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O melhor da semana de design de NY

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Tapete Shakespeare in Africa, de Milton Glaser para Nanimarquina (Foto: Robert Wright/The New York Times)

Terminou na semana passada a 25ª edição da feira de design nova iorquina International Contemporary Furniture Fair. O evento, que aconteceu entre os dias 10 e 21 de maio, foi sediado no Jacob K. Javits Convention Center, este ano como parte do novo festival NYCxDesign (pronunciado “NYC by Design”). Reunindo o trabalho de mais 500 designers de todo o mundo, a feira trouxe boas surpresas, como o tapete africano de Milton Glaser para a Nanimarquina, do qual salta a cabeça de William Shakespeare.

Apesar de revelar a efervescência do design na metrópole, por meio não só da feira, mas de uma série de exposições paralelas por todos os cantos da cidade, a NYCxDesign não apresentou tendências ou estilos claramente delineados, fato que pode ser atribuído ao mau momento econômico vivido nos últimos anos. Algo que pôde ser vislumbrado foi a influência de avanços tecnológicos sobre as técnicas da área. Um exemplo foi o jovem designer holandês Dirk Vander Kooij, que mostrou a cadeira Chubby, feita a partir de um robô que expele plástico reciclado colorido. A peça demora meia hora para ser produzida e tem o preço aproximado de US$ 400 (cerca de R$ 830).

Indícios de profundidade conceitual se apresentaram em projetos como o dos alunos da School of Visual Arts, que trazia uma série de ferramentas para ajudar visitantes a pensar o design sobre novas perspectivas . Entre elas, um microscópio digital que revela superfícies de materiais do cotidiano aumentados 170 vezes, evidenciando um mundo desconhecido de beleza e padrões.

A NYCxDesign reuniu várias modalidades de design, desde joias à arquitetura. A missão do evento é chamar atenção à area, assim criando empregos e atraindo grande contingente de visitantes, como ocorre na semana de moda da cidade.

Cadeira Parabola, de Carlo Aiello (Foto: Robert Wright/The New York Times)

 

Cadeira Chubby, de Dirk Vander Kooij (Foto: Robert Wright/The New York Times)

 

Luminária Oona, de Tamera Leigh Staten (Foto: Robert Wright/The New York Times)

 

Pendente de lustre King Edison XII, de Brendan Young e Vanessa Battaglia para Mineheart (Foto: Robert Wright/The New York Times)

 

Canapé Atlantic, da O&G Studio, com estofamento em tecido por Meg Callahan (Foto: Robert Wright/The New York Times)

 


Mostra Black 2013: a festa de abertura

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  (Foto: Marta Santos)

As grandes estrelas da decoração nacional estiveram reunidas no topo do W Torre Plaza na noite desta terça-feira (28) para a festa que abriu oficialmente a Mostra Black de 2013. A mais luxuosa mostra de décor do país foi inaugurada com convidados e animação à altura de sua importância, cada vez mais notável.

Casa Vogue esteve lá e fotografou tudo, como você confere nesta galeria!
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Nesta galeria você vê fotos de Abdul Fares, Adriana Helú, Anna Ishimura, Arnaldo Danemberg, Camila Klein, Candida Tabet, Carolina Mauro, Carolina Oliveira, Cida Santana, Cila Schulman, Consuelo Jorge, Dado Castelo Branco, Daniel Al Makul, Daniela Colnaghi, Daniela Frugiuele, Danilo Toledo, Débora Aguiar, Edson Busin, Esther Schattan, Fabio Morozini, Fernanda Abs, Fernandas Marques, Fernando Piva, Filipe Troncon, Flavia Rocha, Frank Zietolie, Fred Benedetti, Gil Cioni, Gilberto Elkis, Gilberto Elkis, Gina Elimelek, Giovani Bonetti, Glauco Oliveira, Graça Bueno, Guilherme Amorozo, Guilherme Torres, Helena Fernandes, Hélio Bork, Isabella Fiorentino, Jayme Bernardo, João Armentano, José Marton, Karina Afonso, Ken Kadow, Kiko Salomão, Lais Bacchi, Lili Barbosa, Lilian Pacce, Louis de Charbonnières, Lucila Turqueto, Luis Carlos Orsini, Luis Fernado Perin, Marcelo Orlean, Marcos Zeitoune, Maria di Pace, Mariana Amaral, Marina de Sabrit, Marina Linhares, Monica Van de Ker, Murillo Schattan, Murilo Nogueira, Nildo José, Olegário de Sá, Osvaldo Tenório, Paulo Bacchi, Pil Marques, Priscila Lima de Charbonnières, Rafael Miliari, Raquel Silveira, Reinaldo Lourenço, Renata Seripieri, Ricardo Gaioso, Rita Valladares, Roberto Migotto, Sandra Bork, Sergio Zoboran, Simone Monte, Suzana Schermann, Tais Bonetti, Taissa Buescu, Tatiana Kamogawa, Ugo di Pace, Val Marchiori, Valéria Beraldin, Vincent Coulon e Zeco Beraldin 

 


 

Junho 2013 (#334)

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  (Foto: Ricardo Labougle)

Editorial

29 Taissa Buescu apresenta a edição

Antena

32 News: De uma abertura luxuosa ao prazer da casa perfumada

40 Expo: Lucian Freud, Le Corbusier e outras lendas a olhos nus

44 Livros: Décor nórdico e um Geraldo de Barros definitivo

48 Shopping: Rothko, Vermeer e outros mestres convertidos em peças para a casa

58 Shopping On-Line: Animais à solta – e para reunir

60 Evento: Casa Vogue elege o suprassumo de Milão

Estilo

66 Ícone: Lições cromáticas e arquitetônicas da poltrona Red Blue

68 Tendência: Como os lançamentos do Salão do Móvel se comportam em ambientações chics

76 Inspiração: A invasão das candy colors

Fala-se

84 De Memória: Maria Martins, artista e embaixadora tropical

89 De Decoração: A Mostra Black vai às alturas

106 De Novos Talentos: Casa Vogue e Faap buscam promessas no design

114 De Livro: Colecionar arte por quê? Mil razões em um título bem-humorado

118 Em Casa Com: Obras de arte de amigos são o manto de Jac Leirner

124 Em Ascensão: André Komatsu, Thereza Farkas e Mendes Wood: a estrela sobe

130 De Coleção: Etiquetas, fivelas, bandejas e outros caprichos

136 Expert: Arquitetos elegem destinos sofisticados na América do Sul

140 Entre 4 Paredes: Educar, reler, adquirir – lemas de Eungie Joo para Inhotim

Especial

145 Um novo momento para os tapetes, mais lavados, estampados e étnicos

Universo Casa Vogue

168 Manchester, Inglaterra. Em sua penthouse grandiosa, o arquiteto Ian Simpson gosta de “colecionar coleções”: móveis de design, telas, esculturas, vasos e até árvores, como oliveiras e carvalhos

