detalhe: do tipo de papel usado na década até o rótulo de cada produto que aparece em cena. “Como Spike Lee adora improvisar, tudo precisava estar alinhado. Várias partes do cenário não estavam previstas para serem filmadas, assim, em primeiro plano, mas acabaram sendo. Até a iluminação do teto da delegacia é precisa de acordo com a época - custou bastante dinheiro para nós, o público deve prestar atenção nisso também”, brinca ele. O Infiltrado na Klan merece ser visto e revisto quantas vezes puder.
Você conhece o peixinho da horta? Assim como a capuchinha, a ora-pro-nobis (uma planta trepadeira), a bertalha (também conhecida como espinafre-indiano) e a azedinha (chamada de vinagreira), entre muitas outras, essa PANC – Planta Alimentícia Não-Convencional está aos poucos conquistando espaço nos cardápios dos restaurantes de São Paulo. No Tuju, o chef Ivan Ralston já trabalhou com amaranto roxo, cambuquira e pepino melancia; enquanto Rodrigo Oliveira levou o caruru para uma receita de guisado no Balaio IMS.
O peixinho da horta, também conhecido como orelha-de-lebre ou lambari-da-horta, uma planta gordinha e com leve sabor de peixe quando frita, se transformou num petisco divertido pelas mãos de Mari Sciotti, do Quincho Cozinha & Coquetelaria, na Vila Madalena. “Eu já tinha comido o peixinho empanado e frito na casa de amigos, e fui atrás de buscar uma receita pra servir no Quincho”, conta a chef.
Depois de alguns testes, ela e sua equipe chegaram a uma massa próxima à do tempurá, preparada com água tônica e farinha de arroz para criar uma camada sequinha e fina. “Para brincar com a percepção que o nome da planta traz, coloquei o molho tártaro acompanhando, numa referência ao petisco clássico de manjubinha frita.”
A receita fez o maior sucesso, chegando até a ser comparada com batata frita por uma crítica gastronômica. Mas o prato teve de ser retirado do cardápio da casa porque a fornecedora, conhecida na turma dos produtores orgânicos da cidade, não conseguia dar conta da demanda. Foi preciso uma ação conjunta com o restaurante para que ela aumentasse a área de plantio e assim garantir que a PANC voltasse ao menu do Quincho. “Foi uma parceria mesmo”, comemora Mari.
“A definição de PANC é aquela planta que não está no mercado ainda”, diz a jornalista e especialista em permacultura Claudia Visoni. “Você pode ser a pessoa mais rica do mundo, mas se hoje você decidir comer bertalha ou peixinho em São Paulo, de modo geral, você vai ter de plantar. Um dos efeitos mais impressionantes da agricultura urbana é que a gente passa a consumir alimentos aos quais não tínhamos acesso.”
Para Mari Sciotti, as PANC fascinam pela simplicidade. “Elas deixam claro que perdemos muito do conhecimento sobre o que é alimento ou não. Tem comida que literalmente dá na rua e ninguém sabe. Porque somos condicionados a comprar o que está disponível nas prateleiras de grandes supermercados ou nas feiras livres. Mesmo tendo diversidade, o mercado oferece aquilo que tem demanda de compra, e a PANC subverte isso totalmente.”
A seguir, aprenda a preparar o peixinho da horta empanado na massa de tempurá da chef Mari Sciotti, do Quincho.
Peixinho Croc Croc
Ingredientes
1 maço de folha de peixinho da horta
1 lata de água tônica
150 g de farinha de arroz
Pimenta do reino a gosto
Sal a gosto
Modo de preparo
Misture tudo. A textura da massa deve ser próxima a uma massa de panqueca: líquida, porém densa. Mergulhe cada folha de peixinho na massa, deixe escorrer um pouco. Leve à fritura por imersão em óleo quente a 180º C. Retire, seque bem no papel toalha e sirva com o molho de preferência.
