Conhecido por examinar as angústias da condição humana em suas pinturas, o irlandês Francis Bacon afirmou em entrevistas que não desenhava. Preferia as pinceladas impetuosas com tinta a óleo. Mas entre 1977 e 1992 Bacon deu de presente ao namorado Cristiano Lovatelli-Ravarino centenas de desenhos feitos nos 15 anos antes de sua morte.
Até 7 de setembro, parte dessas imagens passa um raro período no Brasil. A mostra Italian Drawings, no Paço das Artes, em São Paulo, traz 43 obras de tamanhos variados, desenhadas a lápis, em cor ou em preto e branco. Nelas, Bacon retoma alguns temas da sua pintura da década de 1950, como a crucificação, os retratos de amigos e as imagens do Papa Inocêncio X, inspirada em um quadro de Velazquéz.
Lovatelli-Ravarino só revelou os trabalhos ao mundo na década de 2000. Desde então as obras foram tema de mostras na Itália, Argentina, Chile, Portugal, México, Alemanha, República Tcheca, Taiwan e Inglaterra, além de ganharem uma fundação.
O interesse tem bons motivos. Um dos artistas mais importantes do século 20, Bacon viu suas obras expostas em grandes museus do mundo, como o Metropolitan, em Nova York, o Grand Palais, em Paris, e a Tate Gallery, em Londres. Seu tríptico Três estudos de Lucian Freud é a obra de arte mais cara já leiloada na história - um colecionador a adquiriu por US$ 142,4 milhões em 2013.
Italian Drawings
Local: Paço das Artes
Endereço: Avenida da Universidade, 1, Cidade Universitária, São Paulo - SP
Data: até 7 de setembro
Horário: de terças a sextas-feiras, das 10h às 19h; sábado e domingo, das 12h30 às 17h30
Entrada franca