182 Jones Bergamin, nome forte dos leilões de arte no eixo Rio–São Paulo, abre seu pied-à-terre na capital paulista à Casa Vogue. Entre Tenreiros, desfilam Adriana Varejão, Mira Schendel e Ivan Serpa, entre outros

190 Três amigos de Londres com gosto sofisticado e pendor para a diversão arremataram um castelo na França e criam nele ambientes fancy. Sucesso absoluto, a casa de veraneio virou também hotel

200 Ninguém se importa em ver o mar no apartamento, em Recife, que guarda uma vastidão de arte popular, dos pernambucanos Mestre Vitalino e Nuca de Tracunhaém aos hábeis artesãos mineiros

208 Em São Paulo, Regina Pinho de Almeida cria em sua morada um pavilhão dedicado a um acervo que sublinha artistas brasileiros e latino-americanos, mas homenageia big shots como Olafur Eliasson

Lazer

220 Viagem: Viena: berço do design moderno

226 Hotel: Cama, café e arte consagrada ao redor, em hotéis sublimes

Last Look

258 Porcelana criativa
  

Junho é o mês das artes na Casa Vogue

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  (Foto: Ricardo Labougle)

Junho é o mês das artes, do design e do décor. Puro deleite para quem ama a casa, como nós da Casa Vogue. É quando tem início a Bienal de Veneza, evento dos mais aguardados, que promete agitar a romântica cidade das gôndolas. A pé, por suas vielas e dentro de seus belos prédios e monumentos, pode-se degustar o melhor da arte contemporânea internacional. Neste mês, as feiras Art Basel e Design Miami/Basel também reúnem, na Suíça, dezenas de milhares de colecionadores de todo o mundo, sedentos por novas obras e peças de design limitado. 

Já no Brasil, é em junho que acontecem as principais mostras de decoração, plenas de arte e design apurados. A Mostra Black, em sua terceira edição, em São Paulo, ocupa os cinco últimos andares de uma das torres anexas ao Shopping JK Iguatemi, com espaços assinados por 35 experts do décor nacional. Lá, a Casa Vogue criou um espaço dedicado ao design sustentável e experimental: no Casa Vogue DesignLab, designers convidados em parceria coma galeria Coletivo Amor de Madre criarão peças, em tempo real, a partir dos resíduos da montagem da mostra.

A Casa Cor também começa a partir de agora em São Paulo e em diversas capitais do país, reunindo outros tantos profissionais do mundo da casa. Por todas essas razões, neste mês, dedicamos 100%de nossas páginas às artes, ao bom desenho, às coleções dessas e outras histórias, aos artistas e demais mentes criadoras – todos protagonistas de um sistema que, por meio da beleza, torna o mundo melhor.

Casa Vogue agradece a oportunidade de dividir com vocês, leitores, esse universo que faz desta uma belíssima edição. Digna de coleção.

Para conhecer os assuntos que entraram na edição em mais detalhe confira o sumário de Casa Vogue #334. A revista chega às bancas e à banca do iPad no dia 5 de junho.
  

Visite a Mostra Black 2013 com Casa Vogue

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  (Foto:  )

Quer conhecer a Mostra Black 2013 com Casa Vogue? Participe do nosso concurso cultural e concorra a uma exclusivíssima visita guiada pelos ambientes em exposição. Para concorrer, basta responder à pergunta: “O que não pode faltar num ambiente BLACK?”.

A redação de Casa Vogue selecionará as 20 melhores frases, e seus autores serão premiados com uma visita guiada no dia 29 de junho na companhia do curador da Mostra Black, Sergio Zobaran. As inscrições ficam abertas até o dia 16 de junho.

Além da visita guiada, as cinco melhores frases serão contempladas com uma assinatura anual da revista.

Clique aqui para ver o regulamento e preencher o formulário. Participe!

 


 

Design e estilo em roupas de cama

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Gráficos, florais, acetinados e bordados. Estampas que captam o olhar e texturas decorativas que vestem a cama e convidam, com sofisticação, ao aconchego nosso de cada dia. Uma boa decoração é aquela cujos detalhes todos foram levados em conta. Sem dúvida que o mobiliário chama atenção, mas os tecidos são também muito importantes numa composição. Confira abaixo uma seleção de lençóis, mantas e afins.

  (Foto: Gui Gomes)

Sedas e lãs no quarto

1 Manta flanelada, 1,30 x 1,70 m, da mmartan, R$ 99 2 Porta-travesseiro e capa para edredom da linha Palazzo, 100% seda natural, 1,60 x 2 m (capa para edredom), da Casa Almeida, R$ 1.499 3 Jogo de lençol Tradicional, de algodão egípcio 300 fios com acabamento acetinado, 1,58 x 1,98 x 0,40 m, da Casa Moysés, R$ 349 4 Capa para almofada Nuance (2013), de lã, 50 x 50 cm, da Trousseau, R$ 225 5 Manta Classic, de lã, 1,30 x 1,80 m, da Trousseau, R$ 218 6 Manta Manuel, de lã, 1,30 x 1,90 m, da Missoni Home, R$ 1.498 7 Manta de tricô com porta-travesseiro Rivoli, de algodão e acrílico, 1,80 x 2,20 m e 50 x 70 cm, da Blue Gardenia, R$ 456.

Cama antiga, de latão, na Loja do Bispo. Banco Ovelha, da Luhome. Tapete Zili Juta Acqua, da By Kamy. Na parede, tinta Brasão, da Suvinil.

  (Foto: Gui Gomes)

Florais no quintal

1 Edredom Birds in Paradise, 100% algodão percal, 2,50 x 2,40 m, da PiP Studio, na SaLA Design, R$ 960 o kit com dois porta-travesseiros 2 Duvet Compagnia (2013), de cetim de algodão, 2,90 x 2,60 m, da Trousseau, R$ 1.035 3 Jogo de lençol Edmond Riggiola, 100% algodão egípcio, 2,60 x 2,70 m, da italiana Frette, na Marlene, R$ 2.535 4 Jogo de lençol da coleção Serenity, 100% algodão, 180 fios, 2,40 x 2,60 m, da Andreza Enxovais, R$ 149 5 Jogo de cama (2013), 100% algodão, 2,20 x 2,40 m, da Riachuelo Moda Casa, R$ 139,90 o kit com lençóis e dois porta-travesseiros 6 Jogo de lençol Venice, de micromodal com aplicações de rendas e bordados, 1,58 x 0,40 x 1,98 m, da Casa Moysés, R$ 1.200 7 Jogo de lençol e colcha Ambientale, 100% algodão 200 fios, 2,60 x 2,40 m, da Corttex, R$ 180 e R$ 290, respectivamente, com dois porta-travesseiros.