Os nova-iorquinos adoram uma bebida. E, graças a sua mente aberta, eles abraçam, sem distinção, baladas, bares de vinho e botecos. Isso significa que não há como errar ao procurar um lugar para entornar uns goles. Veja nossas escolhas de alguns dos melhores lugares para se beber em Nova York.
O bar do Baccarat Hotel, em Nova York. Vista-se bem, pois você está indo a um lugar fabuloso e arrebatador. Não se preocupe se o seu GPS interno surtar neste salão surpreendente e que lembra, a quilômetros de distância, uma Casa dos Espelhos. Com gigantes lustres de cristal pendurados no teto, champanhe servido em taças de cristal que pesam na mão, e paredes rubras que lembram os salões mais refinados da Cidade Luz, esse bar é simplesmente perfeito. Os bancos altos do balcão têm o formato de tronos; e é difícil não se sentir como realeza quando você está aqui.
Dante. A luz do dia atravessa as antigas janelas deste bar centenário, ideal para se beber durante o dia. Uma pausa bem-vinda dos panfletos de comedy club do Greenwich Village, o Dante foi fundado em 1915 e, depois de um século, conquistou novos donos, um coproprietário com altos créditos no coquetel (Naren Young) e uma vibe de grandeza extinta que evoca os famosos frequentadores – Patti Smith, Hemingway, Anaïs Nin – de antigamente. Há aperitivos e Bellinis, obscuros Amaros e Bitters, e um menu “Negroni Sessions” que os fãs adoram.
Bar Goto. Venha aqui – um refúgio minimalista do tumultuado Lower East Side – pelo Okonomiyaki, pelo elegante design japonês e pelos excelentes Highballs. Kenta Goto, dono e barman, já trabalhou no Pegu Club, e trouxe consigo a atenção excruciante do famoso bar aos detalhes. Isso fica evidente em seus Highballs – experimente qualquer coisa com yuzu – e nos delicados coupe de coquetéis, como um feito com flor de cerejeira rosa, saquê, gim e marasquino. A comida aqui não fica atrás. O Okonomiyaki – feito de repolho frito e maionese kewpie, dançando com bonito flakes, e recheados de barriga de porco, camarão e lula – é um dos melhores da cidade.
The Bar Room. Quando algumas das editoras de elite de Nova York se mudaram para o centro da cidade, o novo bairro precisava ter grandes hotel bars para aqueles dispostos a gastar e com histórias para contar. Que bom para o Beekman. Por estar em um hotel, neste bar, você pode ficar – em lindas poltronas verde-azuladas com detalhes dourados – entre um editor da Vogue e um milionário de tecnologia de Dubai. Este é o local adequado para um coquetel; experimente o James DeVille, um revigorante coquetel de bourbon e absinto que parece se adequar à decoração cintilante e com pouca luz. Ou vá de cerveja; há uma lista com ótimas opções.
Bar NoMad. Hotel Bars não são novidade, mas o NoMad Bar – bem na esquina do NoMad Hotel, na Broadway – eleva esse padrão a outro nível. O espaço de dois andares ecoa o design do hotel, com madeira escura e assentos de couro macio que fazem você se sentir como se estivesse bebendo na antiga biblioteca de alguém. O cardápio é mais discreto, com salgadinhos de bar, como cachorros-quentes enrolados em bacon, e uma variedade com o famoso frango assado do restaurante do hotel (só que aqui é uma espécie de empada com trufas negras). E não deixe de pedir um dos famosos coquetéis, que vão do clássico (o antigo e refrescante Pimm’s Cup) ao over-the-top, como o Viuex Carre, de US$ 198, feito com um conhaque de 50 anos e um raro uísque de centeio Sazerac.
Minetta Tavern. Esta é, em princípio, uma churrascaria, mas os melhores lugares estão no bar, onde você vai querer pedir um coquetel para começar. Não peça a taça de vinho de US$ 24, a menos que você realmente queira. A vibe vintage dos anos 1930 pode levá-lo a escolher um Martini, um Manhattan ou um Old Fashioned; os bartenders servirão bem todos eles. Uma vez que você ocupar seu lugar no balcão, porém, os bartenders irão, alegremente, estender um guardanapo na sua frente, caso decida pedir hambúrguer ou um bife ancho para acompanhar seu martini.
