Reconhecida por suas praias de águas cristalinas, a Califórnia também atrai um número cada vez maior de aficionados por arquitetura. Fora das extensas faixas de areia branca a perder de vista, ícones da arquitetura internacional como Frank Gehry, Herzog & de Meuron e Daniel Libeskind têm deixado sua marca registrada na topografia do balneário, entre museus, hotéis e instituições consagradas, conferindo um ar futurista ao skyline da região.
Em plena sintonia com os novos movimentos da arquitetura contemporânea, projetos cujos valores elevam a sustentabilidade a uma perfeição quase cósmica, decodificada em alternativas de ventilação e iluminação naturais, integração do entorno com o espaço e o paisagismo, acopladas a fachadas icônicas que prometem colocar a costa oeste americana na rota do turismo cultural.
Aqui se desvenda o mapa das paradas obrigatórias entre Los Angeles e Las Vegas.Confira!
Edificação contemporânea em meio a tantos edifícios temáticos em Las Vegas. Detalhe da entrada: possui uma cascata que revela um efeito inovador através do uso de revestimento em pedra. O material apresenta várias dimensões. A água, ao passar, causa um efeito bem parecido ao de uma cascata que, ao cair, não molha o chão. Algo muito bem pensado.
Shopping dentro do empreendimento Aria cuja arquitetura futurista com toques de desconstrução é assinada por Daniel Libeskind. O revestimento escovado na fachada merece atenção especial e se destaca através do formato geométrico e ainda assim harmonioso.
Edifício construído em 2010 pelo renomado arquiteto Frank Gehry para ser usado como uma clínica e também como as sedes das associações de combate ao Alzheimer e doença de Parkinson. Ele se localiza numa região de Las Vegas afastada das luzes e movimento dos hotéis e cassinos. O centro possui cerca de 6 mil m².
Uma característica marcante do projeto é a a fachada entrelaçada em aço inoxidável. Sua arquitetura possui formas insólitas que, segundo Gehry, podem influenciar no tratamento dos pacientes que sofrem das doenças neurológicas. O projeto é feito basicamente de aço e é composto de duas alas, que são interligadas por um jardim. Gehry contou ter se inspirado nas formas do cérebro humano para desenvolvê-lo.
Desde a concepção do projeto, o arquiteto Murphy Jahn se deparou com uma grande responsabilidade urbana, uma vez que o edifício projetado deveria estar integrado à paisagem de Las Vegas, em contraste a tantos edifícios contemporâneos, hotéis temáticos e cassinos. A solução de design se esforça para manter a simplicidade e dinamismo, reforçando o caráter icônico de todo o complexo. O edifício é de uso misto, onde o térreo, lobbies e núcleos são de uso comercial e os andares acima, de uso residencial. A utilização de iluminação e ventilação natural é maximizada por todo a construção. Brises posicionados nas fachadas leste, sul e oeste proporcionam um sombreamento e ajudam a reduzir o consumo de energia.
Xanadu Gallery é o único edifício do renomado arquiteto Frank Lloyd Wright em São Francisco. O edifício foi projetado em 1948 e incorpora o já lendário tema rampa em espiral que Wright já havia projetado para o Museu Guggenheim, embora esse projeto não tenha sido concluído até 1959, pouco depois de sua morte. A polêmica em torno do Guggenheim resultou em parte da rampa em espiral, embora em escala menor e mais intimista. Este não é, no entanto, a sua única característica distintiva. A entrada da rua é um arco romano atualizado, que de acordo com Wright, acena ao visitante em vez de exibir vulgarmente sua mercadoria na calçada. Esta é uma conotação interessante, considerando que o edifício está situado na Maiden Lane, conhecida como uma das mais elegantes ruas comerciais de São Francisco, mas que já foi uma rua de má reputação durante o auge notório de Barbary Coast, uma espécie de distrito da luz vermelha da época.
A própria alvenaria, uma visão rara na arquitetura de São Francisco, é muito bem definida, e chama a atenção pelo marco histórico. Uma delicada linha de paineis translúcidos com um motivo geométrico levantado, clássico de Wright que acende a parede exterior. O arco dá lugar a um átrio que forma um túnel de vidro. Todo o espaço parece girar sob as bolhas luminosas do teto de plástico branco. Em todos os lugares a atenção ao detalhe é perfeita, desde as grandes mesas de exposição modular ao bronze e pedestais astrais. A soma é uma síntese perfeita do esplendor teatral e orgânico.
O projeto se desenvolveu em torno de três objetivos principais: o uso de fontes de energia naturais; ambientes que impulsionam os trabalhadores para saúde, produtividade e criatividade; e a criação de um marco urbano que interage com a comunidade. A esbelta torre de 18 andares pontua o horizonte. A praça grande, no cruzamento da Mission Street e Seven Street, é um ativo valioso no distrito de South Market, identificada pela cidade como uma área deficiente de espaços públicos.
A inserção do pavilhão permanente anima a praça urbana, com um fluxo constante de visitantes. A redefinição de circulação e caminhos de movimento vertical proporcionam oportunidades para encontros casuais e lugares para que os empregados se reúnam fora das mesas trabalho. O Edifício Federal é a primeira torre de escritórios nos EUA a abrir mão de ar-condicionado em favor da ventilação natural.
A fachada constitui-se de chapas metálicas, janelas e painéis de vidro controlados por computador; isto é, são ajustadas de acordo com as necessidades climáticas. Com um desempenho energético eficiente, o projeto estabelece novos padrões para aplicações de controle de temperatura passiva, enquanto democratiza fisicamente o local de trabalho e melhora a saúde dos trabalhadores, trazendo conforto e sensação de controle sobre seu ambiente.
