Identificar e apoiar iniciativas que permitam um futuro de igualdade de acesso, justiça social e oportunidades para todos os brasileiros é o mote da BrazilFoundation, que nesta quarta-feira (13/09) lança uma nova campanha: "Abrace o Brasil". Cerca de 100 ONGs com propósitos diferentes, espalhadas por 20 estados do país, foram selecionadas pela fundação - e todos podem doar, através do site, uma determinada quantia e ajudar a impulsionar os projetos.
No portal, é possível obter informações concretas sobre os objetivos de cada ONG, suas respectivas metas de arrecadação e qual a porcentagem atingida até o momento para, então, optar por uma quantia entre R$ 15 e R$ 1000. Doações em dólar também estão disponíveis, já que a ideia é também atingir outros países, como os Estados Unidos, onde também haverá uma arrecadação em comércios locais - mais de 300 cofrinhos foram distribuídos por lá.
Os projetos abordam vários segmentos, como saúde, direitos humanos, educação, cultura e sustentabilidade. É possível ajudar a patrocinar a formação de 150 jovens da periferia de São Paulo a estudar gastronomia na Gastromotiva, contribuir com instituições que ensinam sobre permacultura, como a EcoVIDA São Miguel, e também ajudar a construir uma escola no coração da Amazônia com a Casa do Rio. A campanha de crowndfouding vai até o dia 28 de novembro!
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Paralela a já consagrada ArtRio, a IDA foi a primeira feira de design autoral do Rio de Janeiro e, este ano, chega à sua 4ª edição. Jovem, o evento reúne os designers e galerias que mais se destacam na cena atual e procura fomentar o calendário artístico e cultural da cidade.
Entre as novidades que serão expostas nos dias 14,15, 16 e 17 de setemebro, na Marina da Glória, estarão peças recém apresentadas na MADE, como a coleção SY do estúdio Mameluca, e lançamentos exclusivos, como as 5 criações imperdíveis que Casa Vogue adianta para você. Confira abaixo nosso Top 5!
1. Coleção Ghost
Os vasos criados pelo Estúdio Iludi, dos designers Luiz Costa e Rodrigo Irffi, brinca com forma e matéria prima ao deixar o interior aparente e o formato do vaso impresso no bloco bruto de concreto. As astes banhadas a ouro, por sua vez, sustentam a planta ao mesmo tempo que eleva uma simples folha ao status de escultura.
2. Aparador Monolito
Fabricado com pedras vulcânicas de origem indonésia (Hijau) e estruturado com tubos de cobre, o aparador criado por Paulo Moreira e Rodolpho Maiel, do Mobipallet, traz desenho contemporâneo e referências modernistas.
3. Linha TUBOS
As peças criadas por Zanini de Zanine são derivadas de estudos estéticos sobre os encaixes de móveis. Feitas através de um processo de carpintaria que reutiliza madeiras de espécies brasileiras, como jacarandá, peroba, ipê e macaranduba, elas tem inspiração na arquitetura colonial brasileira.
4. Banco Gart
Idealizado a partir da investigação sobre os traços arquitetônicos e escultóricos do arquiteto alemão Erich Mendelsohn, o banco fracionado criado pelo designer Ronald Sasson estará em exposição apoiada pela Breton que busca responder uma difícil questão: “Qual minha importância em minha era?" .
5. Vasos solitários
Criados pelo designer gaúcho Guilherme Wentz para a Novo Ambiente, estes vasos de prata, disponíves em versões para mesa e parede, tem inspiração na estética das próprias plantas trazendo a tona a forma de caules de plantas e pedaços de bambus.
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Está no Rio de Janeiro para conferir as novidades da Art Rio? Então aproveite para visitar sete ótimas exposições que abriram na cidade esta semana!
1.Adriana Varejão e Paula Rego na Carpintaria
Adriana Varejão mostra nova série de trabalhos na filial carioca da Fortes D'Aloia & Gabriel, a Carpintaria, ao lado e em diálogo com obras da portuguesa Paula Rego – ambas revisitam temas da história ou do universo ficcional para revelar o lado perverso ou obscuro de algumas narrativas.
Destaque para as telas em forma de folha seca trazendo imagens que criticam a história do Brasil. Além da recorrente referência à nossa colonização, Adriana também aponta para a tradição chinesa de pintar sobre folhas (ela estuda as técnicas e temas dos artistas deste país há algum tempo!) de pintar sobre folhas.
São interessantes também os novos trabalhos da série de pratos que conversam com o universo do ceramista Bordallo Pinheiro. Em tempo: Abre hoje a mostra Interiors com obras de Adriana na Gagosian Gallery de Beverly Hills com peças célebres como O iluminado, da série de saunas. A mostra faz parte do Pacific Standard Time: LA/LA – uma série de exposições com artistas da América Latina que levou grande parte da turma artsy para Los Angeles. Até 4 de novembro. fdag.com.br
2.Daniel Arsham e Makoto Azuma no Aterro do Flamengo e no Oi Futuro
Marcello Dantas segue com o projeto de levar obras pública de criadas por artistas internacionais renomados para o Rio de Janeiro! Depois de montar obras de Song Dong, Daniel Buren. Robert Morris, Brian Eno, entre outros, pela cidade, o curador trouxe o americano Daniel Arsham e o pelo japonês Makoto Azuma para uma curta temporada na cidade maravilhosa.
Quem passar pelo Aterro do Flamengo poderá conferir o “jardim zen do futuro” criado por Daniel Arsham e uma mandala de flores gigante idealizada pelo japonês Makoto Azuma.
Confesso que, apesar de conhecer bem o trabalho dos dois artistas, nunca pensei em alguma conexão entre os dois. Mas agora parece óbvio: um trauma de infância fez com que Daniel olhasse para o presente como ruína do futuro – sempre simulando situações suspensas no tempo – enquanto Makoto explora o efêmero das plantas e flores colocadas nos mais variados contextos geográficos. “Esse contraste entre o que entra em decomposição e o que é o resquício é uma metáfora forte dos nossos tempos”, explica o curador. O projeto faz parte da mostra Outras Ideias e Marcello selecionou obras dos mesmos artistas para o Oi Futuro do Flamengo. Até 5 de novembro. www.oifuturo.org.br
Em Martelinho de Ouro, Galan usa o incômodo do risco da chave na pintura do carro novo e o som que esse atrito produz como ponto de partida para obras que provocam o olhar do espectador e sugerem uma reflexão sobre as relações as nossas expectativas de espaço, tempo e forma.
Destaque para as três esculturas feitas a partir de vergalhões de construção dispostos sobre bases com pintura automotiva. O movimento da peça sobre o apoio produz um desenho geométrico que deixa de ser um incômodo – ao rabiscar a superfície com precisão teríamos uma obra de arte e não um problema? A pensar. Até 13 de outubro. www.silviacintra.com.br
As ruínas do antigo Cassino da Urca, prédio que pertence hoje ao IED do Rio de Janeiro, foram ocupadas por obras de Bruno Faria, Caio Reisewitz, Chiara Banfi, Giselle Beiguelman, Katia Maciel, Laercio Redondo, Laura Lima, Lula Buarque de Hollanda, Maria Laet, Mauricio Adinolfi, Nino Cais e Sonia Guggisberg.
A mostra A invenção da praia: cassino, com curadoria de Paula Alzugaray, tem como ponto de partida conceitual os desenhos preparatórios da arquiteta Lina Bo Bardi para um “Museu à Beira do Oceano”, que seria construído sobre as areias da praia de São Vicente, no litoral paulista. A ideia? Resgatar o projeto de Lina transformando o Cassino num autêntico Museu à Beira do Oceano...mesmo que só por alguns dias.