The Eddy. Quem poderia imaginar que fosse possível encontrar essa vibe de uma “taverna tranquila” no East Village, lar dos brunches à vontade, dos botecos, e do quarteirão de restaurantes Little India? O Eddy é um refúgio em meio à enxurrada de festas de despedida de solteiro e amigos virando shots – com seus tijolos caiados de branco, madeira escura, iluminação fraca e um murmurinho feliz dos agradecidos clientes regulares. Há uma pequena carta de vinhos, mas a maioria está aqui pelos coquetéis, como El Scorcho, um rum mescal adornado com abacaxi e lima, ou o Banana Bread, que mistura Scotch com banana, sal marinho, xerez e licor de noz.
Maison Premiere. O pequeno balcão redondo de mármore e o cheiro da informalidade de New Orleans chamam a atenção, de cara. Este bar de Williamsburg é famoso por seus coquetéis, pelo happy hour com ostras, e pela vibração geral gótica do Sudeste. A luz do lugar é perfeita para o Instagram, e você verá os frequentadores aproveitando-a ao máximo. Aos viciados em absinto, atenção: este é o seu bar. Há um menu separado devotado aos coquetéis de absinto, uma colher vintage de prata, e bartenders que sabem o que fazer com tudo isso. As cervejas são de origem local e saborosas, e as bebidas que não levam absinto também brilham.
Porchlight. Este é o único lugar para tomar uma bebida depois de ver o pôr do sol na High Line, e é uma raridade nesta parte da cidade, onde os botecos irlandeses ainda são o principal destino. Surpreendentemente espaçoso, com paredes escuras de tijolos que trazem um ar de aconchego, este bar de Danny Meyer tem um ambiente inquestionável. A maioria das pessoas vem aqui pelos coquetéis que, por US$ 15, são o padrão na cidade, hoje em dia. Experimente um Sherry Cobbler ou New York Sour – clássicos por excelência – ou peça pelo favorito. Eles provavelmente criarão um para você.
The Rum House. Embora esteja aparecendo em guias turísticos com frequência cada vez maior, o The Rum House ainda é confortável e acolhedor – um descanso apropriado da loucura da Times Square. Rum, rum e mais rum: Seja “à moda” (clássico, escuro, com um toque de abacaxi ou à la Hemingway) ou extravagante, com toque de coco na Piña Colada, chamado “The Escape”. Só por diversão, procure por algum rum mais obscuro, como o amanteigado Zafra Master Reserve. Se você quiser ficar com o seu bourbon habitual, Old Fashioned ou French 75, eles têm também.
Prime Meats. Indiscutivelmente o criador da antiga vibe do Brooklyn, o Prime Meats tem teto de estanho trabalhado, baixa iluminação, espelhos vintage, e a madeira escura que você vê por todo o bairro. Eles apenas fazem tudo melhor aqui. Você vai querer se acomodar com um filé ou um coquetel e ficar aqui por um tempo. Este é um lugar adorável para levar os amigos que visitam o Brooklyn pela primeira vez. No brunch, quando o sol invade o bar – você pode pedir o cardápio completo a qualquer hora –, ele fica muito a cara do Brooklyn.
Attaboy. Dentro do espaço do antigo Milk & Honey, a vibe speakeasy continua, e os coquetéis personalizados servidos atualmente deixariam Sasha Petraske orgulhoso. Se há uma carta de cerveja ou de vinhos no Attaboy, isso é irrelevante. Todo mundo tem um coquetel (bastante caro) na mão. Este é um ambiente livre de menus, então, traga o seu próprio coquetel, e qualquer questão que possa ter. Sam Ross, coproprietário fundador, inventou o Penicilina, e se você ainda não experimentou a combinação de gengibre, limão e uísque, faça isso hoje mesmo.
