Bennett Konesni herdou o Solar Sylvester quando tinha 23 anos. A propriedade, construída no século 17, em Shelter Island, NY, estava em sua família há dez gerações. Quando sua tia-avó Alice Fiske faleceu aos 88 anos, a elegante e amarela construção Georgiana com mais de 100 hectares seria por direito de Eben Fiske Ostby. O tio de Konesni tornou-se o herdeiro da propriedade porque o casal Fiske nunca teve filhos. Para Ostby tomar posse daquela fazenda não era a melhor das opções, uma vez que ele é um dos fundadores do estudo de animação Pixar e vive na Califórnia.
Ostby, então, ofereceu a Konesni e sua esposa, Edith Gawler, o desafio de transformar aquela propriedade que já dera prejuízo a parentes no passado em algo produtivo. Hoje, oito anos depois, o lugar foi completamente transformado e muita história veio à tona.
Acontece que Konesni, um músico e escritor de 30 anos, tinha uma paixão especial pelo local graças às férias que passou ali com sua tia-avó quando tinha 19. Além disso, reunia as capacidades necessárias para tirar o melhor do local. Ali mesmo, quando jovem, participou de uma escavação arqueologia que resultou em achados indígenas dos tempos da colonização. Depois, passou alguns meses em uma fazenda orgânica na Nova Zelândia pelo programa Oportunidades ao Redor do Mundo em Fazendas Orgânicas e, de volta aos Estados Unidos, em outra fazenda do mesmo tipo em South Fork antes de começar a faculdade.
Assim, Konesni e seu tio fundaram, em parceria com a Peconic Land Trust, a Fazenda Educacional do Solar Sylvester, uma organização sem fins lucrativos. Konesni abriu as porteiras da propriedade para fazendeiros profissionais, historiadores e conservacionistas, com o objetivo não só de preservar e cultivar a terra, mas também de explorar o lugar que a propriedade tem na história do início do capitalismo norte-americano.
Os esforços de Konesni valeram a pena e hoje, não só a fazenda renasceu, como ressurgiram as histórias esquecidas do local. Uma porta escondida por detrás do papel de parede antigo guardava uma coleção de 10 mil documentos, incluindo cartas, mapas, registros de transações de terras originais e listas de escravos africanos e seu valor monetário. Todos eles foram doados para a biblioteca de Fales e para as Coleções Especiais da Universidade de Nova York.
Hoje, o sótão que servia de dormitório para escravos abriga internos do programa do Solar Sylvester, que ajudam no plantio local. E a propriedade de importância histórica (e familiar, para Konesni) não corre mais o risco de definhar graças à má administração de um herdeiro displicente.