Se o historiador Joel Rufino dos Santos dizia acreditar “mais na literatura que na história, como instrumento capaz de contar a saga do povo brasileiro”, estes artistas parecem perfeitos para resgatar as histórias do próprio edifício. E é essa a proposta da curadora “Doze artistas foram convidados a escavar o passado, desenterrar mistérios e reescrever as histórias do edifício e de seus personagens”, explica.
No dia da abertura da exposição Giselle Beiguelman convidou o público para "enformar a areia" da praia da Urca, em um ponto visível a partir do Cassino. As pequenas esculturas de memórias de areia ficam ali até serem consumidas pelo vento ou pelo mar. Nino Cais levou a sua sinfonia oceânica – a Instalação apresentada pela primeira vez em sua individual na Galeria Triangulo é composta por 80 porta-partituras musicais contendo 80 páginas de livros antigos com fotografias de conchas. Até 17 de setembro. ied.edu.br/rio
5. Nuno Ramos na Anita Schwartz Galeria de Arte
Depois de um jejum de cinco anos sem expor na sua galeria carioca, Nuno Ramos apresenta uma nova série de pinturas feitas a partir a da encáustica – técnica milenar de mistura a quente de pigmentos e cera –, que o destacou no cenário da arte nos anos 1980. O resultado? Pinturas multicoloridas de 300 kg, e até 30 centímetros de profundidade que voltou a pintar há 3 anos – as antigas eram mais monocromáticas e as superfícies se faziam diferentes apenas pela matéria ou objetos incluídos. São, no mínimo, plásticas.
“São muito diferentes dos quadros originais, dos anos 1980, mas retomam em alguma medida essa espécie de pântano de origem, um território onde as coisas afundam ou emergem, que me caracteriza desde o início e ao qual de alguma foram ainda sou fiel", explica o artista. “Tem algo de uma paisagem literal, feita mesmo de matéria, uma exacerbação da matéria que precisa virar som, virar onda, grito, meio como ‘O Grito’ de Munch”, completa Nuno que nomeou sua individual de Grito e Paisagem – uma referência à obra do poeta Giuseppe Ungaretti. De fato. Ele parece tentar transformar (obsessivamente!) a matéria em sentido, a paisagem em grito. Até 11 de novembro. www.anitaschwartz.com.br
6.Laura Vinci na Galeria Nara Roesler
Conhecida por tratar de forma poética temáticas como o corpo, o espaço e o tempo, Laura Vinci encheu a galeria com uma suave massa de fumaça branca. O objetivo? A instalação Morro Mundo convida o visitante a experiência de desorientar-se no espaço e reorientar-se no corpo.
Quando a fumaça diminui podemos ver tubos de vidro que atravessam o espaço e por entre os quais precisamos passar. A instalação é composta ainda por objetos dourados, que pendem nas escoras distribuídas pelo espaço, ativando as noçôes da altura do teto e distância das paredes. “Esses pequenos objetos configuram-se como ampulhetas, bússolas, mapas e outras ferramentas de medição, que podem nos ajudar a seguir viagem”, sugere Laura.
O trabalho de Laura é, em primeira instância, lúdico. Mas também pode ser bastante forte ao propor uma discussão sobre as incertezas dos tempos atuais e incentivar uma experiência que confunde e esgota no silêncio e no vazio – coerente, inclusive, com a última Bienal de São Paulo. Para a artista, vivemos em um momento em que outra linguagem e outro tempo precisam ser inventados: novas palavras, gestos e formas de ação. Até 18 de novembro. nararoesler.art
7. Matheus Rocha Pitta na Athena Contemporânea
Entre suas 10 mil imagens colecionadas a partir de recortes de jornal, Matheus Rocha Pitta selecionou fotos sobre as manifestações que ocorreram em diversas cidades do Brasil para idealizar as mostras The Fool’s Year, na galeria Athena Contemporânea, e O Reino do Céu, em uma casa no bairro da Glória.
Na galeria vale destacar a obra que dá nome a mostra: um grande calendário, com 365 dias, onde, no lugar de cada dia, há um retrato de manifestantes com cartazes ou bandeiras. O artista substituiu as demandas politicas pela data 1º de abril: “O 1º de abril não é o dia em que a verdade e a mentira se confundem. Se vivemos no tempo da pós-verdade então habitamos um eterno primeiro de abril”, afirma.
Não deixe de visitar, no entanto, O Reino do Céu . onde Matheus é mais perspicaz e ácido. A casa é montada como se fosse uma igreja: obras com fotos de gás lacrimogênio lançados sobre civis são articuladas em torno de um vocabulário cristão, tais como uma cruz e uma pia batismal. “O público é convidado a percorrer a instalação, que tem um caráter imersivo, como se estivesse caminhando nas nuvens”, afirma. Rocha Pitta faz uma comparação entre as nuvens da iconografia cristã com as nuvens de gás das polícias. “A articulação das imagens descontextualizadas no ambiente da igreja apontam pra uma leitura perturbadora do nosso cenário político”, ressalta. Até 7 de outubro. athenacontemporanea.com
Outro prédio de concreto em São Paulo?” Você pode até questionar, mas Paulo Mendes da Rocha sabe, e muito bem, o que faz. Maestro de uma orquestra que levou dez anos para, enfim, se apresentar, o arquiteto capixaba dá à luz um centro cultural, esportivo e de saúde necessário para a capital paulista. Concebido em parceria com o escritório MMBB, o novíssimo Sesc 24 de Maio é uma ode à cidade, em suas mais diversas maneiras de representação. No vídeo acima, o mestre compartilha as informações do projeto e os resultados frutíferos da parceria com o Sesc.
As rampas de acesso aos 11 andares homenageiam as ladeiras da metrópole, onde, a cada esquina, uma surpresa se revela. Já as enormes paredes de vidro sustentadas por estruturas de ferro que formam um mosaico espacial convidam à contemplação da arquitetura – da própria construção e dos indefectíveis vizinhos: Edifício Itália, Banespa e tantos outros. “Estamos imersos na referência”, diz o mestre.
A chave da transformação foi não demolir o prédio já existente e incorporar o anexo, usado para serviços. “[O Sesc] É uma nova casa, uma ocupação”, complementa. A piscina no teto coroa com espírito lúdico o conjunto e cria a verdadeira praia de paulista. Nem uma pequena casa em amarelo colonial, do outro lado da rua, escapou aos olhos atentos de Paulo. A tonalidade pautou a paleta de cores do Sesc 24 de Maio, inclusive dos móveis assinados por ele especialmente para este lugar. Cadeiras, bancos e mesas de chapa metálica e linguagem modernista ganham tons de amarelo, azul e vermelho, prezando pelo conforto e pela praticidade. “O projeto não foi feito para o arquiteto brilhar, mas para fazer os visitantes gozarem a vida”. Bravo!
Se você não ouviu falar ou ainda não começou a assistir The Handmaid’s Tale, sugiro que deixe tudo da sua lista para depois e priorize esta maravilhosa série do streaming Hulu - com apenas uma temporada, já concorre a 13 Emmy Awards. O roteiro é baseado no livro O Conto de Aia (1985), de Margaret Atwood, e já teve adaptação para o cinema lançada em 1990. Contudo, a criação de Bruce Miller dirigida por Reed Morano ultrapassa todos os limites da imaginação ao correr os olhos pelos escritos de Margaret e constrói uma história que aterroriza justamente por parecer real, apesar de tudo ser uma grande distopia.
