Imóveis antigos costumam carregar, em sua estrutura, marcas das épocas que já passaram e das histórias que aconteceram ali. Muitas vezes, os proprietários que adquirem tais lugares abraçam essas características e incorporam os elementos históricos à arquitetura e ao décor da nova morada. Mas este não é o caso deste lar do século 17, localizado na cidade de Leiden, na Holanda.
Os três andares da construção de 400 anos tiveram todos os excessos centenários retirados. Os responsáveis pelo novo projeto foram Daan Vulkers e Keimpke Zigterman, da Unknown Architects. O primeiro passo foi eliminar as paredes estranhas ao projeto de então – que haviam alterado a simplicidade dos cômodos da residência – além dos tetos rebaixados, que escondiam a estrutura de madeira original. Assim, cada um dos andares passou a ter apenas um cômodo, sem divisórias ou artifícios que diminuíssem a sensação de amplitude. Ainda em busca de valorizar a simplicidade, somente móveis sob medida, feitos de madeira, foram adicionados ao local.
O resultado foi uma invasão minimalista de branco e madeira. No primeiro andar, blocos feitos com tábuas de nogueira criaram um escritório, uma sala de jantar e um possível quarto de visitas. A plataforma instalada pela dupla da Unknown Architects em uma das extremidades do espaço cria um desnível que pode ser usado como assento, armário ou ainda ocultar um cama de visitas retrátil.
Já o segundo andar foi dedicado exclusivamente a uma cozinha espaçosa, visto que os donos da casa consideram o cômodo o coração de uma morada. Nogueira clareada foi usada para dar forma a bancadas e armários ao longo de uma parede e para construir uma mesa de jantar integrada com um armário, em forma de ilha.
No terceiro andar, ou sótão, fica o quarto do casal, que ganhou apenas um novo armário integrado de bambu. E interligando os três andares existe uma bela escada – também minimalista – com acabamento na cor branco. Como diria Ludwig Mies Van der Rohe, menos é mais.