Cesto Rafia, da Area Objetos. Apoio de porta Gato, na Slim. Piso vinílico Pepper, da coleção Chroma Concept, da Tarkett Fademac, no Ateliê Revestimentos. Na parede, tinta Canário-da-Terra, da Suvinil.

  (Foto: Gui Gomes)

Grafismos na área de serviço

1 Cobertor Degradeé, 100% microfibra, 2,40 x 2,20 m, da Carmim Casa, R$ 140 2 Cobreleito bordado, da coleção Art Nouveau, 100% algodão 200 fios, da Andreza Enxovais, R$ 378 3 Jogo de lençol da linha Flores para Você, de algodão 180 fios, 2,20 x 2,40 m, com duas fronhas de 50 x 70 cm, design Ronaldo Fraga para Tok&Stok, R$ 170 4 Jogo de lençol Fleur Des Champs Ajour, de algodão egípcio 400 fios, 2,40 x 2,70 m, no Mundo do Enxoval, R$ 470 5 Capa de edredom Brasil, 100% algodão, 2,40 x 2,60 m, com dois porta-travesseiros de 50 x 70 cm, da Ari Beraldin, no Empório Beraldin, R$ 990 6 Jogo de lençol da coleção Day By Day, de jacquard de algodão egípcio 400 fios, 1,58 x 1,98 m, da Casa Moysés, R$ 680 7 Manta de tricô Tijolinho, de algodão, 0,90 x 1,40 m, do Empório Beraldin, R$ 582 8 Capa de duvet Marina Striped, 100% algodão egípcio 230 fios, 2,40 x 2,40 m, com duas fronhas de 50 x 70 cm, na Blue Gardenia, R$ 732.

Banqueta (1950), no Escritório de Arte Thomaz Saavedra. Aparador, na Conceito: Firma Casa. Prateleira dupla Platform, da Tok&Stok. Descanso para ferro de passar e cesta organizadora, ambos da Coza, na Utilplast. Piso vinílico Biscuit (bege) e Night (preto), da coleção Chroma Concept, da Tarkett Fademac, no Ateliê Revestimentos. Na parede, tinta Malaquita, da Suvinil.

  (Foto: Gui Gomes)

Linhos na lavanderia

1 Porta-travesseiro da linha Natural Décor, de linho lituano, 65 x 65 cm, da Casa Moysés, R$ 210 2 Jogo de lençol de linho, nas cores azul e rosa, 1,60 x 2 m, da Casa by Buddemeyer, na Casa Almeida, R$ 1.099 3 Almofada Atena, de linho com detalhes de veludo, 50 x 50 cm, do Ateliê Viviane Catelan, R$ 220 4 Manta flanelada, 1,30 x 1,70 m, da mmartan, R$ 99 5 Porta-travesseiro da linha Natural Décor, de linho lituano, 65 x 65 cm, da Casa Moysés, R$ 210.

Pendente NUD Classic, design Staffan Svensson, na La Lampe. Lava e seca Ecobubble, da Samsung, na Fast Shop. Saco de lavanderia Símbolos, de rami, na Alfaias. Cesto indiano com rodízios, na Conceito: Firma Casa. Piso vinílico Biscuit (bege) e Night (preto), da coleção Chroma Concept, da Tarkett Fademac, no Ateliê Revestimentos.

  (Foto: Gui Gomes)

Bordados e tricôs na estante

1 Cobre-edredom Zipper, 100% algodão, 2 x 2,50 m, com porta-travesseiros de 50 x 80 cm, da Diesel, na LZ Studio, R$ 1.080 2 Colcha Pinkcity, de algodão, bordada, 1,50 x 2,40 m, da Area Objetos, R$ 490 3 Jogo de lençol Priscila, de algodão 600 fios (branco com frisos verdes), 2,90 x 2,80 m, e jogo de cama da coleção Piquet Ivana, de percal de algodão, 2,60 x 2,50 m, ambos da Carmim Casa, R$ 1.192 e R$ 428, respectivamente 4 Manta de tricô Casa Blanca (2013), de algodão e acrílico, 1,60 x 2,30 m, da Blue Gardenia, R$ 950 5 Colcha Premium, 100% algodão egípcio 400 fios com micromatelassê, 2,80 x 2,40 m, com porta-travesseiros de 50 x 70 cm, da mmartan, R$ 999 6 Jogo de lençol Galles, da linha Ispirazione, 100% algodão egípcio 600 fios, 2,70 x 3,10 m, da Trussardi, R$ 3.294 7 Manta Ikat, de tricô de acrílico, 1,30 x 1,75 m, da Slim, R$ 780 8 Capa de edredom Liberty Azul, 100% algodão 210 fios, com detalhes drapeados e botões de madrepérola, 2,40 x 2,40 m, com porta-travesseiros de 50 x 70 cm, da mmartan, R$ 399 9 Jogo de cama Indian, 100% algodão 200 fios, bordado, 2,20 x 2,50 m, da Alfaias, R$ 369 10 Manta Aline, de tricô de acrílico com algodão, 0,90 x 2,20 m, da Marlene, R$ 950 11 Jogo de lençol Amore (2013), de cetim de algodão 300 fios, 2,90 x 2,80 m, da Trousseau, R$ 998 12 Manta Ondas, de tricô de algodão, 1,90 x 1,40 m, do Empório Beraldin, R$ 582 13 Capa de almofada Tressage, 100% algodão, 30 x 40 cm, no Mundo do Enxoval, R$ 55.

Estante Brick, da Fernando Jaeger. Banco-luminária Luz, design Estudio Manus, na Decameron. Tapete Shalin Damask Red, da By Kamy. Piso vinílico Night, da coleção Chroma Concept, da Tarkett Fademac, no Ateliê Revestimentos. Na parede, tinta Azul Retrô, da Suvinil.