Contextualizando: em um futuro não datado, os Estados Unidos têm seu governo derrubado por homens que acreditam nas leis fundadas pelos dizeres da Bíblia. Tudo ocorre após a população sofrer com os índices baixíssimos de fertilidade, colocando em risco a continuidade da civilização como a conhecemos. As poucas mulheres capazes de engravidar se tornam propriedade do governo de Gilead e devem servir às famílias mais ricas como o corpo para gerar os filhos. Enquadre tudo isso com o suspense e a aflição gerada por Black Mirror, durante os 50 minutos de 10 episódios da primeira temporada. Indigesto, no mínimo.
Os comportamentos das pessoas mudam, claro. As mulheres não podem ler, escrever, ver notícias, trabalhar ou qualquer outra função corriqueira. Apenas cuidar da casa e do marido, que por sua vez segue a vida normalmente, em cargos públicos, com acesso à informação e outras regalias. As maids, em português Aias, são as mulheres que vivem nas casas de seus comendadores, a fim de gerar um filho para o casal. Nem pense em inseminação artificial. O bebê é gerado a partir do que eles chamam de O Ritual (foto acima): todo período fértil, a Aia é forçada a ter relações sexuais com o chefe da casa, na presença de sua mulher, em uma tentativa horrorizante de representar o ato como se fosse normal. Em português claro, elas são escravas estupradas todo mês. Tentativas de burlar o sistema ou fugir são punidas das mais diversas formas, desde arrancar o dedo até tirar um olho.
Como dito anteriormente, o que deixa toda a narrativa de The Handmaid’s Tale ainda mais aflitiva é o fato dela ser bem possível, considerando as reviravoltas da sociedade atual. E a equipe de arte de Evan Webber tem grande responsabilidade nessa questão.
Assinada por Julie Berghoff (Jogos Mortais e A Invocação do Mal), a produção de design é naturalmente um desafio. Descaracterizar uma cidade do tamanho de Boston não se faz da noite para o dia, mas a ideia principal de Julie era fazer a arquitetura contar uma história por si só. O trabalho de pesquisa, portanto, começou com as locações, pautadas pelo estilo arquitetônico da região da Nova Inglaterra, com quê puritano. A partir daí, puderam desenvolver estéticas do zero, como os mercados que aparecem eventualmente nos episódios. O jogo de objetos antigos misturados com elementos contemporâneos deixa tudo ainda mais interessante.
Vale ressaltar a casa do Commander Waterford (Joseph Fiennes), claro, cenário principal da trama. Além dele, vivem ali sua esposa Serena Joy (Yvonne Strahovski), o motorista Nick (Max Minghella), a empregada Rita (Amanda Brugel) e a Aia protagonista Offred (Elizabeth Moss em atuação brilhante). Cada cômodo traduz uma sensação. A presença de flores pela casa representa a vontade desesperada de Serena ter um filho; o quarto de Offred foi desenhado para ela se sentir como um rato na gaiola, com janelas iluminando o recinto de maneira como um suspiro meio ao caos; a sala do comandante (proibida para as mulheres - só entra caso ele as convide) reúne tudo o que elas não podem ter por lei: livros, arte, jogos, bebidas, revistas, jornais, etc., distribuídos na dinâmica de biblioteca em azul marinho; os ambientes de trabalho, como a cozinha, refletem o verde das vestimentas dos criados.
A paleta de cor de The Handmaid’s Tale é, por certo, o ponto mais importante da concepção visual da série e foi pautada pelo figurino, assinado por Ane Crabtree (Família Soprano, Masters of Sex e Westworld). Isso porque as posições sociais são definidas pelas cores, assim como no livro de Margaret Atwood. As Aias vestem vermelho com chapéus brancos, as esposas azul, os comandantes e membros da polícia usam preto, as “marthas” (ou serventes) usam verde e as esposas das classes mais baixas usam cinza. Contudo, não são as versões puras das tonalidades que tomam conta das vestimentas de cada personagem, e sim uma mais fechada e sombria, para enaltecer a imagem de distopia social.
Por desejo da figurinista de não datar a série, as peças têm ares clássicos, com elegância suprema, mesmo a pessoa não sendo da elite. Vestidos intermináveis em azul esverdeado compõem o guarda-roupa de Serena Joy, por exemplo, em diferentes cortes e opções de tecido, mas nunca de cores diferente. A sensação de padronização da sociedade se dá, também, pelo vestuário. The Handmaid’s Tale vai muito além do entretenimento, ultrapassa os questionamentos políticos e sociais e se afirma como um grande ícone visual, construído da melhor forma possível.
Um imóvel construído na década de 1940 na cidade de Jaú, interior de São Paulo, foi totalmente reformado para abrigar um ateliê de roupas feitas sob medida. A pedido das proprietárias, o arquiteto Gustavo Neves aproveitou ao máximo as características da estrutura original para que o espaço se parecesse realmente com uma casa.
Algumas paredes foram descascadas e pintadas de branco, para que o fundo ficasse neutro e não interferisse no objetivo principal, a exposição de produtos. As paredes que dividiam os ambientes internos foram demolidas para criar um espaço amplo e clean. Na sala de prova, elas foram descascadas de maneira a deixar aparentes todas as camadas de materiais, como a terra vermelha usada no lugar da areia na composição do reboco. “Com isso, conseguimos mostrar a idade e a história do prédio”, diz Neves.
As donas do ateliê, mãe e filha, não queriam ter roupas prontas expostas, mas apenas as matérias-primas. Tecidos exclusivos, trazidos de várias partes do mundo, alcançam status de obras de arte – assim como os botões, fechos e outros materiais. Pensando nisso, o arquiteto criou uma estante divisória para expor pedras, metais, madeiras, tecidos, peles e pelos naturais. “Ao criar esse móvel, o intuito era provocar uma sensação nova –descobre-se aqui um mundo de possibilidades”.
Na sala de provas, mais intimista, a cliente fica à vontade para experimentar roupas de festa. Na sala de estar/recepção, dois provadores em forma de cubos de madeira que saem da parede principal servem para que as clientes experimentem as peças do dia a dia. Aqui, compõem o décor móveis garimpados por Gustavo em lojas na capital paulista: um grande sofá em veludo verde, original de época, uma Berger de Zanine Caldas, em veludo azul-noite, e uma poltrona metálica da década de 70, que recebeu uma pele de ovelha do Himalaia.
A sala ainda recebeu dois tapetes, um de palha natural feito por tribos indígenas brasileiras e outro de cânhamo trançado à mão, vindo da Turquia e tingido em carbono. Outro ponto alto do projeto são as obras de arte: um ensaio dirigido por Gustavo, em parceria com o fotógrafo Israel Denadai, com o uso de tecidos e corpos.
Merece destaque, ainda, o piso do imóvel, todo em cimento queimado caipira, que recebeu uma mistura de materiais criada pelo arquiteto. Já o balcão, desenhado em ébano, latão e aço inox, numa referência Art Déco, remete ao estilo de decoração dos anos 40.
Conceitos como o hygge e o wabi-sabi se encaixam perfeitamente neste living com home office integrado cheio de aconchego e simplicidade. Parte do hotel Casa Cook, em Kos, na Grécia, o ambiente marcado por tons terrosos é um belo exemplo de como, com poucas e boas peças, é possível dosar uma decoração rústica com muita elegância.
Um dos destaques deste espaço é a ampla estante de madeira rústica e com nichos fechados na cor preta, onde uma coleção de vasos exibe materiais com o o sisal e a porcelana, exaltando a beleza daquilo que é feito à mão. A dose de sofisticação fica por conta do piso de cimento queimado, da mesa de madeira e do sofá, ambos no mesmo tom. Um tapete nas mesmas nuances de marrom aquece o conjunto, enquanto um conjunto de vasos exibe vistosas folhagens, injetando verde à paleta neutra.