Edifício desenhado por Renzo Piano. Combinando espaço de exposições, educação, conservação e pesquisa sob o mesmo teto, a Academia também compreende um museu de história natural, aquário e planetário. As formas variadas destes diferentes elementos são expressas no telhado do edifício, que segue a forma dos seus componentes gerais. Todo o complexo tem por volta de 3.500 m². O “telhado vivo” é coberto com 1.7 milhões de plantas previamente selecionadas e plantadas em recipientes de fibra de côco biodegradáveis. As duas cúpulas principais possuem clarabóias automatizadas que abrem de acordo com a necessidade climática.
O edifício projetado por Herzog & de Meuron é um renascimento notável de um prédio que não existe mais. O museu original, que foi inaugurado em 1895, foi uma consequência de uma mostra temporária na Exposição Universal de Chicago. O antigo museu era uma estrutura volumosa decorada com ornamentos de concreto, e que começou a se mover para fora do edifício e se tornou perigosa, levando a sua remoção em 1949.
O edifício foi completamente destruído, no entanto, em 1989 pelo terremoto de Loma Prieta. Ao contrário do antigo museu, o novo projeto consiste em uma estrutura impressionante e ousada. A experiência de um visitante começa do lado de fora do museu. A paisagem foi projetada para criar um ambiente agradável, funcional e que permitirá aos visitantes desfrutar do clima de boas vindas da região.
O mais interessante de tudo foi a escolha para a fachada. Herzog & de Meuron intencionalmente escolheu uma fachada de cobre que lentamente se tornará verde devido à oxidação e, portanto, desaparecerá em seu ambiente natural.
A obra de Libeskind tem como objetivo criar um novo lar para o museu de quinze anos que está evoluindo para um maior edifício cultural. Diferente de qualquer outro, ao chegar no museu, o visitante pode contar com uma programação variada que deve abordar temas sobre a tradição, religião e o pensamento judaico. O prédio é inspirado na palavra hebraica chai, que significa vida. As duas letras hebraicas chet e yud, que compõem a palavra chai, expressam a condição de vida do museu, pois, de acordo com os judeus, as letras não são apenas símbolos mas verdades da história.
O novo edifício inclui um teatro com 275 lugares, reservado para leituras, exibição de filmes, concertos e programas educacionais. Ambientes com temperatura adequada vão abrigar exposições especiais e itinerantes, assim como uma pequena loja e um espaço ao ar livre, formando uma espécie de praça pública.
Localizado entre os bairros históricos da Alamo Square e do Centro Cívico. Casas vitorianas, Queen Anne, e Eduardianas se integram com boutiques, restaurantes, cafés, e projetos contemporâneos unifamiliares e multifamiliares bastante inovadores.
Ponte famosa localizada no Big Sur, California. A vista que se tem quando se aproxima da ponte e também quando se está na ponte é magnífica.
Principal instituição de ensino do estado, a Universidade de Berkeley abriga graduações desde arquitetura a antropologia.
A nova sede da Filarmônica de Los Angeles faz parte do plano da prefeitura da cidade para atrair turistas, vista durante anos como uma região perigosa. O Wall Disney Concert Hall é um projeto assinado pelo célebre arquiteto Frank Gehry. Muitos dizem que ao passar pelas vias expressas que cortam Los Angeles, podem avistar algo semelhante a uma rosa gigante de aço.
A construção do conjunto, composto por uma sala de concerto, dois pequenos anfiteatros e uma galeria de arte, foi iniciada em 1987, quando Lilian, viúva de Walt Disney, doou 50 milhões de dólares para uma obra com a qual desejava homenagear seu marido.
Foi realizado um concurso para disputar o desenho deste projeto. Dentre os grandes nomes da arquitetura contemporânea atual, foi escolhido Diller Scofidio + Renfro para projetar o museu de aproximadamente 120 mil m², que inclui espaço para exposições, escritórios e uma garagem.
O museu será instalado com os custos de construção finais estimados em US$ 140 milhões. Com uma localização adjacente ao icônico Walt Disney Concert Hall de Frank Gehry, o escritório escolhido procurou contrastar com o exterior metálico brilhante do concert hall, ao lançar uma fachada porosa, com cheios e vazios, lembrando uma casa de abelha.
Ao andar por alguns bairros, pode-se ver hortas e jardins comunitários, tanto no subúrbio quanto no meio do centro urbano.
Complexo com mais de 30 galerias de arte. Se você gosta de fotografia fine art em preto e branco, visite a Peter Fetterman Gallery.
Livraria especializada em livros de fotografia, arquitetura, arte e design.
Rua movimentada, reduto de gastronomia, arte, compras, ambiente e pessoas descoladas.
Loja conceito de alpargatas e óculos que, além da venda de produtos, possui um café, espaço de trabalho, lounge e uma área aberta para o público. Pet-friendly.
* O arquiteto carioca Sergio Conde Caldas, profissional mais jovem a ser premiado como arquiteto do ano pela ADEMI (Associação de Diregentes de Empresas do Mercado Imobiliário), está hoje à frente de construções sustentáveis no Rio de Janeiro. Após temporada de trabalho nos Estados Unidos, abriu seu próprio escritório de arquitetura, onde desenvolve projetos comerciais e residenciais com destaque no uso de tecnologias renováveis integrando natureza e sustentabilidade às emblemáticas linhas geométricas, em parceria com o arquiteto João de Sousa Machado.