* Matéria publicada em Casa Vogue #333 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

 


  

Décor do dia: a luz da praia

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  (Foto: Eric Roth)

Esta sala pertence a uma casa de praia muito moderna em Cape Cod, Massachusetts, Estados Unidos. O lar de veraneio ecologicamente correto foi projetado pela ZeroEnergy Design para uma família numerosa que vive em Boston. Para abrir a sala de estar à beleza do mar, o vidro substituiu portas e paredes, de modo que as esquadrias são a única separação entre o ambiente e a beleza circundante. Os tons de bege do tapete e dos sofás deixam claro quais são os protagonistas da decoração: as duas mesas de centro. Uma composta de dois cilindros brancos e outra por duas superfícies em preto, elas atribuem personalidade ao resto da composição, que também ganha graça com a forte luminosidade que adentra a sala. Os tons neutros certamente foram escolhidos para não rivalizar com a belíssima paisagem.

Giro Casa Vogue: Bianca da Hora apresenta roteiro de decoração no RJ

A casa do street artist descolado

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  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

O apartamento do artista de rua Stefan Strumbel é prova de que um orçamento reduzido não é problema quando a criatividade é maior do que as limitações financeiras. Ele revela que encontrou seu lar no terceiro andar de um prédio do século 19, em Offenburg, uma pequena cidade no sudoeste da Alemanha.

Segundo Strumbel, o espaço estava em mau estado, com tapetes mofados e um desagradável papel de parede bege. A falta de recursos levou o próprio artista a orquestrar a tão desejada reforma. Ao descascar uma das paredes da sala de estar, Stefan descobriu uma textura bruta cuja estética lhe agradou por remeter às fachadas de prédios no leste de Berlim. Ele optou por mantê-la, aplicando apenas cola industrial à superfície, efeito que imitou em uma das paredes da sala de jantar.

Curiosamente, a principal fonte de renda de Strumbel vem da venda de relógios cuco; ele os compra e aplica uma releitura street art. Apesar disso, não há nenhum indício dessas peças em seu apartamento. “Quando tenho algum dinheiro gasto com arte”, conta ele. “Não quero pensar no trabalho quando estou em casa.” Por outro lado, é forte a presença de obras de outros artistas de rua contemporâneos: “Meu objetivo é trazer um pouco da cidade para dentro de casa”. Entre os destaques, ele aponta para um quadro em que seu tio, quando criança, aparece ao lado do Pato Donald. A tela é de autoria do próprio tio.

Já a sala de jantar manifesta mais um talento do alemão: o design. A mesa foi criada e produzida pelo próprio artista. Aqui figuram mais heranças familiares: as cadeiras de veludo e o sofá de listras pertenciam a avó de Strumbel. Trata-se de um apartamento pessoal em todos os sentidos da palavra.

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

 

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

Décor do dia: o desenho árabe

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  (Foto: Marisa Antoun/ divulgação)

A decoração deste apartamento de 850 m² em São Paulo é de autoria de Bruno Faggiano. Seus clientes pediram que fossem levados em conta os padrões culturais libaneses no desenvolvimento do projeto, dada a origem da família. Assim, o arquiteto desenvolveu um rebuscado desenho de marchetaria para o piso que leva três tipos de madeira: carvalho, nogueira e teca. A materialização do projeto ficou por conta de uma empresa na Itália. De modo geral, a paleta de cores do décor é simples, variando entre nuances de marrom. Há, no entanto, um acabamento que chama a atenção: o folheado de prata. Trata-se de uma tradição centenária. Por fim, cabe ressaltar que as portas originais foram trocadas por versões maiores, que dialogam melhor com o alto pé-direito da casa.

Giro Casa Vogue: Dante Lapertosa e José Alberto Figueiredo criam roteiro de lojas em BH

O plástico fluido de Zaha Hadid

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  (Foto: Divulgação)

Uma folha de papel redonda dobrada foi o ponto de partida da über arquiteta e designer Zaha Hadid para criar a cadeira Kuki. A peça, que parece realmente ter sido apertada com as mãos, é resultado de uma parceria com o escritório italiano de design Sawaya & Moroni e foi apresentada no Salão do Móvel de Milão 2013.

Feita a partir de uma única superfície de plástico de cor púrpura, a Kuki tem curvas e dobras que lhe imprimem um formato escultural. As bordas alinhadas formam os pés da cadeira, responsáveis pela sustentação da peça. Seguindo o formato das curvas, algumas incisões abrem-se em forma de gota, dando mais leveza à criação. Uma dobra acentuada no meio quebra a circularidade para estabelecer os limites entre assento e encosto, sem prejuízo à harmonia e à organicidade - algo cada vez mais presente nos designs fluidos da arquiteta iraquiana, que tem gostado de criar pequenas em escala doméstica. Ainda bem.

  (Foto: Divulgação)

 

  (Foto: Divulgação)

 

  (Foto: Divulgação)

Casal inglês se refugia em paraíso uruguaio

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  (Foto: Ricardo Labougle)

Aos 71 anos, cerca de 50 deles dedicados à arte, o marchand Martin Summers é um expert como poucos. Foi o mundo da arte que levou esse inglês a percorrer o mundo, chegando, nos anos 1970, a Buenos Aires. Aconselhado por pessoas próximas, veio a conhecer o chef Francis Mallmann, de quem se tornou posteriormente um grande amigo. Foi Mallmann quem o convidou, em 1998, a ir pela primeira vez a Pueblo Garzón, um vilarejo no sudeste do Uruguai, a cerca de 60 km de Punta del Este. “Pueblo Garzón tem um encanto único”, afirma Summers, que se apaixonou pela energia do local e pelos seus habitantes. Junto a sua mulher Anne, ex-designer de interiores e editora de revistas de decoração, decidiu comprar um terreno a um quarteirão da praça principal para construir uma casa luxuosa e singular, onde eles se estabelecem nos meses de verão, escapando do frio londrino.

“Nunca imaginei que viveríamos em um lugar tão remoto”, afirma Martin.“ Nós nunca tínhamos comprado uma propriedade fora da Inglaterra, mas queríamos estar em Garzón de alguma forma. Lá nos sentimos no paraíso”, conta Summers. O casal adquiriu finalmente um terreno na orla da cidade, pensando em uma morada espaçosa, onde pudessem viver de dezembro a março. Ela precisava ser grande o suficiente para que eles pudessem entreter a família e os amigos, mas também deveria se misturar com a arquitetura vernacular local. “Foi importante manter o visual antigo de Pueblo, com suas casas baixas e seus telhados planos”, diz.

  (Foto: Ricardo Labougle)

Foi ele que concebeu a ideia inicial do projeto – uma série de quatro construções ligadas, mas com áreas separadas que podem funcionar de forma independente: “Assim, mantemos um senso de privacidade para mim e meus convidados”. Para ajudá-lo a executar seu sonho, Martin pediu a ajuda do arquiteto argentino Diego Moreno.