Dubai surpreende mais uma vez. A cidade que nunca economiza nos seus empreendimentos já está preparada para receber o que pode ser o primeiro resort flutuante 5 estrelas do mundo. Inspirado em Veneza, o empreendimento ficará a cerca de 40 km da costa e terá12 restaurantes, um spa subaquático, além de gôndolas importadas diretamente da cidade italiana.
A "Veneza flutuante", como foi batizada, terá capacidade para acomodar até 3 mil pessoas e só poderá ser acessada por hidroavião, barco ou helicóptero. O lobby, assim como 180 das 414 cabines, o spa e alguns restaurantes e bares do hotel serão submersos, oferecendo aos hóspedes a sensação de estar mergulhando no Mar da Arábia - com vista para um berçário de coral de cerca de 3 mil km² .
Para os hóspedes mais claustrofóbicos, no entanto, o resort ainda oferece um complexo com 12 praias flutuantes nas quais eles poderão provar iguarias italianas enquanto se bronzeiam. Festas típicas venezianas, como o carnaval de máscaras, por exemplo, também devem ocorrer no hotel como forma de ressalatar e hoemnagear a cidade que o inspirou.
O extravagante hotel que funciona como uma miniatura de Veneza deve ficar pronto em 2020.
Fãs do Havaí, os atores Will Smith and Jada Pinkett Smith acabam de vender sua mansão com cerca de 280 hectares na costa norte da ilha de Kauai. O valor? Nada menos do que 12 milhões de dólares.
No topo de uma penhasco com vista para uma das "praias secretas" da ilha. O terreno hiper reservado fica atrás de duas entradas fechadas e abriga um total de quatro casas. A principal delas tem dois andares e inclui três quartos, três banheiros e um lavabo, além de salas com duas lareiras.
Uma casa de hóspedes, uma garagem e um estúdio completam a propriedade que, no total, soma sete quartos, sete banheiros e dois lavabos - sem contar a piscina de mais de 15 metros de comprimento, a quadra de tênis, o pomar e a trilha particular que leva até a beira da praia.
Além de receber a família Smith, a casa ainda foi propriedade do jogadro de basquete Kareem Abdul-Jabbar - o que explica os batentes e o pé direito super altos.
Visitar a Documenta nunca foi (e não é para ser!) uma tarefa fácil. É preciso tempo, foco e deslocamento. Mas dessa vez Adam Szymczyk fez questão de tornar a vida da turma artsy mais difícil. Não satisfeito em distribuir obras de 160 artistas por 36 pontos de Kassel, ele levou a exposição também para Atenas, ocupando 47 lugares espalhados pela cidade – a experiência nunca é simples e você pode se ver numa espécie de “caça ao tesouro” e o objeto encontrado nem sempre compensa.
A decisão foi audaciosa e o curador polonês enfrentaria ressalvas e revoltas políticas e econômicas: os alemães não gostaram de dividir pela primeira vez os rendimentos do turismo – sim, a Documenta é, antes de mais nada, um negócio – e os gregos não ficaram felizes em ver a própria ruína como “objeto de estudo” da turma de lá. Não faltaram protestos e a mostra chegou a ser chamada de “Crapumenta”.
A frase que norteou curadores e artistas é “Aprendendo com Atenas” – uma alusão ao livro dos anos 1970 “Aprendendo com Las Vegas” que virou uma referência da teoria arquitetônica pós-modernista e do capitalismo selvagem que dominou as cidades na época.
Adam tomaria, assim, a Grécia como o símbolo do colapso europeu para atiçar as suas discussões. E mais: sua proposta era a de “encurtar” a distância entre Atenas e Kassel ao questionar “Poderíamos usar a tensão entre Grécia e Alemanha como um espaço crítico para criar projetos ativistas alternativos para além dos interesses nação-estado ou de corporações? Poderia uma exposição de arte ajudar nesse processo?” Mas antes da mostra começar ele se adiantou: "Provavelmente vou falhar. Mas vou tentar."
O resultado foi uma Documenta com muitas obras tratando de racismo, nacionalismo, capitalismo metastático e toda a violência que vem com esses três fenômenos.
E o que Atenas e Kassel têm em comum? Os caminhos se cruzaram muitas vezes mas o que mais chamou a minha atenção é a situação dos imigrantes e xenofobia – problemática ressaltada também nas últimas bienais.
A Grécia dispensa apresentações nesse quesito. Já a cidade alemã, aprendi somente na terceira vez que foi à Kassel, recebeu muitos trabalhadores da Turquia, África e Leste Europeu – estes passaram a morar no norte da cidade onde estão alguns dos principais prédios da mostra, incluindo a Neue Neue Galerie – depois da Segunda Guerra (se você leu o nosso preview aqui, sabe que 90% da cidade foi destruída!).
Não à toa, são incontáveis os artistas que tratam do tema e uma das principais praças da cidade recebeu um obelisco onde está escrito “I was a stranger and you took me in" – é a obra do nigeriano Olu Oguibe.
Há, ainda, uma exaltação da ruína e do ruído. Adam convidou, assim, uma série de músicos experimentais que usam sons alternativos para criar sinfonias próprias – caso do russo Arseny Avraamov que montou uma orquestra com barulhos de fábrica em 1922.
Estas obras estavam presentes nas duas cidades, mas parecem ter encontrado maior eco em Atenas – uma cidade que celebra a ruína (antiga e moderna) e aparece, nesse momento histórico, como o maior símbolo da falência europeia. Entre os destaques, estão Lala Rukh, Pauline Oliveros, Benjamin Patterson, Pope L. e Katalin Ladik.
Não há como negar: a causa do polonês é nobre, válida e urgente e esta Documenta tem obras pontuais muito boas – destaque maior para os filmes – e alguns artistas se mostraram tão potentes que suas criações ficaram em evidência nas duas cidades. No entanto, Adam exagerou no número de obras, nomes e locações. Faltou edição numa Documenta em tempos que o nosso maior luxo é o tempo.
As imagens de I, Soldier , 2005, foram filmadas no Dia Nacional para a Juventude e os Esportes, data que marca o início da guerra de independência turca sob a liderança de Mustafa Kemal Atatürk, em 1919, contra as Forças Aliadas. É parte de uma série na qual o artista turco questiona mitos nacionalistas e fala das cerimônias controladas pelo Estado em seu país – aqui visto de forma voyeurista e poética.
Na última década, músicas populares substituíram as marchas militares usuais que acompanharam as coreografias deste tipo de evento. Por isso, o hip-hop nacionalista é tocado durante as demonstrações de ginástica dos estudantes da escola militar. Em paralelo, a declamação de um poema sobre as virtudes do soldado feito por um membro do exercito severo de alto escalão.
Veja o vídeo aqui:
2. Nine Hour Delay, Irena Haiduk
A artista belga montou uma loja-performance Neue Neue Galerie onde vendia sapatos, bolsas e vestidos que lidam com o papel da mulher na era socialista e a ditatura da moda e as “normas de beleza”. Os sapatos foram desenhados pelas operárias de uma antiga fábrica da Iugoslávia (hoje Croácia!) chamada Borovo com um objetivo: encontrar um modelo para que a mulher possa ficar bonita e confortável durante a jornada de 9 horas de trabalho em pé!
Já a bolsa foi idealizada para aguentar 2 kg – peso máximo para você manter uma postura bonita – e o vestido foi criado pela própria artista inspirado na moda da época em que as mulheres começaram a usar sutiã.
A menção à antiga Iugoslávia socialista também aparece quando a artista questiona o status econômico do visitante antes de anunciar o preço das peças, pois este varia se você declarar ( é preciso assinar um contrato que fica com a artista) que é “rico”, “classe média” ou “pobre”. Compra feita. Você entre para o Army of beautiful woman!