The Dead Rabbit Grocery and Grog. Este bar de três andares poderia ser uma metáfora para as classes de New York City: O térreo é repleto de pessoas bebendo muita cerveja e pedindo Negronis. O segundo andar abriga algumas das melhores bebidas do país e você, amigavelmente, disputará uma mesa com os aficionados por coquetéis. O escalão mais íntimo e mais elevado é um salão privada para festas, no qual você só entrará se conhecer as pessoas certas. Eleito como o “Melhor Bar do Mundo” pelo Tales of the Cocktail, uma associação da indústria, o Dead Rabbit tem um vasto e variado menu, apresentando inúmeros detalhes sobre o bar, as histórias das bebidas e seus sabores.
Smith & Mills. Por mais bonitas que sejam algumas partes de Tribeca, às vezes, é difícil – devido a tantas novidades – realmente sentir quão histórica é esta vizinhança. Não é assim neste antigo galpão de carruagens, onde a luz é cintilante, os assentos são confortáveis, e tudo é tão acolhedor que você vai transformar seus vizinhos em amigos – ou inimigos. Coquetéis consistentes, apesar de previsíveis, estão disponíveis ao lado de vinhos a bons preços, umas poucas cervejas nas torneiras, e algumas opções engarrafadas, incluindo uma sidra francesa delicadamente borbulhante, Aval. Mas você está aqui pela atmosfera e não para ser um esnobe do coquetel (Não que haja algo errado com isso).
The Patriot Saloon. “Entre e conheça sua futura ex-mulher!”, anuncia a placa ao lado de fora do The Patriot. (Embaixo, em letras menores: “PBRs, US$ 2,50”). Isso claramente resume os encantos desse saloon no centro da cidade, onde sutiãs pendem dos lustres, as bebidas são baratas, um jacaré com um sombrero em uma prancha de surfe está pendurado no teto, e ninguém nunca quer ir embora. Venha aqui quando for a sua vez de pagar uma rodada, quando você quiser chocar aquele amigo de fora da cidade que não se choca com nada, ou quando sentir nostalgia dos botecos universitários dos seus dias de juventude. Programe a jukebox quando entrar, porque ela está cheia de coisas boas.
Bar Bemelmans. No Bemelmans, as ilustrações de Ludwig Bemelman – você deve se lembrar delas dos livros de Madeline – adornam as paredes. Em um painel, um coelho fuma um charuto no Central Park; em outro, um homem entrega a um menino um monte de balões. Este é um bar onde ficar boquiaberto é permitido. Os coquetéis aqui dependem muito de quem os faz: um Old Fashioned pode ser um tanto aguado, um Whiskey Sour muito ácido. Mas, frequentemente, o Dirty Martini é executado com perfeição. Tudo é caro – é evidente por que você está aqui – então, aproveite os lanchinhos gratuitos que passarem por você.
Death & Co. Se você parar em frente ao guardião do portão – a menos que você esteja na lista e chegue precisamente quando ele é aberto –, observe o portão em si, com seu pesado trinco estilo Hobbit, com asas emplumadas entrelaçadas com cobras. O Death & Co surgiu na véspera de Ano Novo de 2007 e fez um grande sucesso. As bebidas eram tão perfeitas – virando clássicos instantâneos, agora imitados em todo o país –, que atraíram talentos que, desde então, abriram seus próprios bares famosos. Procure por OG drinks, como o Oaxaca Old Fashioned, de Phil Ward, uma mistura de mescal, tequila, agave, Angostura e casca de laranja flambada. No entanto, as coisas ficam muito mais esotéricas do que isso, então folheie o enorme menu para ver o que você pode querer.