Toda construída com tijolos aparentes, a residência de 7 mil m² se organiza em quatro blocos: um deles concentra o jantar e a cozinha; outro, a sala de estar; um terceiro, a suíte do casal; e o último, os quartos de hóspedes. Quase tudo na casa foi feito localmente, incluindo as camas de ferro e os armários na cozinha e no living.

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  (Foto: Ricardo Labougle)

A inspiração para o paisagismo, por outro lado, veio dos jardins japoneses. “Sempre amei a ideia de grandes pedras que nascem de uma base muito perfeita”, revela Summers. No final do grande jardim, está a piscina e um grande bangalô aberto, com telhado de palha. É lá que estão o bar principal e o confortável lounge, onde o casal recebe seus amigos para drinques. À noite, a área central do bangalô vira uma pista de dança. E, como em toda casa uruguaia, não poderia faltar uma grande parrillera, de onde saem os típicos churrascos.

A garagem é um generoso galpão de pé-direito alto que, em vez do carro, abriga uma mesa de pingue-pongue, em que Summers joga animadamente com os mais próximos e também habitantes de Pueblo. Por esse motivo, a porta desse espaço está sempre aberta.

“Garzón é uma comunidade pequena, com 200 habitantes, mas crescente, de pessoas que amam a paz e tranquilidade”, conta Summers. “Consegui trazer para cá amigos de todas as partes do mundo, e alguns já são proprietários locais como eu.” É comum ouvir inglês pelos quatro cantos do povoado. “Cada vez que parto de Garzón, derramo uma lágrima”, confessa.

* Matéria publicada em Casa Vogue #333 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

Junho 2013 (#334)

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  (Foto: Ricardo Labougle)

Editorial

29 Taissa Buescu apresenta a edição

Antena

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60 Evento: Casa Vogue elege o suprassumo de Milão

Estilo

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68 Tendência: Como os lançamentos do Salão do Móvel se comportam em ambientações chics

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Fala-se

84 De Memória: Maria Martins, artista e embaixadora tropical

89 De Decoração: A Mostra Black vai às alturas

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118 Em Casa Com: Obras de arte de amigos são o manto de Jac Leirner

124 Em Ascensão: André Komatsu, Thereza Farkas e Mendes Wood: a estrela sobe

130 De Coleção: Etiquetas, fivelas, bandejas e outros caprichos

136 Expert: Arquitetos elegem destinos sofisticados na América do Sul

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145 Um novo momento para os tapetes, mais lavados, estampados e étnicos

Universo Casa Vogue

168 Manchester, Inglaterra. Em sua penthouse grandiosa, o arquiteto Ian Simpson gosta de “colecionar coleções”: móveis de design, telas, esculturas, vasos e até árvores, como oliveiras e carvalhos

182 Jones Bergamin, nome forte dos leilões de arte no eixo Rio–São Paulo, abre seu pied-à-terre na capital paulista à Casa Vogue. Entre Tenreiros, desfilam Adriana Varejão, Mira Schendel e Ivan Serpa, entre outros

190 Três amigos de Londres com gosto sofisticado e pendor para a diversão arremataram um castelo na França e criam nele ambientes fancy. Sucesso absoluto, a casa de veraneio virou também hotel

200 Ninguém se importa em ver o mar no apartamento, em Recife, que guarda uma vastidão de arte popular, dos pernambucanos Mestre Vitalino e Nuca de Tracunhaém aos hábeis artesãos mineiros

208 Em São Paulo, Regina Pinho de Almeida cria em sua morada um pavilhão dedicado a um acervo que sublinha artistas brasileiros e latino-americanos, mas homenageia big shots como Olafur Eliasson

Lazer

220 Viagem: Viena: berço do design moderno

226 Hotel: Cama, café e arte consagrada ao redor, em hotéis sublimes

Last Look

258 Porcelana criativa
  

Junho é o mês das artes na Casa Vogue

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  (Foto: Ricardo Labougle)

Junho é o mês das artes, do design e do décor. Puro deleite para quem ama a casa, como nós da Casa Vogue. É quando tem início a Bienal de Veneza, evento dos mais aguardados, que promete agitar a romântica cidade das gôndolas. A pé, por suas vielas e dentro de seus belos prédios e monumentos, pode-se degustar o melhor da arte contemporânea internacional. Neste mês, as feiras Art Basel e Design Miami/Basel também reúnem, na Suíça, dezenas de milhares de colecionadores de todo o mundo, sedentos por novas obras e peças de design limitado. 

Já no Brasil, é em junho que acontecem as principais mostras de decoração, plenas de arte e design apurados. A Mostra Black, em sua terceira edição, em São Paulo, ocupa os cinco últimos andares de uma das torres anexas ao Shopping JK Iguatemi, com espaços assinados por 35 experts do décor nacional. Lá, a Casa Vogue criou um espaço dedicado ao design sustentável e experimental: no Casa Vogue DesignLab, designers convidados em parceria coma galeria Coletivo Amor de Madre criarão peças, em tempo real, a partir dos resíduos da montagem da mostra.

A Casa Cor também começa a partir de agora em São Paulo e em diversas capitais do país, reunindo outros tantos profissionais do mundo da casa. Por todas essas razões, neste mês, dedicamos 100%de nossas páginas às artes, ao bom desenho, às coleções dessas e outras histórias, aos artistas e demais mentes criadoras – todos protagonistas de um sistema que, por meio da beleza, torna o mundo melhor.

Casa Vogue agradece a oportunidade de dividir com vocês, leitores, esse universo que faz desta uma belíssima edição. Digna de coleção.

Para conhecer os assuntos que entraram na edição em mais detalhe confira o sumário de Casa Vogue #334. A revista chega às bancas e à banca do iPad no dia 5 de junho.
  

A corrosão do tempo como virtude

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  (Foto: Fernando Lombardi)

Quando cheguei a Trancoso, em 2001, percebi imediatamente que era hora de voltar a colocar um pé no Brasil, depois de quase 20 anos na Europa numa espécie de autoexílio econômico e profissional. Era hora de reassumir a minha brasilidade. Naquela época, passava grande parte do ano fotografando pelo mundo e estava de férias com minha futura mulher, Francesca, pelo sul da Bahia.

Descobrir Trancoso foi a materialização de um sonho: a paisagem maravilhosa, a tranquilidade de um legítimo vilarejo de pescadores, o luar que batia no Quadrado – ainda cheio de moradores –, o céu mais azul que já tinha visto, o sorriso e o afeto do baiano, uma natureza exuberante e delicada. Trouxe como souvenir a escritura de compra de uma casa no Quadrado. Alguns anos depois, comecei a sentir que o local pouco a pouco se transformava, mesmo sem perder seu fascínio e poesia. Uma amiga emigrava desse quadrilátero e nos convenceu a ser sua vizinha numa pequena colina a poucos quilômetros da praça mais bonita do mundo e de frente a uma delicada baía na preservada praia de Itapororoca.