3. The Dust Channel, Roee Rosen
A ópera cinematográfica da israelense é uma das obras mais interessantes e irreverentes dessa Documenta. Ela cria a história de um casal burguês com fixação por aspiradores de pó. A obsessão pela limpeza, no entanto, pode ter uma conotação mais pesada: veja aí questões de xenofobia que pairam pela Europa. Cheia de humor negro, Roee crítica a sociedade israelense e fala sobre prazer e perversão ( as cenas na casa são intercaladas por fantasias sexuais, frames de filmes pornô e entrevistas) . Em Atenas a artista apresentou a obra Live and Die as Eva Braun: 66 textos colocando o visitante no papel da amante de Hitler durante os últimos dias de guerra.
Veja o teaser de The Dust Channel aqui:
4. Society of Friends of Halit e Forensic
O grupo ativista, com a ajuda dos arquitetos ingleses, conduziu a investigação da morte de Halit Yozgat – um mulçumano com descendência turca que foi baleado num café no norte de Kassel. Eles provam que um policial que estava presente na cena do crime mentiu ao declarar que não viu o assassinato. Sugerem, assim, que o serviço secreto alemão tenha conduzido as investigações deste e outros assassinatos da cidade de forma duvidosa para maquiar uma possível onda neonazista.
5. Black and White Trypps Number Three e Good Luck , Ben Russell
O americano mostra uma pista de dança lotada com pessoas em transe. A ideia do filme é documentar a transformação do fenômeno coletivo do público de um rock em um ritual da mais alta ordem espiritual. Há, aqui, uma tentativa de dissecar o ruído – tantas vezes pontuado pelos músicos convidados – e os corpos frenéticos acabam se tornando abstrações visuais garantindo plasticidade aos frames dos vídeos.
"Qualquer gravação incorpora os ruídos de sua própria reverberação no espaço e contra os corpos ali", diz Russell. "Então quando ouvimos alguma coisa estamos ouvindo nossos próprios corpos vibrando, o que é outro jeito de pensar a nossa presença."
Já em Good Luck , apresentado em Kassel, ele impressiona pela investigação do trabalho em minas de Suriname e na Sérvia e coloca o espectador diante do trabalho árduo da extração de matérias primas. Lindo.
Veja parte da obra aqui:
6. Tripoli Cancelled e Two Meetings and a Funeral, Naeem Mohaiemen
O cineasta inglês é responsável pelas minhas obras preferidas nas duas cidades. Em Atenas apresentou Tripoli Cancelled – um filme poderoso e poético: O homem de meia idade que perambula pelos terminais e avião abandonado pode ser um prisioneiro ou um rei. A obra foi inspirada pela própria experiência do pai do artista que foi obrigado a permanecer no Ellinikon International Airport em Atenas durante 9 dias em 1977. As imagens foram feitas no terminal criado por Eero Saarinen em 1969, mas que fechou em 2001 e recentemente foi usado para abrigar refugiados.
Veja o trailer aqui:
Já em Kassel, ele apresenta Two Meetings and a Funeral: um documentário mostrado em três canais ele examina como “políticas coletivas reinscrevem, em vez de puncionar, as relações de poder em estados-nação que ficaram independentes recentemente” nas palavras do artista. Ele intercala imagens históricas com entrevistas, com ativistas como Amirul Islam, Vijay Prashad, Zonayed Saki e o artista Atef Berredjem, para descrever a história do Congresso do Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) no seu país natal expondo o fracasso de suas conferências – mais especificamente a de 1973, em Argel, quando o recém-formado estado de Bangladesh foi reconhecido pela primeira vez no cenário internacional por líderes de países como a Líbia e o Irã. (Se separou após a brutal repressão do movimento nacionalista bengalês liderado pelos militares paquistaneses, em 1971, mas o Paquistão não reconheceria Bangladesh como uma nação independente até o ano seguinte).
7. Commensal, Véréna Paravel e Lucien Castaing-Taylor
Prepare o seu estomago para uma videoinstalação pesada e, estranhamente, poética. A dupla de antropólogos cineastas mostra que nós sempre podemos e até queremos aprender com nossos erros. Fala sobre culpa da forma mais avassaladora possível. Numa antiga fábrica de tofu no norte da cidade, eles contam a história de Issei Sagawa em closes íntimos demais para que possamos diferenciar sensações e verdades entre o ver ou sentir.
Sagawa virou celebridade macabra na década de 1980 depois de assassinar e comer parcialmente uma holandesa de 25 anos que era sua aluna em Paris. Ele foi declarado inapto para ser julgado por motivos de insanidade e internado numa instituição na França, mas poucos anos depois foi extraditado para o Japão, onde os médicos declararam que ele era são. Por uma confusão judicial internacional ele foi solto.
Mas o filme não conta a história de forma literal. Os artistas preferem dar a palavra ao próprio Sagawa, que sofreu uma hemorragia cerebral e mora hoje com o irmão no Japão aos 68 anos, enquanto nos mostra nos mostrar closes de seu rosto e mãos ( muitas vezes desfocados) e seu livro de mangá erótico – ilustrado por ele! – contando o crime em Paris. Uma beleza atraente e, ao mesmo tempo, desconfortável.
Veja um trecho aqui:
8. Glimpse, Artur Żmijewski
O polonês faz um filme em 16 mm, mudo e em preto e branco. As imagens capturadas são de campos de refugiados no aeroporto de Berlim, Calais e Paris. É simples, poderoso, incluindo uma série de momentos incômodos e arriscados: caso da cena que mostra o rosto de um refugiado negro pintado de branco ou quando o artista entrega uma vassoura a outro e parece encorajá-lo a varrer a rua parisiense que é o seu lar temporário. O trabalho tenta descrever a brutalidade da experiência do refugiado, alternando entre um retrato empático e instrumentação etnográfica.
9. Social Dissonance, Mattin, Dafni Krazoudi, Danai Liodaki, Ioannis Sarris e Eleni Zervou
A proposta dos bailarinos é simples: um diálogo corporal. Mas a tarefa não é fácil. Todos nós ficamos presos em uma sala por uma hora. A ideia é fazer com que visitantes de Atenas se comunicassem com quem estava fazendo a mesma performance em Kassel através de uma câmera. Movimentos de um membro deveriam ser repetidos pelo grupo e pelos indivíduos da outra cidade e, aos poucos, estabelecíamos uma comunicação. Uma conversa truncada e ambígua, como a da Grécia e Alemanha. Esta obra foi, portanto, a que melhor sintetizou a proposta de Adam Szymczyk.
10. Empirical Data, George Drivas
O artista grego que representou o seu país na Bienal de Veneza deste ano, fez um belíssimo filme em preto e branco reinterpretando a obra “A Story from Georgia” de Gazmend Kapllani. Ele conta a história do o ator georgiano David Malteze e suas experiências de vida ao na Grécia como um jovem imigrante até o momento em que ele alcançou o reconhecimento profissional como ator de teatro bem sucedido. A nova narrativa de Drivas ressalta relação entre o indivíduo e a sociedade e os estágios da integração social em termos sociológicos pragmáticos. A estética limpa e os movimentos calculados dos personagens dão a impressão de um filme de ficção cientifica, mas é real. Drivas fala das relações ( ou falta delas!) de hoje. O fato do papel principal ser interpretado pelo próprio Malteze também aponta para a linha tênue entre realidade e ficção.