Bar Long Island. As luzes sobre as mesas são íntimas e antiquadas e o próprio bar antigo – observe o espelho com painéis quádruplos perto da caixa registradora – é impressionante. As pessoas colocam seus melhores jeans, ou seus belos brincos, para virem aqui. O coproprietário Toby Cecchini (que, aliás, inventou o Cosmo, no The Odeon, há muitos anos) tem seu séquito, e seus coquetéis são conhecidos por toda a cidade, então é um espetáculo ver e ser visto neste bar. O menu apresenta uma pequena lista de clássicos – o que seria decepcionante, se você não conhecesse o calibre do seu barman. Esse é Phil Ward, anteriormente do palácio do mescal de Manhattan, Mayahuel, agitando um Ramos Gin Fizz. Do outro lado, está David Moo, dono do Quarter Bar, cujo Sazerac é o sonho dos apreciadores de absinto. Peça seu coquetel favorito ou experimente uma mistura de sabores que você gosta; você vai acabar feliz, de qualquer maneira.
Slowly Shirley. Este subterrâneo Art Déco cocktail bar está escondido sob o The Happiest Hour, que é mais caótico. E ainda bem: o Slowly Shirley é perfeito para encontros promissores, bebidas suaves, e amantes de design, que vêm conferir a vibe de Old Hollywood, repleta de falsos Oscars dourados. Quase todo mundo tem um incrível coquetel cintilante na mão: O Chinatown Daiquiri mistura rum com morango, mel, limão, gengibre e Sriracha, e essa é uma das misturas mais simples. Os barmen têm costeletas, então eles geralmente se destacam: um coproprietário vem do Pegu Club, e você o reconhece pelas bebidas.
BlackTail. Engraçado pensar que dois senhores da Irlanda do Norte puderam criar uma vibe à la Hemingway em Cuba. Uma garçonete lhe entrega um pequeno daiquiri gelado como saudação, há uma abundância de samambaias, e um incrível painel de vitral brilha lá no alto. O ambiente pode ser um tanto opressivo, mas o BlackTail tem alguns dos melhores coquetéis do centro – assim como o famoso bar-irmão, The Dead Rabbit. Olhe o menu com bastante calma; há todas as texturas, frutas e sabores que você poderia desejar, desde o fogoso Ventriloquist (feito com pimenta habanero) até o forte de El Presidente, feito com mescal, dois vermutes, rum e Curaçao.
Jimmy’s Corner. O fato de um bar no coração da Times Square ser tão livre de turistas é um dos muitos mistérios do Jimmy’s, um local saturado de memorabilia de boxe, antes dominado pela mídia do centro da cidade. Em uma foto, o proprietário e ex-treinador de boxe, Jimmy Glenn, posa com o finado Muhammad Ali. Se tiver sorte, o próprio Jimmy estará aqui e irá contar uma história: longa ou curta, dependendo de seu humor. O lugar é perfeito para escapar da histeria do Times Square. Especialmente se você estiver com visitas de fora da cidade que – queiram seus corações – realmente queiram apenas ver a Times Square. É uma maneira de escapar um pouco com eles da Real New York. Eles ficarão gratos.
Quer ter seu projeto eternizado nas páginas da revista Casa Vogue? Vem aí o Especial Decoradores, Arquitetos e Paisagista 2019. Em sua 28ª publicação, a edição especial reúne os mais belos projetos residenciais, comerciais e paisagísticos assinados pelos principais profissionais do mercado, de norte a sul do país!
A edição mais importante do ano estará disponível nas bancas de todo o Brasil durante três meses, a partir de janeiro. Para participar, consulte nosso departamento comercial nos contatos abaixo:
Quando até o banheiro do restaurante tem um décor de tirar o fôlego, é de se imaginar que os ambientes proporcionem uma verdadeira viagem por meio do projeto de interiores. No restaurante John Anthony, em Hong Kong, na China, do piso ao teto, a ambientação prende o olhar e encanta. Especializado em Dim Sum, um estilo de culinária chinesa que aposta em pequenas porções de comida servidas em cestinhas ou pratos pequenos, geralmente acompanhadas de chá, o restaurante tem conceito inspirado na figura histórica de John Anthony, o primeiro homem chinês a ser naturalizado como cidadão britânico, em 1805.
