Em alguns anos, a cara do Museum of Fine Arts, Houston vai mudar. E o complexo de edifícios ganhou um excelente cirurgião plástico, o arquiteto Steven Holl. O plano diretor do americano transformará o campus dedicado à exposição e estudo das belas artes e, de quebra, presenteará a cidade com um espaço público voltado aos pedestres.
Três novos edifícios passarão a pertencer ao complexo. A equipe de Holl desenhou o prédio Nancy e Rich Kinder, dedicado à produção dos séculos 20 e 21. A construção é permeável por todos os lados. A cobertura e fechamento de vidro translúcido permitem que a luz do dia penetre e fazem com que ela emita uma luz suave durante a noite. O teto, com formas côncavas, celebra as nuvens do Texas e reforça a iluminação natural. O interior é pontuado por sete jardins verticais com espelhos d'água. Dois pisos de galerias circundam um átrio com pé-direito triplo.
Holl também assina o novo edifício da Glassel School of Art. O fechamento é rítmico: foi composto por uma série de painéis inclinados de concreto jateado. No interior, aberturas permitirão contemplar o jardim de esculturas, com design de Isamu Noguchi. Uma cobertura verde visitável oferecerá vistas dramáticas para os outros prédios do museu.
E faz todo o sentido, já que por ali estão edifícios projetados por arquitetos como Ludwig Mies van der Rohe, Rafael Moneo e William Ward Watkin. Todo os estacionamentos foram posicionados em garagens subterrâneas, liberando espaço para pedestres e locais de encontro públicos. Um túnel ligará o novo prédio ao construído por Mies.
Embora traga benefícios públicos, o museu foi construído com dinheiro de particulares. Até recentemente, os organizadores obtiveram US$ 330 milhões com doações, cerca de 70% da quantia total. Só o empresário egípcio-americano Fayez S. Sarofim doou US$ 70 milhões – em troca, ele dá nome ao complexo. Já o casal Nancy e Rich Kinder, através da Kinder Foundation, contribuíram com US$ 50 milhões. A dupla ostenta os nomes na nova galeria de arte moderna e contemporânea.