Seduzidos pela vista do mar e da natureza selvagem, compramos esse pequeno terreno. Em poucos meses, esboçamos a casa e começamos a construir, partindo de um conceito de beleza imperfeita: materiais simples e acabamentos rústicos e toscos, tentando seguir ao máximo a identidade local.

  (Foto: Fernando Lombardi)

A madeira é o carro-chefe desta casa, um elemento que amo, pois é um material impregnado de emoção, sensível ao tato, à visão, ao olfato e à audição. O piso foi feito com tábuas de demolição vindas do interior de Minas e o revestimento do telhado de taubilhas – telhas artesanais, fatiadas uma a uma no machado, reaproveitando sobras de madeiras – foi recuperado na região. As portas e os portais internos foram trazidos de São João del-Rei, eram de uma casa de fazenda e carregam o desgaste da pintura e da matéria imposto pelo tempo. Por toda a volta, um grande deque de tatajuba emoldura a construção e cria um enorme pátio externo com vista para o mar.

Construir com mão de obra nativa não foi só uma questão moral ou social, mas também uma interminável fonte de inspiração. Trabalhei somente com artesãos locais, explicando de maneira muito genérica minhas ideias e necessidades e deixando que a habilidade, a sensibilidade e a intuição desses verdadeiros artistas anônimos fluíssem espontaneamente. O resultado foi uma revisitação do rústico sem que o meu background visual, adestrado principalmente na Europa, assumisse o controle sobre esse gosto estético nativo. 

Com poucos muros e a entrada dos coqueiros, do céu azul e do horizonte do mar pelas grandes portas de vidro de correr, a casa, mesmo sem nenhum objeto, já estava praticamente decorada. Fomos, então, buscar móveis com uma pátina antiga, de inspiração popular brasileira, um shabby chic tropical, com fortes sotaques baiano e mineiro.

Nossa casa tem o que chamo de “memória tátil”: cada objeto carrega consigo um pedaço de história. Placas, bandeiras, fotografias, capas de disco de vinil, máquinas fotográficas em desuso, relicários, livros, ferramentas antigas... São elementos resgatados ou reciclados, recordações, garimpos de lugares por onde passamos, peças que representam até mesmo vidas que gostaríamos de ter vivido ou culturas que nos atraem fortemente. Aqui, a corrosão do tempo, o desgaste dos materiais, a ferrugem e a irregularidade do acabamento foram promovidos de defeitos a virtude.

* Matéria publicada em Casa Vogue #333 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

 

  (Foto: Fernando Lombardi)

Décor do dia: casa no lago

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  (Foto: Joe DeMaio)

Este retiro nas margens do Lago Michigan, em Wisconsin, foi pensado pelo escritório Deep River Partners de forma a privilegiar a vista estonteante. Através de numerosas e grandes janelas, pode-se admirar a beleza do lago tanto no verão quanto no inverno, quando a neve e o gelo tomam conta do cenário. Há a presença de ambos os climas na imagem desta sala de estar. Enquanto o céu azul e as árvores são sugestivos de verão, há elementos arquitetônicos que contradizem tal ideia, como o teto inclinado, que revela um telhado de duas águas, típico de moradas de inverno. Outra dualidade está na combinação rústico/moderno. A parede de pedra e os caixilhos de madeira indicam uma decoração mais antiga. Já o alaranjado da pintura e o padrão geométrico e colorido do tapete são marcadamente contemporâneos.


O homem por trás da Bienal de Veneza

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  (Foto: divulgação)

Para onde caminha a arte contemporânea? Se é verdade que, nos últimos tempos, as duas tendências principais são a valorização dos arquivos e a emotividade crescente entre espectador e obra, Massimiliano Gioni é o homem certo para questionar essa situação. Este italiano, o próximo diretor da 55ª Bienal de Arte de Veneza, que se realizará de 1° de junho a 24 de novembro deste ano, parece ter uma predisposição inata para enfrentar desafios complexos. Poucos curadores souberam, como ele, gerar paixões e agitação. E seu interesse pelas origens da criatividade é notório. Com 40 anos – será o diretor mais jovem da Bienal de Veneza –, tem uma carreira fulminante, provocativa e de altíssima qualidade. Basta lembrar que ele é o curador principal e diretor associado do New Museum of Contemporary Art, em Nova York, ja dirigiu a 8ª Bienal de Arte de Gwangju, na Coreia do Sul, foi um dos curadores da 4ª Bienal de Berlim e diretor artístico, durante uma década, da Fondazione Nicola Trussardi, em Milão. Confira, a seguir, a entrevista exclusiva que Gioni concedeu a Casa Vogue.

Obra Mole, 1964, de Lygia Clark (Foto: Associação Cultural “o Mundo de lygia Clark”)

Il Palazzo Enciclopedico: por que foi escolhido este nome para a próxima bienal?
Em 1955, o ítalo-americano Marino Auriti, artista autodidata, apresentava junto ao departamento de patentes dos EUA o projeto Palazzo Enciclopedico, um museu imaginário que deveria conter todo o saber da humanidade, desde a roda ate os satélites. Chegou a construir uma maquete desse edifício impossível, com 700m de altura e 136 andares, que ocuparia 16 quadras de Washington. Foi em referencia a esse empreendimento inacabado que escolhi o nome para esta bienal, uma forma de homenagem ao sonho de um conhecimento universal que atravessa a história da humanidade.

Como diz Paolo Baratta, presidente da Biennale, esta será uma mostra de pesquisa, com uma abordagem museológica e antropológica. O que você quis contar?
Eu quis abordar as obsessões e o poder da imaginação, a ponto de transformar as coisas. Vivemos assediados por um dilúvio de informações, e eu me pergunto onde vão terminar as nossas imagens pessoais e as dos artistas, em particular. O desejo de saber tudo (“não existe nada mais doce”, dizia Platão) leva a criação de cosmologias pessoais, em um tipo de delírio de consciência. O desafio de conciliar o subjetivo com o coletivo, o indivíduo com a cultura de seu tempo. Sob essa linha, está inscrito também o Pavilhão do Brasil, com o curador Luis Pérez-Oramas, que apresenta os artistas Hélio Fervenza (Santana do Livramento, 1963) e Odires Mlászho (Mandirituba, 1960). As obras inéditas desses artistas serão acompanhadas por uma trilogia de esculturas históricas: Côncavo/Convexo, 1946, do italiano Bruno Munari; Obra Mole, 1964, da brasileira Lygia Clark; e Unidade Tripartida, 1948, do suíço Max Bill.