John Anthony foi um funcionário da Companhia das Índias Orientais que embarcou do Oriente para o Ocidente, chegando em Limehouse, extremo leste de Londres. Seu trabalho era garantir alojamento e comida para os marinheiros chineses que chegavam ali. O projeto de interiores do restaurante, assinado pelo escritório Linehouse, explora a fusão dos estilos arquitetônicos do Oriente e do Ocidente e aposta em elementos que John teria encontrado pelo caminho: azulejos de vidro, rendas naturais, a cor terracota, tecidos tingidos à mão e vimes.
Os tetos abobadados dão aconchego ao espaço, mas o pé-direito alto permitiu que os profissionais explorassem diferentes materiais, texturas e cores, sem que o ambiente parecesse carregado. O piso terracota aparece em dois padrões: hexagonal e quadrado. O mobiliário combina tecidos estampados, madeira e fibras naturais, que dão leveza e transparência. Em um dos ambientes, luminárias de papel e palhinha, super delicadas, representam esse mix de influências do personagem-inspiração para o restaurante.
Em uma das salas de jantar privativas, o grande destaque são os azulejos pintados à mão, com ilustrações das mercadorias negociadas entre britânicos e chineses no século 18, como papoulas medicinais e animais exóticos. Atrás do bar, um dos salões acomoda os visitantes em bancos revestidos com cores vibrantes, enquanto cortinas de linho num tom clarinho, penduradas em um suporte de cobre, dividem as mesas.
O cobre também aparece nas bancadas do banheiro, com décor que faz referência ao comércio de especiarias. O laminado personalizado em verde, mostarda e turquesa cobre todas as paredes e portas
O restaurante também mostra uma veia sustentável: reaproveita plástico e papel em seus porta-copos e menus, possui piso de terracota recuperada, usa ingredientes de fornecedores sustentáveis e adota equipamentos na cozinha que reduzem o consumo de energia.
Uma ótima opção para quem busca opções de sobremesa de fácil preparo e que agrade a todos os paladares é a mousse. O doce é bem leve e pode ser encontrado em versões veganas, com calda de frutas e até mesmo com cachaça. O importante é arriscar, se divertir e saborear esse prato delicioso.
Vai receber a família em casa e não deu tempo de preparar uma sobremesa muito elaborada? Esta receita de mousse de chocolate é rápida de fazer e, por ter um toque laranja, fica super suave. Veja o passo a passo neste link!
6. Receita de mousse de caipirinha de limão
A Mousse de Caipirinha de Limão pode ser perfeita para arrematar um encontro entre amigos que gostam tanto de drinks, quanto de um bom doce. Clique aqui para acessar a receita.
A Alameda Gabriel Monteiro da Silva, endereço conhecido por concentrar as principais lojas de design e decoração de São Paulo, acaba de ganhar um espaço híbrido: a USE Gallery, que reúne arte, design, arquitetura e gastronomia em um só lugar.
O espaço surgiu dos interesses de três profissionais com diferentes expertises: o hairstylist Wanderley Nunes, que é apaixonado por gastronomia, o fotógrafo Gabriel Wickbold, e Donizete, artista focado em serralheria. Juntos, eles pretendem fazer da galeria um espaço de exposições, eventos e também disponibilizar cursos sobre temas diversos.
Com estética industrial, o projeto de arquitetura é assinado pela arquiteta Drielly Nunes, filha de Wanderley. A decoração exibe o garimpo que o pai vem realizando há tempos: há móveis vintage assinados por ícones do design brasileiro, como Jorge Zalszupin, Joaquim Tenreiro, Oscar Niemeyer e Zanine Caldas. As obras do sócio Donizete também ambientam o décor.
Registros de Gabriel Wickbold surgem nas paredes. O fotógrafo será responsável pela curadoria das obras e pretende trazer diferentes nomes da cena contemporânea brasileira para exposições eventuais. Wanderley promete aflorar seu lado chef, já que a USE possui uma cozinha-escola e pretende incluir workshops e experiências com profissionais da área gastronômica.
