Os icônicos brinquedos de madeira da marca dinamarquesa Kay Boejsen tornaram-se famosos por serem feitos por artesãos locais. Hoje, pela falta de mão de obra especializada e pelo aumento da demanda, tais artefatos passaram a ser produzidos por máquinas na China. É com inspiração neste triste caso que a jovem designer de produto Rebekka Joachimsen Røed decidiu que todo o trabalho necessário para dar vida a seu sofá Braathen deveria vir de mãos humanas.
"Ao contrário das companhias de produção em massa, Braathen tem o foco na criação lenta e consciente. Ter tempo para fazer as coisas direito permite que tanto os artesãos quanto o usuário final possam desfrutar mais de um produto", conta ela à Casa Vogue.
A peça de mobiliário, além de handmade, é produzida apenas com matérias recicláveis e biodegradáveis que evitam o uso de substâncias tóxicas. "A matéria-prima é mais cara, mas é mais durável e melhor para os humanos, os animais e para o ambiente", explica ela.
As almofadas que formam Braathen são de latex natural, uma prática que caiu em desuso após a descoberta, nos anos 1950, de um equivalente mais barato derivado do petróleo. Além disso, a borracha da seringueira é hipoalergênica, antimicrobicida, antibacteriana, resistente à água e muito confortável. O acolchoamento é de lã, fibra ecofriendly vinda de fontes renováveis que tem a superfície repelente à água.
Além de resgatar os valores do passado quanto à produção, o sofá também revive uma paleta de cores e de formas. Tons sóbrios de verde e azul se misturam nas camadas de almofadas, que podem ser rearranjadas sobre a base de madeira a fim de alcançar estéticas diferentes.
"Meu objetivo é realizar projetos que sejam sustentáveis e que desenvolvam uma conexão emocional de longo prazo com o produto. Para além de preservar a tradição artesanal, Braathen utiliza materiais naturais e de origem local, de modo a minimizar impacto ambiental", finaliza Rebekka.