Vídeo Blindly, 2010, de Artur Żmijewski (Foto: Foksal Gallery Foundation e Galerie Peter Kilchmann)

Existe um fulcro dessa exposição? E um percurso ideal?
Há pouco tempo, tivemos a confirmação de uma peça importante: o manuscrito original do Livro Vermelho, de Carl Jung. Um livro de sonhos e visões, escrito e ilustrado pelo psiquiatra suíço. Parece uma miniatura medieval, mas tem 100 anos. A exposição será organizada como os Gabinetes de Curiosidades dos séculos 16 e 17, que partiam das formas naturais para chegar às artificiais em nome da curiosidade e da maravilha [esse retorno ao diálogo entre arte e ciência dos séculos passados também norteará a Bienal do Mercosul, em setembro, curada por Sofía Hernandez Chong Cuy]. Haverá cartografias do Universo e imagens simbólicas, materiais antropológicos e talismãs, bonecas, mapas, fotonovelas, moldes, catálogos e coleções, entre muitas outras coisas.

Haverá algum nome especial em mostra ou alguma coisa particularmente significativa para você?
Acredito que uma das obras mais fortes seja um vídeo de Artur Zmijewski que, há alguns anos, filmou pessoas cegas que pintam. Nas telas, essas pessoas retrataram o sol, as árvores, as casas. Um mundo que não podem ver, mas que faz parte das imagens compartilhadas por todos. Além disso, existem algumas telas do pedagogo e filosofo Rudolf Steiner, com seus diagramas, que procuravam descrever e entender todo o Universo. Ele passou a vida fazendo conferências, sempre as ilustrando com esses desenhos delirantes. No centro do Arsenal, Cindy Sherman apresenta um projeto curatorial autônomo: uma “mostra dentro da mostra” que reúne mais de 200 obras de 30 artistas, em um teatro anatômico que reflete sobre o corpo e as suas obsessões, a representação e a percepção de si mesmo. No Palazzo Enciclopedico, nao existem apenas artistas, conhecidos ou de pouca fama, mas também escritores, cientistas e profetas. São outsiders e visionários, personagens que procuraram dar uma forma ao mundo desde os primeiros anos do século 20.

* Matéria publicada em Casa Vogue #333 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

Maquete do Palazzo Enciclopedico, que deu nome à Bienal de Veneza de 2013 (Foto: divulgação)

 

Uma das famosas bonecas do americano Morton Bartlett, que estudava a linguagem do corpo (Foto: Collection de l’Art Brut)

 

Açougueiro V,  2007, de Odires Mlászho, que estará no pavilhão brasileiro (Foto: Galeria Vermelho)

 

Diagramas com os quais o suíço Rudolf Steiner buscava descrever e entender o Universo (Foto: divulgação)

 

Página do Livro Vermelho, de Carl Gustav Jung (Foto: divulgação)

 

Instalação escultórica Almech, 2011, do polonês Pawel Althamer (Foto: divulgação)

Hotel turco mescla passado e presente

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  (Foto: divulgação)

Os curiosos acerca do estilo de vida que se levava na região da Turquia durante a Idade Média adorariam conhecer o Hotel Ada. Localizada na cidade turca de Bodrum, a construção é rica em elementos medievais, mas sem minimamente abrir mão do conforto moderno. Um exemplo? A praia particular, a apenas 800 metros de distância.

Uma das características que mais remete à história do local é a escolha da pedra na composição do edifício. O motivo foi a preservação de uma tradição quase extinta, cujo estilo é complementado por abóbadas no lugar de telhados comuns. A decoração segue a mesma linha. Do lado de fora, bicas em formato de animais expelem água para dentro de fontes de pedra. Tapetes turcos marcam presença em diversos ambientes, lustres pendem de correntes que descem dos tetos e espelhos contam com molduras de estilo rococó.

As 14 acomodações têm decoração única e também contam com itens de estética antiga, a exemplo de camas com dossel e lareiras esculpidas em pedra. Todos os quartos possuem varanda e vista para o jardim do hotel e para a Baía de Turkbuku.

Alguns elementos de toada mais moderna permeiam a construção, como grandes janelas e o piso de ladrilhos. Além de habitações, o Ada conta com áreas de convívio, como um café bar e uma biblioteca. Há também uma adega de vinho e um restaurante que oferece culinária mediterrânea feita a partir de frutos do mar e produtos locais. Outro ambiente especial do hotel é um grande banho turco, além da sala de massagem e a sauna. Para não viver apenas na história, há também uma academia e uma jacuzzi. Um delicado e conveniente equilíbrio entre o charme do passado e o conforto da modernidade.

  (Foto: divulgação)

 

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Décor do dia: um estar coletivo

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  (Foto: divulgação)

Para corresponder às expectativas dos proprietários, que adoram receber os amigos em casa, Caroline Andrusko e Eliza Schuchovski decidiram integrar os cômodos comuns. Na decoração dos espaços foram usados tecidos elegantes, como linho, seda e fibras naturais. Dentre os materiais, destacam-se a madeira e as superfícies espelhadas (algumas delas feitas de aço). Outra característica dominante neste espaço é a predominância de linhas retas, ou de desenhos puros. Em termos de cores, aparecem aqui apenas tons claros e discretos. A automação também ocupa papel fundamental no projeto, como resposta às exigências de conforto e comodidade dos moradores.

Giro Casa Vogue: Conheça as lojas de decoração de BH com a ajuda de Dante Lapertosa e José Alberto Figueiredo

Casa em Araras celebra a natureza

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  (Foto: Tuca Reinés)

É através do maciço da Maria Comprida, encravado na Serra dos Órgãos, que se chega a Araras, distrito ecológico desde 1995, um dos locais mais bonitos do interior do Estado do Rio de Janeiro. No período colonial, essa gleba de três hectares servia de passagem para tropeiros que seguiam para as Minas Gerais. Passado o tempo, o presidente Juscelino Kubitschek se tornou dono das terras onde está fincado o sítio. JK e dona Sarah presentearam o terreno à filha mais velha, Marcia, ao se casar com Bê Barbará. No final dos anos 1980, foi adquirido pelo casal que transformou a propriedade na beleza que podemos constatar nestas páginas.