USE Gallery
Endereço: Rua Gabriel Monteiro da Silva, 1424 – Jardim América
Após adquirir um apartamento antigo com vista para o Central Park, em Nova York, a artista visual Alina Fassakhova não queria interferir muito na estrutura original da construção, mas queria imprimir a sua estética colorida e elegante em todos os espaços. Na sala de estar, decorada com itens da West Elm, ela buscou ampliar o ambiente usando suas criações geométricas refletidas no jogo de espelhos nas paredes - essa saída é ótima para também garantir fluidez. Ao redor da clássica lareira, ela optou por pendurar plantas pendentes e, no seu interior, guardar livros de arte e a mini adega - o resultado é despretensioso e nada convencional. Por ali, ao fundo, ela ainda aproveitou o cantinho da sala para colocar a mesa de seu home office, que não interfere negativamente na dinâmica da área comum e ainda proporciona para a moradora um clima inspirador e iluminado para as suas criações.
A primeira reforma a gente nunca esquece, certo? No caso da área social deste apartamento no bairro do Tatuapé, em São Paulo, a espera valeu a pena. O casal na faixa dos 40 anos com dois filhos na pré-adolescência vivia no imóvel há dois anos e meio quando decidiu dar um upgrade na sala e na varanda, uma área de aproximadamente 46 m² no total.
A ideia era criar espaços integrados e ao mesmo tempo acolhedores para reunir a família, com elementos que transmitissem elegância. Pensando nisso, os arquitetos do escritório Roberta Banqueri investiram em painéis de madeira e em nichos de pedra para criar um décor sofisticado. “A cliente adorava mármore e queria muito ter este material em casa”, contam os profissionais.
Os arquitetos trocaram as portas, o forro da sala e a iluminação, eliminaram as barreiras entre o estar e a varanda gourmet, integrando assim os dois ambientes, e substituíram o piso frio, o que trouxe mais amplitude aos espaços. A parede da churrasqueira foi revestida com Palimanan tipo pedra chumbo.
Os proprietários do imóvel, que tem 200 m², preferiam um estilo mais sóbrio e clássico, mas foram se abrindo a sugestões mais contemporâneas. “Escolhemos a parede principal onde havia um telão para fazer um grande painel de madeira, camuflando a porta de entrada para a área íntima”, contam.
As cores aparecem pontualmente em alguns móveis: enquanto as cadeiras da mesa de jantar receberam um vibrante tom de verde, o tapete desenhado pelo escritório traz a alegria das nuances de verde, azul e rosa, quebrando a seriedade da paleta de beges e marrons. Entre as peças de destaque, o Banco Bausch e a cadeira com encosto de palha de Ronald Sasson garantem o toque de design ao projeto.
Udêxerê significa "encontro" na língua Pataxó e foi o nome escolhido pelo médico Alberto Plenamente para batizar a pousada que ele sonhou por anos e inaugurou no réveillon de 2017. Situada na esquina do Rio Santo Antônio com o mar, na Vila de Santo Antonio, município de Santa Cruz Cabrália, sul da Bahia, a pousada foi desenhada e construída em cada detalhe por Alberto e seu fiel escudeiro Isael, um local.
Aos 17 anos, Alberto foi à Bahia e, leitor de Jorge Amado, sempre foi fascinado pelas histórias da região. Depois, começou a frequentar o sul do estado e ia para lá quase que anualmente, quando queria desconectar. "O sul da Bahia sempre teve um magnetismo muito forte pra mim". Com essa paixão e o desejo de ter uma vida alternativa no futuro, com mais qualidade de vida, começou a sonhar com uma pousada na região. Com a filha Natália, chegou a desenhar e imaginar o empreendimento em guardanapos de papel. Há 12 anos comprou o terreno e construiu primeiro uma casa para a família. Depois, começou a dar forma ao projeto da pousada, que precisou de uma enorme estrutura por trás, como construção de estrada, poço artesiano, sistema de tratamento de água e rede de energia elétrica.