11. I Had Nowhere to Go, Douglas Gordon
”Um aventureiro pode voltar para casa, um exilado não. Então eu decido fazer da cultura o meu lar”, disse Jonas Mekas, lendário cineasta, crítico e curador. Aos 93 anos, Mekas sobriviveu à perseguição nazista e permaneceu cinco anos em um acampamento para refugiados em Kassel antes de imigrar para o Brooklyn, onde se tornou o “padrinho do cinema de vanguarda americano”. É significativo ver o filme-homenagem do escocês Douglas Gordon na cidade onde Mekas sobreviveu (não viveu) antes de ir para o país que o reconheceria como um gênio, cuja história é narrada pelo próprio protagonista. Não vi o filme inteiro (em Kassel falta tempo!), mas os 40 minutos foram suficientes para saber que a obra é tão bonita quanto Zidane: um retrato do século XXI – filme que Gordon fez com Philippe Parreno e é considerado a Mona Lisa do séc. 21.
Linhas retas, tons pastel e um ambiente totalmente dedicado às crianças estão entre os destaques do projeto desta casa de 400 m² localizada em São Paulo. Os proprietários, um jovem casal com dois filhos pequenos, queriam espaços integrados e uma área para que os pequenos pudessem brincar com os amiguinhos.
A partir deste briefing, as arquitetas Fernanda Tegacini, Fernanda Morais e Nathalia Mouco, da Très Arquitetura, apostaram na especialidade do escritório – a marcenaria – para atender as necessidades da família. No living, integrado à sala de jantar e ao jardim, um único móvel exerce várias funções: home theater, lareira e estante. Um sofá de quatro metros de comprimento e uma poltrona de Sergio Rodrigues complementam o décor do ambiente.
As crianças ganharam um recanto mais do que especial no piso térreo: um ambiente lúdico com 15 m², ideal para brincar e receber os amigos. Além de abrigar a TV e todos os brinquedos dos filhos do casal, o cômodo futuramente será um espaço para estudo.
A marcenaria também marca presença e exerce a função de guardar e organizar: são baús de brinquedos, gavetas para DVDs e equipamentos eletrônicos e prateleiras para expor bichinhos de pelúcia e outros itens. De olho na segurança, a sala também foi equipada com tapete de EVA para que as crianças não escorreguem, prateleiras sem puxadores e cantos arredondados.
A cereja do bolo fica por conta da cabaninha onde os pais leem histórias para os pequenos.
A cozinha com 18 m² foi planejada nos mínimos detalhes. O passa-prato integra visualmente o espaço com a sala de jantar e possibilita que a família mantenha a janela aberta no dia a dia, valorizando a comunicação entre a área de refeições e o restante da casa.
Nem a parede onde está localizada a escada ficou sem função. As arquitetas ocuparam o espaço com um aparador feito de madeira carvalho e laca e serve como apoio para utensílios, já que fica ao lado da sala de jantar.
Seguindo a mesma linha neutra dos outros ambientes, o lavabo recebeu bancada de granito cinza Andorinha Apicoado e cuba esculpida no mesmo material. Um espelho colocado estrategicamente embaixo da bancada traz a sensação de que ela está flutuando no espaço.
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Para toda hora, com a família e amigos, uma boa pizzada é sempre bem-vinda! Esse é também um dos temas preferidos do Vamos Receber. É quando relaxamos com a certeza de que se trata de um momento descontraído, cheio de sabor, e que agrada a todos. Outra vantagem de eventos assim é a praticidade e a ótima relação custo-benefício.
Quando, além de tudo, o motivo para a pizzada é uma data comemorativa, ou mesmo quando estamos com menos tempo para preparar todos os detalhes, recorremos ao Felíssimo Buffet, especialista no assunto. Foram eles que há 10 anos ensinaram meu marido e meu sogro a fazerem uma massa de pizza sem igual (vejam a receita clicando aqui). Desde então, eles são mais do que uma referência, mas também fazem parte de momentos de alegria em família, como mostramos no post Quando Tudo Termina em Pizza.
Em nosso último encontro, batemos um papo com o querido pizzaiolo Luiz, que nos passou 5 dicas preciosas para a pizza perfeita! Compartilhamos todas elas a seguir para quem aprecia a receita italiana e sabe reconhecer quando um molho de tomate é realmente bem preparado, e se a textura da massa e sua crocância estão na medida certa.
1. Separe a massa em porções enroladas como bolinhos. Para uma pizza de 8 fatias, faça um bolinho com um tamanho que cubra toda a palma da mão. Deixe os bolinhos de massa descansarem com um pano úmido em cima, para não ressecar, e por pelo menos 30 minutos, para a massa crescer.
2. Use farinha de trigo para abrir a massa, mas preste atenção na quantidade. O excesso de farinha pode endurecer a massa.
3. Antes de montar a pizza, bata a massa para tirar o excesso da farinha.
4. O molho de tomate deve ser feito apenas com tomate batido. Antes de colocar o molho na massa, tempere com um pouco de orégano e sal para dar mais sabor.
5. Cuidado ao colocar o recheio da pizza. Todos os ingredientes devem estar cortados de forma muito fina e leve, caso contrário a pizza pode ficar pesada e grudar na espátula antes de ir ao forno. É bom colocar um pouco de farinha de trigo na espátula para ajudar a pizza a deslizar.
Thais Senna e sua sogra, Maria Emilia Senna são apaixonadas por vestir a mesa, especialmente para receber amigos e familiares queridos. A dupla comanda o blog Vamos Receber, que traz sempre uma novidade sobre o tema.
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Entre 16 de setembro e 7 de janeiro de 2018, uma série de eventos, performances e exposições invadem Chicago na segunda edição da sua Bienal de Arquitetura. Cerca de 140 escritórios de arquitetura, artistas, designers e criativos do mundo todo foram convidados pelos curadores Sharon Johnston and Mark Lee, do escritório Johnston Marklee, de Los Angeles, a elaborar intervenções diversas pela cidade.
“Make New History” é o tema desta edição que busca, através das intervenções, tirar dos livros o que está na história da produção arquitetônica e levar essas informações para a cidade, dando novos significados. Segundo os curadores, a ideia é continuar as propostas apresentadas na primeira edição que atraiu mais de 500 mil visitantes em três meses, sendo considerado o maior evento de arquitetura da América do Norte.
O Centro Cultural de Chicago é espaço principal da Bienal, que terá seus três andares ocupados com intervenções. Uma delas é a do artista James Welling, que exibirá fotografias psicodélicas e coloridas na fachada do prédio. Por lá, ainda participam nomes importantes como os arquitetos Francis Kéré e SANAA.
Além do edifício, outros lugares espalhados pela cidade também participam do programa, como Garfield Park Conservatory, que terá Francois Perrin, do escritório Air Architecture, suspendendo estruturas em meio às árvores – uma proposta de reflexão sobre a forma como estamos vivendo com a natureza. Os arquitetos da SO–IL e a artista Ana Prvački também estarão no local com uma performance musical intitulada L’air pour l’air. Outros seis museus e galerias de arte abrigam mais exposições. Clique aqui para conferir a programação completa.
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“As flores são nossas amigas silenciosas”, resume Maggie Coker, a inglesa que, junto com a alemã Jasmin Lünstroth, fundou a Poems & Posies, um estúdio de design floral e de interiores que chama atenção ao destacar a beleza e a diversidades das flores secas.
Localizada em Berlim, no burgo de NeuKölln, o espaço foi aberto em 2015, em pleno inverno europeu. Mas os negócios deslancharam mesmo algum tempo depois, quando a dupla desenvolveu um projeto de design de interiores para a H&M home. Hoje, Maggie e Jasmin podem afirmar orgulhosas: “mostramos para esta cidade que as flores secas podem ser lindas, modernas e ainda complementar o estilo de um ambiente”.