Protegido por uma gigantesca encosta íngreme de rocha nua de granito cinza que brilha com as pequenas cascatas formadas pela água das chuvas, o terreno é circundado por um muro de hera à maneira das casas de campo inglesas. Uma alameda bifurcada leva à sede, à casa dos caseiros, à garagem, às cocheiras com duas baias e piquete, ao estúdio e ao gazebo, como é chamado o pavilhão da piscina. São os únicos prédios da propriedade, com mil m² de área construída, que passou por cuidadoso projeto de reforma e ampliação meticulosa a cargo do arquiteto Walter Menezes, de 1992 a 1996. Aqui, reina a privacidade e a discrição, exceto pelo espetáculo da natureza, a razão de ser do refúgio do casal, já falecido, amante das artes, das flores, da leitura.

  (Foto: Tuca Reinés)

Com um piso que acompanha o desnível do terreno, a sede é um chalé cujo interior abriga um décor aconchegante, nos moldes dos cottages do bucólico sudoeste da Inglaterra. São cinco quartos, uma cozinha espaçosa, sala de jantar, saleta de café da manhã, uma adega no subsolo e um living em “L” onde se encontra também o escritório. “Ela vestia suas casas com o cuidado que sempre teve consigo mesma, com delicadeza e sensibilidade. Não tinha pressa alguma em decorá- las, deixava os espaços vazios até descobrir a peça que buscava. Nunca dependeu de decorador. Gostava de branco, marfim e flores. Mas, na verdade, sua paixão era esse jardim”, revela o artista plástico Miguel Curia sobre a irmã, a proprietária, uma das mulheres mais elegantes que já houve.

Desenvolvido de 1991 a 2005, o paisagismo dos 18 mil m² em torno da sede foi entregue a Isabel Duprat. “Foi um prazer, sobretudo pela paixão do casal pelo jardim, que seguiu todo o processo”, diz a paisagista desta área, onde as estações são reverenciadas por meio de cadências cromáticas, cíclicas. No outono, os bulbos dos tritomas ganham cor de fogo, e as floradas das mimosas perfumam o ar. Chega o inverno, findam os maciços de azaleias brancas. Na primavera, uma profusão de gardênias, agapantos azuis e lírios-amarelos. No verão, o azul intenso dos tufos de hortênsias envolve a casa.

Movida pela sua paixão por flores, a proprietária pediu ao arquiteto e à paisagista que transformassem a antiga quadra de tênis em um jardim de rosas, inspirado nas ilustrações da respeitada garden designer inglesa Gertrude Jekyll (1843-1932). O espaço acabou sendo o local preferido do casal: Lucia Curia Moreira Salles e seu marido Walther Moreira Salles. Aqui, apreciavam o roseiral com suas flores brancas e amarelas e sentavam-se horas no banco de madeira sob a pérgola de buganvília lilás para se entreter com a boa leitura e a contemplação da natureza dadivosa. De-lovely, de-lightful, cantaria Cole Porter.

* Matéria publicada em Casa Vogue #333 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: Tuca Reinés)

 

  (Foto: Tuca Reinés)

 

  (Foto: Tuca Reinés)

 

  (Foto: Tuca Reinés)

 

  (Foto: Tuca Reinés)

 

  (Foto: Tuca Reinés)

 

  (Foto: Tuca Reinés)

 

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  (Foto: Tuca Reinés)

O mergulho sem volta no colecionismo

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  (Foto: Ricardo Labougle)

O espírito desta colecionadora paulistana está resumido em um trabalho exposto em sua residência: Es dificil ser atado como una oveja cuando se es un lobo. Pendurada na parede da varanda do pavilhão, a frase com letras compostas por meio de um jogo de armas do narcotráfico mexicano apreendidas nas prisões locais é também o título da obra de autoria de Moris, nascido no México, considerado “um etnógrafo visual do espaço urbano” por Luis Pérez-Oramas, curador da 30ª Bienal de São Paulo. A frase revela o outro lado da discreta Regina Pinho de Almeida, que, desde 2006, vem amealhando uma arte híbrida, com estranhamento plural e bem-humorado, definida pela curadoria de seu olhar genuíno.

Regina cultiva um acervo prioritariamente de brasileiros e latino-americanos contemporâneos, com um ou outro de fora admitido ao time. Algumas obras figurarão no livro Made by Brasil, patrocinado pelo grupo francês Allard, importante compilação bilíngue das artes do país, com capítulo sobre as contemporâneas a cargo do expert Marc Pottier, a ser lançado neste ano pelo editor Enrico Navarra, criador da série Made by, que já publicou as artes da Índia, China e do Oriente Médio.

Componente significativo neste acervo é o humor. Está na temática das obras ou no diálogo que a própria moradora estabelece entre os trabalhos na montagem que mapeia nos espaços da casa. “Adoro expor as obras e mudá-las de lugar para criar novas correspondências”, diz ela, apontando para a Formica sobre madeira, de 1983, de Geraldo de Barros, ao lado da obra de Lenora de Barros, Tapeçaria em Casa Caiada, de 2008. Ambas são em preto e branco, mas não só isso: são pai e filha.

  (Foto: Ricardo Labougle)

Foi uma tela da série Astronauta, de Claudio Tozzi, que a arremessou na arte, em1978: “A tela estava na casa dos meus pais, no Guarujá, jogada, e resolvi recuperá-la”. Também contribuiu sua trajetória profissional na área de projetos culturais no Sesc, com Danilo Miranda, hoje presidente da instituição, e na Galeria São Paulo, de Regina Boni. “Um centro catalisador da arte contemporânea nacional nos anos 1980”, afirma. Dali, partiu para uma galeria e, depois, um escritório de arte, hoje fechados. Desde 2006, mergulhou com tudo no colecionismo.

Com o acervo em constante expansão, adquiriu o terreno adjacente ao seu e encomendou à amiga arquiteta Tania Eustáquio um projeto duplo: a reforma da casa original e, no terreno anexo, a construção de um pavilhão para o acervo, com suíte para os amigos artistas em trânsito por São Paulo. A propriedade dobrou de tamanho e a residência de dois pisos voltou-se para um generoso pátio interno avarandado, com vista para o pavilhão, criando assim uma arquitetura que privilegia a luz e os espaços amplos à maneira de uma galeria.

Além de se dedicar à coleção, financiar a produção de artistas e frequentar regularmente a SP-Arte e feiras do circuito internacional, esta colecionadora contumaz tem outra paixão. É o ICCo – Instituto de Arte Contemporânea, que fundou em 2009, com foco em curadoria, residência artística e publicações culturais.

E para a casa, alguma nova obra chegando? “Ah, sempre tem. No momento, é um bonito trabalho do Artur Lescher.”

* Matéria publicada em Casa Vogue #334 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  (Foto: Ricardo Labougle)

 

  

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