A construção levou longos anos e revelou algumas surpresas. Há duas décadas, Alberto imaginava a pousada com bangalôs sobre um lago, mas quando encontrou esse terreno, o projeto teve que ser diferente para se adequar à natureza, já que o objetivo era construir algo que não agredisse muito. Mas, no meio da obra, começou a brotar água numa área mais baixa, formando um lago que hoje envolve a piscina.
Foi o médico que idealizou todos os detalhes da pousada, da decoração, ao paisagismo. E executou suas ideias acompanhado de Isael. Depois dele, veio a Dona Celia, hoje cozinheira da Udêxerê, e Juscelino, que ajudava com o jardim. "Demos oportunidade deles descobrirem outras habilidades e se desenvolverem. Toda mão de obra, desde a construção, até hoje, é local. Meu pai sempre se preocupou em empregar a população dali, e não trazer de fora", conta Natália Plenamente, que hoje também administra a pousada.
Além da força de trabalho, o artesanato local também foi valorizado: camas e alguns móveis foram feitos por um artesão, o Rato, da comunidade de Guaiú, próxima dali.
O que veio de fora foram elementos da decoração, que enchem os espaços de memória afetiva. Em uma das áreas sociais está um altar com itens que eram da família. "O mais legal são as peças de barro, que foram feitas pela Lourdes do Amaral, em Piracicaba. Ela era sobrinha da Tarsila do Amaral e teve grande influencia da tia", conta Natália.
Todas essas histórias foram compartilhadas carinhosamente por Natália, quando recebeu a equipe de Casa Vogue na pousada, no início de novembro. E em cada canto da Udêxerê Eco House, que tem 10 quartos, é possível sentir o carinho colocado no projeto. "Nosso maior objetivo é que o hóspede se sinta em casa, vá embora com saudade, mas sabendo que encontrou novos amigos e que tem uma casa sempre esperando por ele no sul da Bahia", completa Natália.
Muito usado nos anos 1970, o vime está de volta, trazendo leveza e um toque natural para projetos de interiores de diversos estilos. Para te inspirar a usar o material da vez, separamos 10 ideias com fibras naturais na decoração. Confira!
Projeto de Annabell Kutucu e Michael Schickinger, o Scorpios Mykonos, espaço de lazer a beira mar na Grécia, na decoração usa vime misturado a outros materiais naturais e acabamentos rústicos, numa paleta quase monocromática.
O hotel boutique Sanders, localizado em Copenhagen, foi criado pelo bailarino Alexander Kolpin. Os interiores, feitos pela dupla Pernille Lind e Richy Almond, misturam referências de midcentury dinamarquês com influências asiáticas e colonais.
Poltrona e mesa de centro desenhadas em 1967 por Franca Helg para Bonacina, em ambiente produzido pelo Atelier Vime, antiquário da região de Provence especializado em móveis desse material.
O lounge do Fellah Hotel, no Marrocos, cria um interessante contraste ao mesclar poltronas de vime, complementos mid-century e revestimentos de bambu.
A sala de jantar da Villa Santo Sospir, na Riviera Francesa, tem tapeçaria de Jean Cocteau, mesa e cadeiras de vime e parede e teto revestidos de rattan.
Criado pela stylist Cleo Scheulderman para a holandesa VT Wonen, esse ambiente cria um clima tropical com luz natural abundante, muitas folhagens, peças de vime e madeira natural com acabamento rústico.
Os espelhos Gabriella e o aparador Halston fazem parte da coleção Golden Girls, lançada neste ano pela designer australiana Sarah Ellison. É inspirada na estética do sul da Flórida nos anos 1980.
No hotel Four Seasons de Anguilla, Kelly Wearstler traz sua característica mistura impactante de materiais e texturas, com muita personalidade.
Nas fotos, detalhes da casa milanesa da designer Gabriella Crespi, que marcou o design de interiores dos anos 1970 e amava usar peças com texturas naturais em seus projetos.