A dupla se diverte projetando buquês e instalações que misturam flores frescas e secas, trazendo diversas cores e texturas, o que costuma surpreender os clientes. “Quando pensam em flores secas, as pessoas se lembram daquelas casas de vó meio empoeiradas e sombrias. Elas simplesmente não foram expostas a diferentes tipos de flores secas”, explica Maggie.
Mas se o senso comum nos faz associar a secura com morte ou tristeza, a Poems & Posies veio para esclarecer que a verdadeira lamentação deveria ser gastar montes de dinheiro em flores frescas, usá-las por um dia, e depois jogá-las na lixeira.
Neste sentido, as designers explicam que a maior parte dos pedidos por flores secas vem de que menos se espera, as noivas, que encontraram na técnica a chance de ter um buquê que possa ser guardado como lembrança – e até passado adiante na família.
Dependendo do ponto de vista, a proposta pode ainda ser econômica. Como explica a dupla, um restaurante que queira usar flores e plantas para decorar, por exemplo, terá que mudá-las semanalmente – ou no máximo a cada de dez dias. Já um arranjo seco pode durar por meses, economizando tempo e dinheiro. Além de um charmosos toque vintage.
Não à toa, a dupla reutiliza boa parte das plantas que usam para eventos que pedem apenas plantas frescas. Na mão delas, depois de serem belos arranjos coloridos, as flores são secas sem uso de produtos quimicos, permancecendo em espaços frios e com pouca luz, e, em seguida, costuma virar coroas, grinaldas e bastões decorativos.
Se eram mais bonitas antes? Isso é uma questão de gosto. Como diz a dupla, flores secas são como rosas, ou você gosta ou você odeia. Mas por aqui, depois de conhecer o trabalho de Maggie e Jasmin, estamos ainda mais apaixonados.
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Castanhos, bege, rosa pálido, cobre e, principalmente, o vinho, fazem desta uma paleta de cores apaixonante para quem busca abusar dos terrosos, tendência que vem se mostrando forte na moda e na decoração. O living assinado pela Ikea dosa as cores intensas com maestria, criando um ambiente extremamente aconchegante!
Para conquistar tal resultado, o segredo foi escolher materiais agradáveis ao toque. O sofá, por ser revestido com uma trama mais aberta de linho, deixou a cor vinho mais esmaecida, sem pesar no conjunto. Parte desse acerto também se dá ao quebrar a escuridão com um tapete de fibra e molduras claras que, com leves pinceladas de cobre, proporcionam um efeito desgastado. Vale reparar também na riqueza dos detalhes, como as almofadas quadriculadas, a manta de pele fake, a cadeira em madeira escura e o vaso com folhagens - peças delicadas e que cumprem a função de proporcior o conforto.
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Brasil e Polônia. Dois países com cultura tão diversas que são capazes de se relacionar plenamente quando o assunto é design. Eis o mote da exposição Diálogo Design: Polônia Brasil, que acontece no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, até 22 de outubro.
Organizada em parceria com The Spirit of Poland e Instituto Adam Mickiewicz, a mostra tem curadoria das polonesas Magda Kochanowska e Ewa Solarz e do brasileiro Gabriel Patrocínio, que focaram em estabelecer um paralelo entre as criações dos dois países.
Na entrada, uma série de cartazes vintage de promoção turística da Polônia, dos anos 1960 e 1970, recebe os visitantes e encanta pela expressividade – “toda a liberdade que não existia nos outros campos era usada nos cartazes”, ponderou Magda Kochanowska durante a visita guiada que conduziu, juntamente com Gabriel Patrocínio, na semana passada.
Talvez a faceta do design polonês mais conhecida internacionalmente, os cartazes também marcam presença em outro momento da exposição: cinco designers gráficos poloneses e cinco brasileiros foram convidados para criar dois cartazes cada, um promovendo a Polônia e outro, o Brasil. O resultado é bem bacana, mostrando como cada um vê seu próprio país e o outro.
Gostei especialmente de dois dípticos: achei o de Marta Ignerska, no qual aves com as cores da Polônia e do Brasil se entreolham, examinam e reconhecem, super bacana pelo conceito e pelo resultado formal, enquanto o de Tymek Jezierski, conquistou pelo humor. Fazendo alusão a um ponto em comum entre os dois países – ambos possuem uma grande estátua de Jesus Cristo, o designer brincou com uma hipotética competição entre os dois países (a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, tem 30 metros de altura, enquanto a estátua de Jesus Cristo Rei do Universo, erguido em 2010 na pequena cidade polonesa de Swiebodzin, tem 33 metros). Nos cartazes de Jezierski, o Jesus brasileiro aparece visivelmente aborrecido, enquanto o polonês está satisfeito por ter passado à frente.
Além dos cartazes, o design de produto (representado por 25 itens de mobiliário, vidro e porcelana) também integra a exposição. As peças foram selecionadas segundo cinco temas/eixos: mobiliário, vidro, cerâmica, tradição e inovação. Além de designers brasileiros já conhecidos do público que frequenta o MCB, como Domingos Tótora, Jader Almeida e Sérgio J. Matos, a mostra apresenta nomes nacionais em ascensão, como os estúdios Furf Design e Holaria.
Do lado polonês, é uma ótima oportunidade para conhecer a icônica poltrona RM58, projetada por Roman Modzelewski nos anos 1950, mas colocada em produção somente em 2012, em função de limitações técnicas existentes na época de sua criação. Ou os vidros de Agniezka Bar, que explora técnicas tradicionais com um resultado bastante atual. Ou ainda o mobiliário de Oskar Zieta, que desenvolveu uma nova tecnologia na qual o aço ganha forma ao ser inflado.
A mostra Diálogo Design: Polônia Brasil, que já havia sido exibida em Brasília e no Rio, traz para São Paulo uma novidade: uma sala dedicada a Jorge Zalszupin, polonês naturalizado brasileiro e cuja contribuição ao design nacional é de reconhecida importância. “Zalszupin personifica o diálogo que buscamos para representar a exposição como um todo. Reunimos um pequeno, mas significativo – quase icônico – conjunto de nove peças projetadas por ele. Isso mereceu um segmento especial”, explica o curador, Gabriel Patrocínio. São peças emblemáticas como a mesa de centro Pétalas, a poltrona Dinamarquesa ou o carrinho de chá, ou não tão conhecidas, como a mesa de centro 504, na qual o encaixe impecável entre a madeira dos apoios e o mármore do tampo é o centro das atenções, num móvel de grande síntese formal.
Diálogo Design: Polônia Brasil
Museu da Casa Brasileira: Av. Brig. Faria Lima, 2.705, São Paulo.
De terça a domingo, das 10 às 18h.
Gratuito aos finais de semana e feriados
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Não há como negar: é difícil resistir à doçura do millennial pink, o rosa apontado como a cor do momento. E é nesse tom esmaecido que o estúdio de design We Are Triibe se baseou dar uma nova cara para ao escritório em que trabalham. Mas a inspiração não foi pouca - o rosa invadiu as paredes, móveis e até o teto num visual quase monocromático.
Segundo as próprias autoras, "essa cor transitória se move de um rosa empoeirado e lentamente se transforma em tons de terracota mais terrenos". Daí o motivo de combiná-lo neste canto com o piso de madeira rústica e alguns acessórios em vinho, vistos no quadro e na bandeja. Assim nasceu um degradê harmônico, confortável e atual.
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A Selvvva é como um ambiente vivo, em constante transformação: sempre cabe mais uma planta. No caso da nova loja das arquitetas Denise Yui e Julia Rettmann, que acaba de ser inaugurada na Avenida Angélica, em Santa Cecília, há espaço para tantas espécies quanto a imaginação permitir.
O recém-aberto QG, com direito a neon na fachada e quase 300 m² de área no total, não vai passar batido pelo radar dos amantes do verde. Além de novo layout e novos produtos, o espaço ainda conta com a presença de peso da Escola de Botânica, que passa a funcionar no mesmo endereço.
“A Selvvva já tinha uma relação com a Escola de Botânica e o fato de agora estarmos no mesmo espaço faz com que ela se torne muito mais do que uma loja”, diz Julia. “Nossos vendedores foram alunos de um dos biólogos da escola e a ideia é que os clientes comprem plantas, mas também levem informação para casa.”
A marca se tornou conhecida em 2014 com uma linha de acessórios desenvolvida pelas arquitetas que inclui cachepôs, suportes, prateleiras e outros itens que têm o poder de transformar qualquer apartamento em uma selva urbana cool. Para marcar a nova fase, Denise e Julia apostam no lançamento de novos itens, como um novo modelo de suporte para plantas, com duas alturas diferentes, batizado de Bem-Te-Vi. Duas novas cores, terracota e verde-água, também acabam de entrar para a paleta descolada da dupla.
As arquitetas investiram no pink millennial, que já aparece nos produtos da marca, para tingir as paredes e o mobiliário do novo espaço. De olho em soluções de baixo custo, elas criaram escadas para expor os vasos – “uma forma legal de empilhar as plantas sem que elas encostem umas nas outras”, diz Julia – e, ainda, módulos sobre rodas inspirados nos caixotes dos vendedores de plantas do Ceasa.
"Agora que temos mais espaço deixamos o estoque de cachepôs vazios na loja para os clientes poderem acessar e terem autonomia de montar as próprias combinações", diz Julia. "A ideia é tentar deixar as pessoas mais livres para explorar e escolher os produtos sem que os vendedores tenham que ficar do lado o tempo todo."
A festa de inauguração da nova loja da Selvvva acontece neste sábado, 16 de setembro, das 10h às 18h, com produtos, plantas, oficinas e atividades, além de comes e bebes que vão estar à venda servidos por Pitico e Rusticookies.
Selvvva
Avenida Angélica, 501, Santa Cecília, São Paulo, SP
Terça a sexta, das 10h às19h; sábado, das 11h às 18h
www.selvvva.comhttp://www.selvvva.com
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Contemporâneo e descolado, o cimento queimado é um revestimento de baixo custo e com grande efeito estético. Assim como o concreto aparente, ele traz o tom cinza, tão em alta na decoração, que serve como base para as mais diversas combinações. E o que é melhor: cimento queimado e concreto aparente não se restringem ao estilo industrial, conforme mostramos nos ambientes a seguir.
Neste apartamento projetado pelo escritório Mestisso Arquitetura, o concreto aparente atualiza as características originais da década de 1950. A laje nervurada possibilitou aos arquitetos destacar a pitada industrial desejada pelos proprietários. Para não ficar preso a um só estilo, objetos de décor mais sofisticados e o piso de taco original acrescentam um toque vintage e quebram a jovialidade óbvia.
O layout clean deste projeto do escritório Breves Arquitetura, feito para acomodar um jovem casal no bairro dos Jardins, em São Paulo, ganhou uma decoração à altura com direito a banco de concreto ocupando boa parte da extensão da parede da sala de estar. Além de visualmente harmoniosa, esta solução é indicada principalmente para apartamentos pequenos, pois além de servir como nicho e banco, favorece a amplitude.
Banho luxuoso
Cimento queimado e pastilhas hexagonais compõem uma decoração retrô e ao mesmo tempo muito atual. Para atender o pedido da proprietária, o arquiteto Rodrigo Cunha, do escritório rodraarq., misturou elementos que revisitam diferentes épocas neste banheiro. Enquanto, nas paredes, o cimento queimado e os azulejos do tipo metrô conferem uma atmosfera urbana e descolada, pastilhas hexagonais que formam padrões florais trazem um ar antigo para o piso. Acima da banheira, a frase na parede garante um toque divertido à composição.
O concreto aparente trouxe contemporaneidade a este apartamento, criado pelo Studio Tucah Campos, para uma jovem descolada. Na escada, o corrimão de vidro faz um contraponto de leveza enquanto detalhes da decoração trazem acolhimento à dureza do material brutalista. Os tons vibrantes marcam presença graças ao papel de parede geométrico aplicado na área de circulação.
O estilo industrial dá as cartas nesta cozinha, onde o concreto marca presença desde a bancada até a parede. Na companhia da geladeira e da coifa de inox, as banquetas brancas e de linhas simples constrastam com o restante da decoração e convidam para um petisco durante o preparo das refeições.
Jantar na varanda
Neste apartamento de 147 m² em São Paulo totalmente reformado pelo Estúdio Penha, uma das principais intervenções aparece na integração da cozinha à varanda, que foi transformada em sala de jantar. As vigas e tubulações aparentes, assim como o teto e os pilares descascados, garantem o ar industrial e masculino que contrasta com os ladrilhos hidráulicos escolhidos para adornar o piso.
Para reforçar o estilo industrial deste apartamento de 75 m², em Barcelona, o escritório Egue y Seta apostou em vigas de concreto aparente até no quarto. As paredes receberam pintura em um tom de um cinza cor de cimento que, quando combinada a acabamentos como a madeira -- caso da cabeceira, por exemplo --, ressaltam (ainda mais) a urbanidade do décor. Pontos de cor finalizam a composição equilibrada.
Elemento central
Com estrutura mista, feita de concreto aparente, metal e outros componentes leves, esta casa com projeto assinado pelo escritório FGMF Arquitetos tem um desenho contemporâneo e muitas áreas envidraçadas. A parede de cimento é o elemento que conecta todos os patamares do imóvel, organizando a arquitetura. Quase minimalista, o living traz concreto no piso e nas paredes, enquanto o mobiliário combina peças modernas e clássicas.
Estar chique
Elementos de diferentes estilos se misturam e se equilibram nesta sala de estar, uma prova de que o concreto aparente também pode ficar muito interessante em propostas que vão além do industrial. A parede dá um toque moderno ao ambiente decorado com peças clássicas. Para harmonizar com as estampas dos tecidos do sofá e da poltrona, assinados pela designer inglesa Anna Glover, os acessórios seguem a mesma linha. Chique e despojado na medida.
A cidade de São Paulo, já tão cheia de edifícios de concreto, vidro e aço, deve receber em 2020 um edifício com estrutura feita 100% de madeira certificada, ou seja, com garantia de origem e trajetória.
O projeto, que ficará no bairro da Vila Madalena, é assinado pelo escritório de arquitetura Triptyque e será erguido em um terreno de 1.025 m². Com 13 pavimentos, a área total deve somar 4.700 m² com espaços que servem a diversas funções, como coworking, coliving e restaurante. A ideia é ter áreas públicas e privadas que interajam com a cidade e onde se pode aproveitar uma estilo de vida mais consciente.
A estrutura do prédio será construída em madeira laminada cruzada, a CLT (Cross Laminated Timber CLT), um produto de alta tecnologia formado com multicamadas de madeira maciça em duas direções distintas, que permite estruturas construções bem altas.
Segundo Dario Guarita Neto, sócio fundador da AMATA, empresa responsável pela iniciativa, "os edifícios construídos em madeira são soluções eficientes e podem servir de impulso para mudança de consciência da sociedade porque, ao substituir fontes não renováveis por matéria-prima natural, contribuímos para uma cadeia da construção mais limpa e geramos valor à floresta certificada, o que diminui a pressão pelo desmatamento”.